O /s/ final do falar trirriense no continuum linguístico Rio de Janeiro-Belo Horizonte
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/8165 |
Resumo: | Neste trabalho, analisamos a variação do /S/ em coda silábica no falar da cidade de Três Rios, localizada na fronteira entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, em comparação aos falares tidos como carioca e mineiro: Três Rios está a mais ou menos 120 km da capital fluminense, e a cerca 60 km de Juiz de Fora, importante cidade da Zona da Mata mineira. Investigamos a existência de um continuum linguístico entre os falares do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, passando por Três Rios, com foco na realização do /S/ em coda silábica e na situação fronteiriça do falante trirriense. Consideramos como pontos de inquérito as capitais dos estados cujos falares estão sendo investigados, o município-origem e dois pontos intermediários, localizados a mais ou menos a mesma distância do município-origem, as cidades de Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG). Traçamos, assim, uma espécie de contínuo a partir da BR-040, principal ligação entre as localidades investigadas e a partir da qual toda a região se desenvolveu, já que a atual BR-040 era, no trecho Petrópolis – Juiz de Fora, a antiga Estrada União Indústria, e no trecho ampliado, RJ-BH, a famosa BR 3. A escolha por Três Rios como ponto de partida da investigação é relevante pelo fato de ser uma localidade que ainda não serviu de alvo para estudos linguísticos mais amplos. A comparação entre os falares dessas localidades também é algo inédito, principalmente porque estamos constituindo um corpus novo que poderá servir de base para outros estudos. O objetivo desta pesquisa foi verificar como se realiza o /S/ em coda no falar trirriense, dentro do continuum linguístico RJ-BH e a que tipo de fatores sua realização está condicionada. Adotamos como principal linha teórica a perspectiva da Sociolinguística Laboviana, e as contribuições da Ecolinguística para explicar o continuum dialetal geográfico e o contato de línguas. O corpus constituído compreende entrevistas de informantes das cinco localidades investigadas, de ambos os sexos, divididos em três faixas etárias – de 15 a 25 anos; de 26 a 49 anos; e de 50 anos ou mais. Os resultados obtidos comprovam a hipótese de que as concretizações do S em coda silábica ilustram um continuum linguístico realmente existente entre RJ e BH, que transpassa as fronteiras geográficas e se constrói histórica e socialmente através do contato entre mineiros e cariocas/fluminenses |
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O /s/ final do falar trirriense no continuum linguístico Rio de Janeiro-Belo HorizonteSociolinguísticaEcolinguísticaContinuum linguísticoFronteira linguísticaSociolinguísticaEcolinguísticaLinguísticaFronteiraSociolinguisticsEcolinguisticLinguistic continuumLinguistic borderNeste trabalho, analisamos a variação do /S/ em coda silábica no falar da cidade de Três Rios, localizada na fronteira entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, em comparação aos falares tidos como carioca e mineiro: Três Rios está a mais ou menos 120 km da capital fluminense, e a cerca 60 km de Juiz de Fora, importante cidade da Zona da Mata mineira. Investigamos a existência de um continuum linguístico entre os falares do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, passando por Três Rios, com foco na realização do /S/ em coda silábica e na situação fronteiriça do falante trirriense. Consideramos como pontos de inquérito as capitais dos estados cujos falares estão sendo investigados, o município-origem e dois pontos intermediários, localizados a mais ou menos a mesma distância do município-origem, as cidades de Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG). Traçamos, assim, uma espécie de contínuo a partir da BR-040, principal ligação entre as localidades investigadas e a partir da qual toda a região se desenvolveu, já que a atual BR-040 era, no trecho Petrópolis – Juiz de Fora, a antiga Estrada União Indústria, e no trecho ampliado, RJ-BH, a famosa BR 3. A escolha por Três Rios como ponto de partida da investigação é relevante pelo fato de ser uma localidade que ainda não serviu de alvo para estudos linguísticos mais amplos. A comparação entre os falares dessas localidades também é algo inédito, principalmente porque estamos constituindo um corpus novo que poderá servir de base para outros estudos. O objetivo desta pesquisa foi verificar como se realiza o /S/ em coda no falar trirriense, dentro do continuum linguístico RJ-BH e a que tipo de fatores sua realização está condicionada. Adotamos como principal linha teórica a perspectiva da Sociolinguística Laboviana, e as contribuições da Ecolinguística para explicar o continuum dialetal geográfico e o contato de línguas. O corpus constituído compreende entrevistas de informantes das cinco localidades investigadas, de ambos os sexos, divididos em três faixas etárias – de 15 a 25 anos; de 26 a 49 anos; e de 50 anos ou mais. Os resultados obtidos comprovam a hipótese de que as concretizações do S em coda silábica ilustram um continuum linguístico realmente existente entre RJ e BH, que transpassa as fronteiras geográficas e se constrói histórica e socialmente através do contato entre mineiros e cariocas/fluminensesThis paper aims at analysing the variation of /S/ in a syllable coda in the accent used in Três Rios, a city