Análise da atividade antibacteriana e antibiofilme de bromelina em cepas de pseudomonas aeruginosa e staphylococcus aureus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Michelle Pereira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27427
http://dx.doi.org/10.22409/PPG-CAPS.2022.m.14443752706
Resumo: A bromelina do caule é uma enzima proteolítica proveniente dos tecidos do caule do abacaxi (Ananas comosus) e possui várias propriedades terapêuticas como atividade fibrolítica, antiinflamatória e de desbridamento de tecidos necrosados, contudo há pouco conhecimento sobre a atividade antibacteriana e antibiofilme desta enzima. Este trabalho teve como objetivo identificar a possível atividade de bromelina frente a cepas de Pseudomonas aeruginosa e de Staphylococcus aureus, patógenos oportunistas com alta relevância clínica, capazes de formarem biofilme comumente associados ao desenvolvimento de infecções crônicas. Neste estudo foram avaliadas quarenta e quatro cepas de P. aeruginosa e quarenta e três cepas de S. aureus isoladas de ferida crônica e de hemocultura de origem humana. A atividade antibacteriana de bromelina foi avaliada através do teste de diluição em ágar Mueller-Hinton para determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e através da realização de curvas de crescimento. A atividade antibiofilme foi analisada por intermédio de ensaios de formação de biofilme na presença de bromelina a 1% e pela exposição dos biofilmes maduros à bromelina a 1%. Esses ensaios foram realizados em placas de microtitulação de 96 poços, com base no método do cristal violeta. Ensaios de destruição de biofilmes maduros por proteinase K e metaperiodato de sódio em paralelo ao tratamento com bromelina foram realizados para caracterização das matrizes extracelulares dos biofilmes e para identificação dos mecanismos antibiofilme exercidos por bromelina. A atividade de DNase da bromelina foi avaliada através da exposição de DNA genômico de P. aeruginosa e de S. aureus. A produção de exopolissacarídeos e de proteínas nos biofilmes, assim como a avaliação da ação da bromelina sobre as propriedades de hidrofobicidade e autoagregação celular em P. aeruginosa e em S. aureus ofereceram importantes achados sobre a atividade antibiofilme desta protease vegetal. A bromelina não demonstrou atividade antibacteriana contra P. aeruginosa e S. aureus em suas diferentes concentrações testadas (CIM > 4mg/mL). Não foi identificada atividade antibiofilme potencial de bromelina contra P. aeruginosa. Todavia, bromelina apresentou significante ação antibiofilme frente as cepas de S. aureus do estudo, principalmente às isoladas de ferida crônica, as quais apresentaram-se majoritariamente resistentes à meticilina. Bromelina significativamente inibiu a formação de biofilme (p= 0.0157) e destruiu os biofilmes maduros de S. aureus (p < 0.0001). Foi possível identificar que, através dos ensaios com metaperiodato de sódio e proteinase K, as matrizes extracelulares dos biofilmes de S. aureus apresentaram-se predominantemente proteicas, enquanto os biofilmes de P. aeruginosa aparentemente apresentaram maior dependência aos exopolissacarídeos. Em conjunto, os ensaios com metaperiodato de sódio e proteinase K, de quantificação de exopolissacarídeos e de proteínas permitiram identificar a atividade proteolítica de bromelina como o principal mecanismo antibiofilme da enzima. A atividade de DNase da bromelina possivelmente também possa contribuir na ação antibiofilme da enzima. Conclui-se que bromelina pode representar uma alternativa promissora para o controle de biofilmes de S. aureus, particularmente no contexto do cuidado de feridas.
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Neste estudo foram avaliadas quarenta e quatro cepas de P. aeruginosa e quarenta e três cepas de S. aureus isoladas de ferida crônica e de hemocultura de origem humana. A atividade antibacteriana de bromelina foi avaliada através do teste de diluição em ágar Mueller-Hinton para determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e através da realização de curvas de crescimento. A atividade antibiofilme foi analisada por intermédio de ensaios de formação de biofilme na presença de bromelina a 1% e pela exposição dos biofilmes maduros à bromelina a 1%. Esses ensaios foram realizados em placas de microtitulação de 96 poços, com base no método do cristal violeta. Ensaios de destruição de biofilmes maduros por proteinase K e metaperiodato de sódio em paralelo ao tratamento com bromelina foram realizados para caracterização das matrizes extracelulares dos biofilmes e para identificação dos mecanismos antibiofilme exercidos por bromelina. 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