Estado de vitamina D e suas implicações em pacientes oncológicos: uma revisão sistemática
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Data de Publicação: | 2024 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/34384 |
Resumo: | No Brasil, o câncer representa a segunda principal causa de morte e estudos apontam a importância de fatores dietéticos e, em especial, da vitamina D, nesta condição. A deficiência de calcidiol está relacionada à maior incidência de neoplasias, predispondo o desequilíbrio entre as fases do ciclo celular, prevalecendo a proliferação celular à apoptose. Considerando a importância dos níveis adequados de vitamina D e da sua relação com o câncer, este trabalho analisou a prevalência da deficiência e o impacto do estado de vitamina D no prognóstico de pacientes com tumores sólidos. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática da literatura utilizando ensaios clínicos randomizados (ECR) nos idiomas inglês, português e espanhol, de acordo com o protocolo PRISMA. Foram utilizadas as bases de dados Pubmed, Lilacs, Scielo, Ovid MEDLINE e EMBASE para busca de artigos publicados no período entre 2000 e 2021. Dos 41 artigos selecionados, 20 (48,8%) verificaram uma prevalência de deficiência (níveis plasmáticos de 25(OH)D < 20 ng/mL) de 47,9%. 3 ECR (60%) analisaram o impacto da suplementação de vitamina D3 sobre a incidência de câncer. Apenas 1 encontrou uma redução de risco de incidência e mortalidade de câncer avançado. A suplementação com 2000 UI de vitamina D3/dia levou à diminuição do risco de recidiva ou óbito e mortalidade em pacientes com adenocarcinoma de trato digestivo. Somado a isto, a deficiência de 25(OH)D se relacionou a: aumento do risco de câncer (não cutâneo invasivo, mama, colorretal, próstata avançado), bem como a pior prognóstico (câncer de mama, gástrico, pele), presença de metástase e quimiorresistência, aumento do risco de recidiva da doença, maior risco de mortalidade (câncer de próstata) e piora da sobrevida de pacientes com câncer colorretal e gástrico. Notou-se que a deficiência de vitamina D possui elevada prevalência em pacientes oncológicos. A suplementação desta vitamina parece impactar mais significativamente em tumores avançados. O papel do estado de vitamina D e do efeito da suplementação podem variar de acordo com a etnia, idade, duração do estudo, sazonalidade, estado nutricional, estado de vitamina D e presença de comorbidades. Atualmente, no Brasil, são escassos os estudos que avaliam o estado de vitamina D e o impacto de sua suplementação nessa população. Existem dúvidas se os achados de estudos internacionais podem ser generalizados para a população brasileira, por suas diferentes características. Além disso, as doses de vitamina D utilizadas foram independentes do seu estado prévio nos participantes. Portanto, a deficiência de vitamina D possui efeito deletério sobre estes indivíduos e a suplementação, na presença de deficiência, pode ser uma estratégia coadjuvante, econômica e segura de promover melhor cuidado a esta população. Contudo, são necessários mais estudos a longo prazo que avaliem o estado de vitamina D e a sua suplementação em pacientes oncológicos. |
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Estado de vitamina D e suas implicações em pacientes oncológicos: uma revisão sistemáticaDeficiência de vitamina DNeoplasia (Câncer)Colecalciferol (vitamina D3)Deficiência de Vitamina DColecalciferolSuplementos nutricionaisNeoplasiasRevisão sistemáticaCholecalciferolVitamin D deficiencyNeoplasms (cancer)No Brasil, o câncer representa a segunda principal causa de morte e estudos apontam a importância de fatores dietéticos e, em especial, da vitamina D, nesta condição. A deficiência de calcidiol está relacionada à maior incidência de neoplasias, predispondo o desequilíbrio entre as fases do ciclo celular, prevalecendo a proliferação celular à apoptose. Considerando a importância dos níveis adequados de vitamina D e da sua relação com o câncer, este trabalho analisou a prevalência da deficiência e o impacto do estado de vitamina D no prognóstico de pacientes com tumores sólidos. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática da literatura utilizando ensaios clínicos randomizados (ECR) nos idiomas inglês, português e espanhol, de acordo com o protocolo PRISMA. Foram utilizadas as bases de dados Pubmed, Lilacs, Scielo, Ovid MEDLINE e EMBASE para busca de artigos publicados no período entre 2000 e 2021. Dos 41 artigos selecionados, 20 (48,8%) verificaram uma prevalência de deficiência (níveis plasmáticos de 25(OH)D < 20 ng/mL) de 47,9%. 