A contrarreforma psiquiátrica: uma análise dos ataques à saúde mental pública
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/28730 |
Resumo: | Em 1944, a psiquiatra Nise Magalhães da Silveira começa seu trabalho no Hospital Psiquiátrico Pedro II. Lá, iniciou-se um manejo com a saúde mental que consistia na humanização dos pacientes psiquiátricos. Seu trabalho a época sofreu pesadas críticas, principalmente no que se refere à resistência de Nise aos métodos tradicionais de tratamento a época, como a eletroconvulsoterapia e a lobotomia. Depois, ano de 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia visita ao Brasil e conhece o hospital colônia de Barbacena e, após a sua visita afirmou que a única experiência semelhante fora quando conheceu os Campos de concentração nazistas. Este episódio foi um duro golpe na lógica de tratamento em saúde mental à época baseado no trancamento em manicômios. Em resposta a esse golpe e em meio à efervescência política da redemocratização, nasce o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental – MTSM, e em 1987, o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial – MNLA. Depois, em 2001, o marco legal da reforma psiquiátrica, batizada de lei Paulo Delgado, a lei no 10.216, que propõe tratamento em liberdade com serviços ambulatoriais. Entretanto, a partir de 2015 com o fortalecimento de forças conservadoras de extrema-direita, vemos a emergência de uma nova forma de tratar, outra vez centrada no trancamento, na negação dos direitos enfim, em um modelo manicomial. A presente monografia tem o objetivo de analisar o movimento de contrarreforma psiquiátrica e elucidar seus pontos e argumentos bem como a forma que se deu de 2015 a 2022. A metodologia se deu a partir da análise historiográfica dos artigos jornalísticos e a partir da matéria de lei produzida no período seguindo nesse sentido. Conclui-se que, com a escalada autoritária de 2016, os grupos de interesse contrários ao modelo antimanicomial, fizeram modificações, não extinguindo, mas corrompendo a reforma psiquiátrica e seus efeitos, de modo a tentar blindar seu poderio econômico a partir de um modelo que seja forçadamente capaz de conviver com os manicômios sem serem eles mesmos manicomiais |
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A contrarreforma psiquiátrica: uma análise dos ataques à saúde mental públicaSaúde mentalContrarreforma psiquiátricaSUSLuta antimanicomialPessoa mentalmente doenteTratamento psiquiátricoManicômioMental healthPsychiatric counter-reformationHealthcareAnti-asylum fightEm 1944, a psiquiatra Nise Magalhães da Silveira começa seu trabalho no Hospital Psiquiátrico Pedro II. Lá, iniciou-se um manejo com a saúde mental que consistia na humanização dos pacientes psiquiátricos. Seu trabalho a época sofreu pesadas críticas, principalmente no que se refere à resistência de Nise aos métodos tradicionais de tratamento a época, como a eletroconvulsoterapia e a lobotomia. Depois, ano de 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia visita ao Brasil e conhece o hospital colônia de Barbacena e, após a sua visita afirmou que a única experiência semelhante fora quando conheceu os Campos de concentração nazistas. Este episódio foi um duro golpe na lógica de tratamento em saúde mental à época baseado no trancamento em manicômios. Em resposta a esse golpe e em meio à efervescência política da redemocratização, nasce o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental – MTSM, e em 1987, o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial – MNLA. Depois, em 2001, o marco legal da reforma psiquiátrica, batizada de lei Paulo Delgado, a lei no 10.216, que propõe tratamento em liberdade com serviços ambulatoriais. Entretanto, a partir de 2015 com o fortalecimento de forças conservadoras de extrema-direita, vemos a emergência de uma nova forma de tratar, outra vez centrada no trancamento, na negação dos direitos enfim, em um modelo manicomial. A presente monografia tem o objetivo de analisar o movimento de contrarreforma psiquiátrica e elucidar seus pontos e argumentos bem como a forma que se deu de 2015 a 2022. A metodologia se deu a partir da análise historiográfica dos artigos jornalísticos e a partir da matéria de lei produzida no período seguindo nesse sentido. Conclui-se que, com a escalada autoritária de 2016, os grupos de interesse contrários ao modelo antimanicomial, fizeram modificações, não extinguindo, mas corrompendo a reforma psiquiátrica e seus efeitos, de modo a tentar blindar seu poderio econômico a partir de um modelo que seja forçadamente capaz de conviver com os manicômios sem serem eles mesmos manicomiaisIn 1944, Nise Magalhães da Silveira began her work at Pedro II Psychiatric Hospital. There, she started a mental health care that consists in humanization of psychiatric pacients. Her work ath that time received heavy criticisms especially due to Nise’s resistance against traditional methods at that time such as electroconvulsive therapy and lobotomy. Later, in the year of 1979, the italian psychiatrist Franco Basaglia visits Brazil and knows Barbacena Colony Hospital and, after his visit, claims that the only similar experience he had was when he visited Nazi concentration camps. This episode was a hard blow at the logic of treatment in mental health at that time, based on asylum lock down. In response to this blow, and amidst the political booming of redemocratization, the Movement of Mental Health Workers was born, and the same way, in 1987, the National Movement of Anti-asylum Fight. Later, in 2001, the legal framework of the Psychiatric Reform, named Paulo Delgado law, the law no 10.216, that proposes free treatment with ambulatorial services. However, from 2015, with the far-right wing conservative forces getting stronger, we’ve seen the emergence of a new way to treat, once again centred on lock down, on rights negation, at long last, on an asylum model. The present monography has the objective of analyse the movement of psychiatric counterreformation and elucidate its points of view and arguments as well as the way it happened between 2015 and 2022. The methodology used is the historiographic analysis of journalistic articles and from matter of law ratified on this period that addresses this issue. It is concluded that, with the authoritarian escalation since 2016, the interest groups opposite to the anti-asylum model, made changes, not extinguishing, but corrupting the Psychiatric Reform and its effects, so that they can shield their economic power through a model that is forced to coexist with asylums without being asylum supporters themselves40 p.Freire, Flávia Helena Miranda de Araújohttp://lattes.cnpq.br/6853549958776132Soares, Alexandre Barbarahttp://lattes.cnpq.br/6519956371324328Dias, Rafael Mendonçahttp://lattes.cnpq.br/5273772103735545Gabriel, Thiago Vilela2023-05-09T22:14:25Z2023-05-09T22:14:25Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfGABRIEL, Thiago Vilela. A contrarreforma psiquiátrica: uma análise dos ataques à saúde mental pública. 2022. 40 f. 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