Evanildo Bechara e a(s) Moderna(s) gramática(s) portuguesa(s): autoria, (re)produção, (re)formulação e circulação de dizeres sobre a língua no/do Brasil no século XX

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Thaís de Araujo da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3397
Resumo: Esta pesquisa versa sobre o funcionamento de dizeres sobre a língua em circulação no Brasil no século XX e tem por objetivo específico compreender a relação estabelecida entre função-autor (Foucault, 2006-2007a; Orlandi, 2007b), forma material da gramática e aquilo que denominamos como imaginário de língua. Para tanto, inscrevendo-nos no lugar de (des)encontro entre a Análise de Discurso, de Pêcheux e Orlandi, e a História das Ideias Linguísticas, de Auroux e Orlandi, tomamos como objetos de análise a primeira e a trigésima sétima edições da Moderna Gramática Portuguesa (MGP) de Evanildo Bechara, publicadas em 1961 e em 1999, respectivamente. A seleção do objeto se deu devido à importância atribuída a Bechara e a(s) essa(s) gramática(s) hoje nas bibliografias tanto dos cursos de Letras como nas de concursos públicos em todo o país. Visando compreender a (re)produção desse imaginário que significa Bechara e os textos filiados ao seu nome como referência fundamental, tivemos, então, de incluir em nossa investigação um corpus secundário composto de textos (auto)biográficos. A leitura desses textos nos possibilitou depreender sentidos em circulação nas distintas conjunturas em que foram publicadas as edições aqui analisadas, os quais foram tomados como pistas, marcas discursivas (isto é, de discursos) a serem perseguidas em nossa análise. Com vistas a alcançar o objetivo específico traçado, fez-se importante refletir sobre a constituição/distinção dos lugares do gramático e do linguista no século XX, bem como dos saberes a esses lugares filiados, na sua relação com o gesto de interpretação-autoria depreendido pelo sujeito ao se significar como autor de compêndios gramaticais. Refletimos também sobre a distinção entre imaginário de língua e língua imaginária (Orlandi; Souza, 1988), sobre a (re)produção do exemplário gramatical e sobre a constituição da gramática como domínio de saber e forma material, isto é, como lugar de materialização de discursos sobre a língua e sobre a metalíngua. Nesse sentido, foi-nos possível compreender o jogo entre manutenção e deslocamento dos sentidos, entre ser a mesma gramática e ser uma gramática outra, jogo este que, como demonstraram as nossas análises, se faz significar no dizer atribuído a Evanildo Bechara a partir da sua inscrição, por ocasião da (re)formulação da 1ª. e da 37ª. edição da MGP, em lugares discursivos distintos
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Para tanto, inscrevendo-nos no lugar de (des)encontro entre a Análise de Discurso, de Pêcheux e Orlandi, e a História das Ideias Linguísticas, de Auroux e Orlandi, tomamos como objetos de análise a primeira e a trigésima sétima edições da Moderna Gramática Portuguesa (MGP) de Evanildo Bechara, publicadas em 1961 e em 1999, respectivamente. A seleção do objeto se deu devido à importância atribuída a Bechara e a(s) essa(s) gramática(s) hoje nas bibliografias tanto dos cursos de Letras como nas de concursos públicos em todo o país. Visando compreender a (re)produção desse imaginário que significa Bechara e os textos filiados ao seu nome como referência fundamental, tivemos, então, de incluir em nossa investigação um corpus secundário composto de textos (auto)biográficos. A leitura desses textos nos possibilitou depreender sentidos em circulação nas distintas conjunturas em que foram publicadas as edições aqui analisadas, os quais foram tomados como pistas, marcas discursivas (isto é, de discursos) a serem perseguidas em nossa análise. Com vistas a alcançar o objetivo específico traçado, fez-se importante refletir sobre a constituição/distinção dos lugares do gramático e do linguista no século XX, bem como dos saberes a esses lugares filiados, na sua relação com o gesto de interpretação-autoria depreendido pelo sujeito ao se significar como autor de compêndios gramaticais. Refletimos também sobre a distinção entre imaginário de língua e língua imaginária (Orlandi; Souza, 1988), sobre a (re)produção do exemplário gramatical e sobre a constituição da gramática como domínio de saber e forma material, isto é, como lugar de materialização de discursos sobre a língua e sobre a metalíngua. Nesse sentido, foi-nos possível compreender o jogo entre manutenção e deslocamento dos sentidos, entre ser a mesma gramática e ser uma gramática outra, jogo este que, como demonstraram as nossas análises, se faz significar no dizer atribuído a Evanildo Bechara a partir da sua inscrição, por ocasião da (re)formulação da 1ª. e da 37ª. edição da MGP, em lugares discursivos distintosCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorCette recherche aborde le fonctionement de dires sur la langue en circulation au Brésil au XXème siècle et elle a comme objectif spécifique de réfléchir sur la relation établie entre la fonction-auteur (Foucault, 2006-2007a ; Orlandi, 2007b), forme matérielle de la grammaire et ce que nous avons nommé imaginaire de langue. Pour cela, nous nous situons au lieu d’articulation entre l’Analyse de Discours, de Pêcheux et Orlandi, et l’Histoire des Idées Linguistiques, de Auroux et Orlandi. Nous avons pris comme object de l’analyse la première et la trentième septième éditions de la Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bechara, publiée en 1961 et 1999, respectivement. La sélection de l’object s’est effectuée en fonction de l’importance atribuée à Bechara et à cette(s) grammaire(s) aujourd’hui dans les bibliographies non seulement de la majorité de cours de Lettres mais aussi dans les bibliographies de concours publics dans le pays entier. Cherchant à comprendre la (re)production de cet imaginaire qui signifie Bechara et les textes liés à son nom comme référence fondamentale, nous avons inclus, donc, dans notre enquête un corpus secondaire composé de textes (auto)biographiques. La lecture de ces textes nous a rendu possible inférer des sens en circulation dans les différentes conjonctures dans lesquelles les éditions analysés ont été publiées. Ces sens ont été pris comme pistes, marques discursifs (c’est-à-dire du discours) qu’on a poursuivi dans notre analyse. Pour atteindre notre objectif spécifique, la réflexion sur la constitution/ distinction des lieux du grammairien et du linguiste au XXème siècle s’est faite importante, aussi bien que sur les savoirs à ces deux lieux liés, par rapport à la relation du geste d’interpretation-paternité du sujet quand il se signifie comme auteur de grammaires. On a réfléchi aussi à la distinction entre l’imaginaire de langue et la langue imaginaire (Orlandi ; Souza, 1988), à la (re)production des exemples grammaticaux et à la constitution de la grammaire comme domaine de savoir et forme matérielle, c’est-à-dire comme lieu de matérialisation de discours sur la langue et sur la métalangue. Dans ce sens, nous avons pu comprendre le jeu entre le maintenance et le déplacement des sens, entre être la même grammaire et être une autre grammaire, un jeu qui, comme nos analyses ont démontré, se fait signifier dans les dires atribués à Evanildo Bechara à partir de son inscription, pour l’occasion de la (re)formulation de la 1ère et de la 37ème édition de la MGP, dans des lieux discoursifs différentsMedeiros, Vanise Gomes deFournier, Jean-MarieDias, Luiz FranciscoBaldini, LauroAzeredo, José CarlosCosta, Thaís de Araujo da2017-04-19T14:50:16Z2017-04-19T14:50:16Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/3397CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-01-25T21:32:18Zoai:app.uff.br:1/3397Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-01-25T21:32:18Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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