3 ECR (60%) analisaram o impacto da suplementação de vitamina D3 sobre a incidência de câncer. Apenas 1 encontrou uma redução de risco de incidência e mortalidade de câncer avançado. A suplementação com 2000 UI de vitamina D3/dia levou à diminuição do risco de recidiva ou óbito e mortalidade em pacientes com adenocarcinoma de trato digestivo. Somado a isto, a deficiência de 25(OH)D se relacionou a: aumento do risco de câncer (não cutâneo invasivo, mama, colorretal, próstata avançado), bem como a pior prognóstico (câncer de mama, gástrico, pele), presença de metástase e quimiorresistência, aumento do risco de recidiva da doença, maior risco de mortalidade (câncer de próstata) e piora da sobrevida de pacientes com câncer colorretal e gástrico. Notou-se que a deficiência de vitamina D possui elevada prevalência em pacientes oncológicos. A suplementação desta vitamina parece impactar mais significativamente em tumores avançados. O papel do estado de vitamina D e do efeito da suplementação podem variar de acordo com a etnia, idade, duração do estudo, sazonalidade, estado nutricional, estado de vitamina D e presença de comorbidades. Atualmente, no Brasil, são escassos os estudos que avaliam o estado de vitamina D e o impacto de sua suplementação nessa população. Existem dúvidas se os achados de estudos internacionais podem ser generalizados para a população brasileira, por suas diferentes características. Além disso, as doses de vitamina D utilizadas foram independentes do seu estado prévio nos participantes. Portanto, a deficiência de vitamina D possui efeito deletério sobre estes indivíduos e a suplementação, na presença de deficiência, pode ser uma estratégia coadjuvante, econômica e segura de promover melhor cuidado a esta população. Contudo, são necessários mais estudos a longo prazo que avaliem o estado de vitamina D e a sua suplementação em pacientes oncológicos.In Brazil, cancer represents the second leading cause of death and studies point to the importance of dietary factors and, in particular, vitamin D, in this condition. Calcidiol deficiency is related to a higher incidence of neoplasms, predisposing an imbalance between the phases of the cell cycle, with cell proliferation prevailing to apoptosis. Considering the importance of vitamin D levels and their relationship with cancer, this paper analyzed the prevalence of deficiency and the impact of vitamin D status on the prognosis of patients with solid tumors. Therefore, a systematic literature review was carried out using randomized clinical trials (RCT) in English, Portuguese and Spanish, by the PRISMA protocol. Pubmed, Lilacs, Scielo, Ovid MEDLINE, and EMBASE databases were used to search for articles published between 2000 and 2021. Among the selected articles, 20 (48.8%) found a prevalence of deficiency (plasma levels of 25 (OH)D <20 ng/mL) of 47.9%. 3 RCTs (60%) analyzed the impact of vitamin D3 supplementation on a cancer incident. Only 1 found a reduced risk of cancer risk and mortality. Supplementation with 2000 IU of vitamin D3 / day led to a decreased risk of recurrence or death and mortality in patients with adenocarcinoma of the digestive tract. In addition, 25(OH)D deficiency was related to increased risk of cancer (invasive non- cutaneous, breast, colorectal, advanced prostate), as well as a worse prognosis (breast, gastric, skin cancer), presence of metastasis and chemoresistance, increased risk of disease recurrence, increased risk of mortality (prostate cancer) and poorer survival of patients with colorectal and gastric cancer. It was noted that vitamin D deficiency has a high prevalence in cancer patients. Supplementation of this vitamin appears to impact more advanced tumors. The role of vitamin D status and the effect of supplementation may vary according to ethnicity, age, study duration, seasonality, nutritional status, vitamin D status, and presence of comorbidities. Currently, in Brazil, few studies assess the status of vitamin D and the impact of its supplementation in this population. There are doubts whether the findings of international studies can be generalized to a Brazilian population, due to their different characteristics. Furthermore, the doses of vitamin D used were independent of the participants' previous status. Therefore, vitamin D deficiency has a deleterious effect on these subjects, and supplementation, in the presence of deficiency, can be a supporting, economical and safe strategy to promote better care for this population. However, more long-term studies that assess vitamin D status and its supplementation in cancer patients are included.99 f.Cohen, Céliahttp://lattes.cnpq.br/9374012436887761Barroso, Sergio Girãohttp://lattes.cnpq.br/9790785572763247Medeiros, Fernanda Juremahttp://lattes.cnpq.br/2773536701550542http://lattes.cnpq.br/6465231123636981http://lattes.cnpq.br/4967206884586256Padilha, Alice AndradeGuimarães, Juliana de Mello2024-08-22T20:02:28Z2024-08-22T20:02:28Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfPADILHA, Alice Andrade; GUIMARÃES, Juliana de Mello. Estado de vitamina D e suas implicações em pacientes oncológicos: uma revisão sistemática. 2022. 99 f. 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