situated in the border of the states of Rio de Janeiro and Minas Gerais, comparing it to the said carioca and mineiro accents. Três Rios is about 120 km away from the city of Rio de Janeiro, capital of the state with the same name, and 60 km away from Juiz de Fora, an important city in the southeastern part of the state of Minas Gerais (also known as Zona da Mata). We searched for the existence of a linguistic continuum between the accents of Rio de Janeiro and Belo Horizonte, passing through Três Rios, focusing on the occurrence of /S/ in a syllable coda and on the situation of the speakers living in the bordering city. We considered as points of enquire the capitals of the states whose accents are being investigated, the origin-city, and two intermediate points: the cities of Petrópolis (RJ) and Juiz de Fora (MG). We marked, thus, a continuum using as a reference point the highway BR-040, which connects the studied places, and through which the region developed, considering that the aforementioned highway was, on the part between Petrópolis and Juiz de Fora, the old "Estrada União Indústria" (Union Industry Road, in English), and on its new part, the famous BR 3. Chosing Três Rios as a starting point is relevant for the city was not subject to wider studies on linguistics before. The comparison between the accents found in these places is also something new, especially because we are creating a new corpus, which may be the base for further studies. Our aim in this research was to verify the ways through which the postvocallic /S/ is performed by speakers from Três Rios, inside the linguistic continuum between Rio de Janeiro and Minas Gerais, and to what kind of factors its realization is conditioned. We used as our main theoretical resource the perspectives found in Labov's Sociolinguistics, and the contributions of Ecolinguistics for explaning the dialectgeographic continuum, as well as the languages contact. The corpus we gathered contains interviews of 12 informers from each one of the five locations, from both sexes, divided in three age groups - 15 to 25 years old; 26 to 49 years old; and 50 years old and above. The results we obtained prove the hypothesis that the concretization of /S/ in a syllable coda show that a linguistic continuum does exist between the states of Rio de Janeiro and Minas Gerais, and that it trespasses the geographical borders, being build historically and socially by the contact between the people from both states.Savedra, Mônica Maria GuimarãesAlmeida, Maria Jussara Abraçado deSilva, Edila Vianna daLacerda, Patrícia Fabiane do Amaral CunhaBrandão, Sílvia FigueiredoBarros, Daniela Samira da Cruz2019-01-11T15:39:15Z2019-01-11T15:39:15Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/8165http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-01-24T20:08:09Zoai:app.uff.br:1/8165Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:08:53.526573Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Neste trabalho, analisamos a variação do /S/ em coda silábica no falar da cidade de Três Rios, localizada na fronteira entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, em comparação aos falares tidos como carioca e mineiro: Três Rios está a mais ou menos 120 km da capital fluminense, e a cerca 60 km de Juiz de Fora, importante cidade da Zona da Mata mineira. Investigamos a existência de um continuum linguístico entre os falares do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, passando por Três Rios, com foco na realização do /S/ em coda silábica e na situação fronteiriça do falante trirriense. Consideramos como pontos de inquérito as capitais dos estados cujos falares estão sendo investigados, o município-origem e dois pontos intermediários, localizados a mais ou menos a mesma distância do município-origem, as cidades de Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG). Traçamos, assim, uma espécie de contínuo a partir da BR-040, principal ligação entre as localidades investigadas e a partir da qual toda a região se desenvolveu, já que a atual BR-040 era, no trecho Petrópolis – Juiz de Fora, a antiga Estrada União Indústria, e no trecho ampliado, RJ-BH, a famosa BR 3. A escolha por Três Rios como ponto de partida da investigação é relevante pelo fato de ser uma localidade que ainda não serviu de alvo para estudos linguísticos mais amplos. A comparação entre os falares dessas localidades também é algo inédito, principalmente porque estamos constituindo um corpus novo que poderá servir de base para outros estudos. O objetivo desta pesquisa foi verificar como se realiza o /S/ em coda no falar trirriense, dentro do continuum linguístico RJ-BH e a que tipo de fatores sua realização está condicionada. Adotamos como principal linha teórica a perspectiva da Sociolinguística Laboviana, e as contribuições da Ecolinguística para explicar o continuum dialetal geográfico e o contato de línguas. O corpus constituído compreende entrevistas de informantes das cinco localidades investigadas, de ambos os sexos, divididos em três faixas etárias – de 15 a 25 anos; de 26 a 49 anos; e de 50 anos ou mais. Os resultados obtidos comprovam a hipótese de que as concretizações do S em coda silábica ilustram um continuum linguístico realmente existente entre RJ e BH, que transpassa as fronteiras geográficas e se constrói histórica e socialmente através do contato entre mineiros e cariocas/fluminenses |
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