A criminalização do aborto no Brasil na cobertura da mídia jornalística digital
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/21554 |
Resumo: | A presente pesquisa tem o objetivo de fazer a análise da cobertura jornalística digital das operações policiais nas clínicas clandestinas onde eram realizados abortos. A análise diz respeito a três tipos de dados diferentes coletados da cobertura. A análise desses três dados encontrados direcionarão a interpretação teórica no sentido de que a situação das mulheres no Brasil está sujeita à reprodução do discurso do aborto como um crime na mídia jornalística digital, o que ocorre por meio de relações de poder que se capilarizam no corpo social e legitimam o manutenção do aborto como um crime. Essa biopolítica repressiva contribui para que a situação e a condição das mulheres se mantenham sempre num plano subalterno de invisibilidade em relação ao discurso adotado. O primeiro dado analisado se refere à forma naturalizada com que a cobertura jornalística trata o aborto como um crime. Para que se fizesse a análise e interpretação dos referidos dados, há na pesquisa uma apresentação do atual contexto jurídico e político a partir do qual a discriminação de gênero se sustenta, de modo que esse contexto será a base para a análise de todos os demais dados que serão analisados nos capítulos dois e três. Em relação aos dados coletados do segundo capítulo, o foco da cobertura jornalística digital foi a atuação dos policiais nas operações e os agentes do crime tratados nas notícias. No capítulo três, foi feita uma análise do discurso propriamente dita, no que se refere aos dados relacionados ao mercado ilícito do aborto. O resultado disso é que o aborto, antes de ser discutido pela mídia jornalística como uma questão relacionada à real situação das mulheres, tanto no que diz respeito ao grave problema de saúde pública quanto no que concerne à violação de seus direitos fundamentais, é tratado como um assunto de polícia, por meio da repressão e de vieses que reforçam a submissão do corpo feminino a aspectos alheios ao aborto |
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Essa biopolítica repressiva contribui para que a situação e a condição das mulheres se mantenham sempre num plano subalterno de invisibilidade em relação ao discurso adotado. O primeiro dado analisado se refere à forma naturalizada com que a cobertura jornalística trata o aborto como um crime. Para que se fizesse a análise e interpretação dos referidos dados, há na pesquisa uma apresentação do atual contexto jurídico e político a partir do qual a discriminação de gênero se sustenta, de modo que esse contexto será a base para a análise de todos os demais dados que serão analisados nos capítulos dois e três. Em relação aos dados coletados do segundo capítulo, o foco da cobertura jornalística digital foi a atuação dos policiais nas operações e os agentes do crime tratados nas notícias. No capítulo três, foi feita uma análise do discurso propriamente dita, no que se refere aos dados relacionados ao mercado ilícito do aborto. 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This repressive biopolitics contributes so that the situation and the condition of the women always remain in a subordinate plan of invisibility in relation to the discourse adopted. The first data analyzed refers to the naturalized way in which journalistic coverage treats abortion as a crime. In order to analyze and interpret these data, there is in the research a presentation of the current legal and political context from which the gender discrimination is sustained, so that this context will be the basis for the analysis of all other data which will be discussed in chapters two and three. Regarding the data collected from the second chapter, the focus of the digital journalistic coverage was the performance of the police in the operations and the agents of the crime treated in the news. In chapter three, an analysis of the discourse itself was made, regarding the data related to the illicit market of abortion. The result of this is that abortion, before being discussed by the news media as a matter related to the real situation of women, both with regard to the serious public health problem and with regard to the violation of their fundamental rights, is treated as a matter of police, through repression and biases that reinforce the submission of the female body to aspects unrelated to abortion182 f.Veloso, Letícia Helena MedeirosCastro, Carla Appolinário deMônica, Eder FernandesBerner, Vanessa Oliveira Batistahttp://lattes.cnpq.br/1277202985083208Pinto, Simã Catarina de Lima2021-03-31T19:37:18Z2021-03-31T19:37:18Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPINTO, Simã Catarina de Lima. A criminalização do aborto no Brasil na cobertura da mídia jornalística digital. 2018. Dissertação (Mestrado em Ciências Jurídicas e Sociais) – Faculdade de Direito, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018.https://app.uff.br/riuff/handle/1/21554Aluno de Mestradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-09T17:18:59Zoai:app.uff.br:1/21554Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:56:17.582595Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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