Estudo da atividade de derivados semissintéticos e sintéticos nas formas evolutivas de Trypanosoma cruzi e linhagem celular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lechuga, Guilherme Curty
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/5155
Resumo: Diversos compostos sintéticos e semissintéticos com atividade anti-Trypanossoma cruzi vem sendo pesquisados na tentativa de desenvolver um fármaco alternativo para a Doença de Chagas, tendo em vista, que os atuais medicamentos empregados, para o tratamento desta doença, Nifurtimox e Benznidazol, têm sua eficácia limitada, ambos só tratam a fase aguda, e produzem diversos efeitos adversos. Algumas substâncias foram selecionadas após testes de triagem para observação qualitativa da atividade tripanomicida em formas epimastigotas. Foi avaliada então quantitativamente essa atividade em duas formas evolutivas do parasito: epimastigota, forma multiplicativa no intestino do barbeiro e amastigota, forma multiplicativa intracelular. Para avaliação da citotoxidade foram utilizadas células Vero. Observou-se que o composto quinolínico JN 14 e a naftoquinona NPPN3375 apresentaram baixa citotoxidade e alta atividade tripanomicida. A quinolina JN 14 apresentou no período de 120 horas uma CL50 na cepa Y, cinco vezes menor do que o Benznidazol que é fármaco utilizado atualmente para tratamento da Doença de Chagas. A JN 14, na concentração de 12,5μM, reduziu em 70% o índice endocítico em células Vero infectadas com amastigotas. A naftoquinona NPPN3375 foi o composto que apresentou maior atividade letal matando 90% dos epimastigotas da cepa Y em 72 horas de exposição. Foi observado no estudo que a atividade anti-T. cruzi dos compostos são dependentes do tempo de exposição e também da concentração da droga. Quanto maior a concentração maior a ação da droga contra o parasito. Também foi observado que as cepas Dm28 e Y possuem diferentes graus de resistências à ação dos compostos. Esses resultados corroboram as diferenças encontradas entre as cepas Dm 28c e Y, Tc I e Tc II respectivamente, e a susceptibilidade destes parasitos a diferentes tratamentos quimioterápicos. Testes preliminares com a quinolina JN14 e o derivado naftoquinônico NPPN3375 foram realizados para analisar o conteúdo de DNA dos parasitos tratados com essas substâncias durante 72 horas, foi observado que apesar dos compostos atuarem no DNA, este não parece ser o principal alvo de ação destas substâncias, tendo em vista, que o controle positivo que é a β-lapachona induziu cerca de três vezes mais a fragmentação do DNA em epimastigotas (61%), contra apenas 20% do derivado naftoquinônico NPPN3375, que teve uma atividade tripanomicida similar a β-lapachona. A quinolina JN14 pareceu atuar pouco na indução da fragmentação do DNA, apenas 15%. Este estudo indica que os derivados quinolínicos e naftoquinônicos testados podem representar um futuro e promissor tratamento para Doença de chagas. Porém, mais estudos precisam ser realizados para elucidar o mecanismo de ação destes compostos, bem como testes in vivo.
