Sexismo no jornalismo esportivo: como as mulheres jornalistas vivenciam e lidam com a cultura patriarcal organizacional do esporte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meirelles, Rebeka
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27599
Resumo: O machismo, como uma das formas estruturais de opressão na sociedade, permeia nossas experiências cotidianas, se manifestando mais enfaticamente em determinados ambientes, considerados masculinos, como o esporte e o jornalismo esportivo. Apesar dos avanços das lutas feministas pela igualdade, percebemos que as hierarquias de gênero se manifestam na cultura profissional dos jornalistas e têm rebatimentos nos lugares ocupados por homens e mulheres, nas instituições do sistema profissional. Os dados levantados demonstram que, apesar de as mulheres serem maioria nos cursos de jornalismo e na profissão, ainda existem fatores que as limitam, impedindo de atuarem em certos segmentos, como no esporte e em algumas funções a eles relacionadas, como na narração e no comentário. Esta pesquisa teve como objetivo entender quais as características e as especificidades da hierarquia de gêneros no jornalismo esportivo brasileiro e como as jornalistas mulheres lidam e superam essas peculiaridades no seu dia a dia profissional. A partir da abordagem qualitativa, além da pesquisa bibliográfica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com doze mulheres que atuam como jornalistas esportivas nos principais canais de televisão abertos e especializados em esporte, no Rio de Janeiro. Após análise de conteúdo, conclui-se que essas profissionais têm que lutar constantemente para ganhar reconhecimento e manter seus empregos, além de precisarem se adaptar ao funcionamento de uma redação androcêntrica e, por isso, por muito naturalizou-se a perspectiva do esporte e do jornalismo como instituições hegemônicas masculinas. Além disso, os dados da pesquisa sugerem que as mulheres, por serem minoria neste meio, enfrentam muito mais obstáculos e maior discriminação do que os homens. Entretanto, a inserção de mais mulheres no jornalismo não causaria mudanças espontâneas no ambiente da organização esportiva, que é feito de normas e práticas baseadas na masculinidade como modelo. A hipótese é que a situação delas só poderia melhorar se os significados atribuídos aos esportes, à feminilidade e à masculinidade fossem decodificados.
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Os dados levantados demonstram que, apesar de as mulheres serem maioria nos cursos de jornalismo e na profissão, ainda existem fatores que as limitam, impedindo de atuarem em certos segmentos, como no esporte e em algumas funções a eles relacionadas, como na narração e no comentário. Esta pesquisa teve como objetivo entender quais as características e as especificidades da hierarquia de gêneros no jornalismo esportivo brasileiro e como as jornalistas mulheres lidam e superam essas peculiaridades no seu dia a dia profissional. A partir da abordagem qualitativa, além da pesquisa bibliográfica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com doze mulheres que atuam como jornalistas esportivas nos principais canais de televisão abertos e especializados em esporte, no Rio de Janeiro. Após análise de conteúdo, conclui-se que essas profissionais têm que lutar constantemente para ganhar reconhecimento e manter seus empregos, além de precisarem se adaptar ao funcionamento de uma redação androcêntrica e, por isso, por muito naturalizou-se a perspectiva do esporte e do jornalismo como instituições hegemônicas masculinas. Além disso, os dados da pesquisa sugerem que as mulheres, por serem minoria neste meio, enfrentam muito mais obstáculos e maior discriminação do que os homens. Entretanto, a inserção de mais mulheres no jornalismo não causaria mudanças espontâneas no ambiente da organização esportiva, que é feito de normas e práticas baseadas na masculinidade como modelo. A hipótese é que a situação delas só poderia melhorar se os significados atribuídos aos esportes, à feminilidade e à masculinidade fossem decodificados.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorMale Chauvinism, as one of the structural forms of oppression in society, permeates our everyday experiences, manifesting itself more emphatically in certain environments, considered masculine, such as sports and sports journalism. Despite the advances of feminist struggles for equality, we realize that gender hierarchies are manifested in the professional culture of journalists and have repercussions on the places occupied by men and women in the institutions of the professional system. The data collected shows that, despite the fact that women are the majority in journalism majors and in the profession, there are still factors that limit them, preventing them from working in certain segments, such as in sports and in some functions related to them, such as narration and commentary. This research aimed to understand the characteristics and specificities of the gender hierarchy in Brazilian sports journalism and how women journalists deal with and overcome these peculiarities in their professional daily lives. From the qualitative approach, in addition to the bibliographic research, semi-structured interviews were carried out with twelve women who work as sports journalists in the main Free-to-air television and specialized channels in sports, in Rio de Janeiro. After content analysis, we concluded that these professionals have to constantly fight to gain recognition and keep their jobs, in addition to the necessity to adapt to the functioning of an androcentric newsroom and, therefore, for a long time, the perspective of sport and the journalism was considered a male hegemonic institution. In addition, survey data suggest that women, as a minority in this environment, face much more obstacles and greater discrimination than men. However, the inclusion of more women in journalism would not cause spontaneous changes in the sports organization environment, which is made up of norms and practices based on masculinity as a model. The hypothesis is that their situation could only improve if the meanings attributed to sports, femininity and masculinity were decoded.159 p.Roxo, MarcoCastellano, MaykaCosta, Leda Maria dahttp://lattes.cnpq.br/9280441232317288Meirelles, Rebeka2023-01-18T12:10:45Z2023-01-18T12:10:45Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMEIRELLES, Rebeka. Sexismo no jornalismo esportivo: como as mulheres jornalistas vivenciam e lidam com a cultura patriarcal organizacional do esporte. 2022. 159f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Instituto de Arte e Comunicação Social, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.http://app.uff.br/riuff/handle/1/27599Aluno de MestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-01-18T12:10:49Zoai:app.uff.br:1/27599Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202023-01-18T12:10:49Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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