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Foi avaliada então quantitativamente essa atividade em duas formas evolutivas do parasito: epimastigota, forma multiplicativa no intestino do barbeiro e amastigota, forma multiplicativa intracelular. Para avaliação da citotoxidade foram utilizadas células Vero. Observou-se que o composto quinolínico JN 14 e a naftoquinona NPPN3375 apresentaram baixa citotoxidade e alta atividade tripanomicida. A quinolina JN 14 apresentou no período de 120 horas uma CL50 na cepa Y, cinco vezes menor do que o Benznidazol que é fármaco utilizado atualmente para tratamento da Doença de Chagas. A JN 14, na concentração de 12,5μM, reduziu em 70% o índice endocítico em células Vero infectadas com amastigotas. A naftoquinona NPPN3375 foi o composto que apresentou maior atividade letal matando 90% dos epimastigotas da cepa Y em 72 horas de exposição. Foi observado no estudo que a atividade anti-T. cruzi dos compostos são dependentes do tempo de exposição e também da concentração da droga. Quanto maior a concentração maior a ação da droga contra o parasito. Também foi observado que as cepas Dm28 e Y possuem diferentes graus de resistências à ação dos compostos. Esses resultados corroboram as diferenças encontradas entre as cepas Dm 28c e Y, Tc I e Tc II respectivamente, e a susceptibilidade destes parasitos a diferentes tratamentos quimioterápicos. Testes preliminares com a quinolina JN14 e o derivado naftoquinônico NPPN3375 foram realizados para analisar o conteúdo de DNA dos parasitos tratados com essas substâncias durante 72 horas, foi observado que apesar dos compostos atuarem no DNA, este não parece ser o principal alvo de ação destas substâncias, tendo em vista, que o controle positivo que é a β-lapachona induziu cerca de três vezes mais a fragmentação do DNA em epimastigotas (61%), contra apenas 20% do derivado naftoquinônico NPPN3375, que teve uma atividade tripanomicida similar a β-lapachona. A quinolina JN14 pareceu atuar pouco na indução da fragmentação do DNA, apenas 15%. Este estudo indica que os derivados quinolínicos e naftoquinônicos testados podem representar um futuro e promissor tratamento para Doença de chagas. Porém, mais estudos precisam ser realizados para elucidar o mecanismo de ação destes compostos, bem como testes in vivo.Several synthetic and semi synthetic compounds with activity against Trypanosoma cruzi has been studied in an attempt to develop an alternative drug for Chagas disease, in order that the current drugs used to treat this disease, nifurtimox and benznidazole, have limited effect, both only treat the acute phase, and produce various adverse effects. Some substances were selected after screening tests for qualitative observation of the activity in epimastigote forms. Then it was quantitatively evaluated this activity in two forms of the parasite, epimastigote, multiplicative form in the intestine of the vector and intracellular amastigote multiplicative form. To evaluate the cytotoxicity, Vero cells were used. It was observed that the quinoline, JN14 and the naphthoquinone derivate NPPN3375, showed low cytotoxicity and high trypanocidal activity. The quinoline JN14 performed in 120 hours an LC50 in Y strain, five times smaller than the Benznidazole drug that is currently used for treatment of Chagas disease. The JN 14 at a concentration of 12,5μM decreased by 70% the rate of the endocytic index in Vero cells infected with amastigotes. The NPPN3375 naphthoquinone derivate was the most active compound had lethal killing 90% of the Y strain epimastigotes in 72 hours of exposure. Has been observed that the compounds are time and concentration dependent, in other words, the higher the concentration and time of exposure, the greater the action of the drug against the parasite. It was also observed that the strains Dm28 and Y have different degrees of resistance to the action of the compounds. These results confirm the differences between the Dm 28c and Y strains, Tc I and Tc II respectively, and the susceptibility of these parasites strains to different chemotherapy treatments. Preliminary tests with the quinoline derivative JN14 and naphthoquinones NPPN3375 were performed to analyze the DNA content of parasites treated with these substances for 72 hours, although it was observed that the compounds act in theDNA, this does not seem to be the main target of action of these substances, in order tha, the positive control which is the compound β-Lapachone, induced about tree times more DNA fragments in epimastigote forms(61%), compared to only 20% of the NPPN3375 naphthoquinone derivate, whitch had an similar trypanocidal activity of β-Lapachone. The quinoline JN14 doesn’t seem to act in the induction of DNA fragmentation, it rates only 15%. This study indicates that quinolines and naphthoquinones tested compounds may represent a promising future treatment for Chagas disease. However, more studies are needed to elucidate the target of these compounds and in vivo tests.Bourguignon, Saulo CabralSouto Maior, Cláudia Maria Antunes UchôaNascimento, Samara Braga doLechuga, Guilherme Curty2017-11-07T17:45:03Z2017-11-07T17:45:03Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/5155Aluno de GraduaçãoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-08-06T18:00:04Zoai:app.uff.br:1/5155Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-08-06T18:00:04Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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