Análise comparativa dos níveis séricos de creatinina entre brancos, pardos e negros de uma população brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barcellos, Roberto Carlos de Brito
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4708
Resumo: Introdução: Na população norte-americana, os níveis séricos de creatinina em negros são habitualmente maiores do que na população branca, pois estes possuem reconhecidamente maior massa muscular. Esta diferença justificou a partir do ano de 2006, o emprego nos Estados Unidos da América de um ajuste pela raça quando se utiliza as fórmulas para a estimativa das taxas de filtração glomerular (TFG). Questionamos se este ajuste pode ser empregado na população brasileira cuja origem e miscigenação são bastante diferentes da população norte-americana, sem a criação de um viés. Objetivo: O objetivo principal do presente estudo foi de avaliar e comparar os níveis séricos de creatinina em brancos, pardos e negros em uma amostra da população brasileira discutindo a necessidade do uso ajuste pela raça nas fórmulas que empregam a creatinina nesta população. Material e métodos: Os resultados foram extraídos de um estudo de população oriundo do Programa Médico de Família de Niterói (PMF), RJ. A análise da creatinina foi feita pelo método de Jaffé. Compararam-se os níveis séricos de creatinina entre brancos, pardos e negros classificados segundo critérios do IBGE. Posteriormente, foram estimadas as TFGs empregando-se a fórmula Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) com e sem ajuste pela raça. Resultados: Um total de 712 participantes (54,7% do sexo feminino) tiveram seus níveis séricos de creatinina analisados. A média de idade da população foi de 43 ± 12 anos. Trinta por cento eram brancos, 43 % pardos e 27% negros. A média da creatinina nos homens foi maior que a das mulheres (0,99 ± 0,23 mg/dl vs. 0,77 ± 0,17 mg/dl, p<0.001). Entretanto, não foram identificadas diferenças significativas nos níveis séricos de creatinina entre brancos (0,86 ± 22 mg/dl), pardos (0,87 ± 22 mg/dl) e negros (0,88 ± 25 mg/dl). Os níveis séricos de creatinina em mulheres brancas, pardas e negras foram respectivamente 0,76 ± 0,15 mg/dl, 0,77 ± 0,17 mg/dl e 0,79 ± 0,17 mg/dl. Os valores correspondentes para homens foram respectivamente 1,00 ± 0,23 mg/dl, 0,98 ± 0,19 mg/dl e 1,01 ± 0,30 mg/dl. Ao se utilizar a fórmula da CKD-EPI sem ajuste pela raça, não houve diferença significativa entre brancos, pardos e negros. Entretanto, se o ajuste pela raça tivesse sido aplicado, os valores da TFG teriam sido significativamente maiores (p< 0,001) resultando em um erro. Conclusão: Não houve diferença significativa nos níveis de creatinina sérica entre brancos, pardos e negros na população estudada. O emprego do ajuste pelo fator raça na população brasileira poderia trazer um viés no cálculo da TFG, superestimando os valores para pardos e negros
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Objetivo: O objetivo principal do presente estudo foi de avaliar e comparar os níveis séricos de creatinina em brancos, pardos e negros em uma amostra da população brasileira discutindo a necessidade do uso ajuste pela raça nas fórmulas que empregam a creatinina nesta população. Material e métodos: Os resultados foram extraídos de um estudo de população oriundo do Programa Médico de Família de Niterói (PMF), RJ. A análise da creatinina foi feita pelo método de Jaffé. Compararam-se os níveis séricos de creatinina entre brancos, pardos e negros classificados segundo critérios do IBGE. Posteriormente, foram estimadas as TFGs empregando-se a fórmula Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) com e sem ajuste pela raça. Resultados: Um total de 712 participantes (54,7% do sexo feminino) tiveram seus níveis séricos de creatinina analisados. A média de idade da população foi de 43 ± 12 anos. Trinta por cento eram brancos, 43 % pardos e 27% negros. A média da creatinina nos homens foi maior que a das mulheres (0,99 ± 0,23 mg/dl vs. 0,77 ± 0,17 mg/dl, p<0.001). Entretanto, não foram identificadas diferenças significativas nos níveis séricos de creatinina entre brancos (0,86 ± 22 mg/dl), pardos (0,87 ± 22 mg/dl) e negros (0,88 ± 25 mg/dl). Os níveis séricos de creatinina em mulheres brancas, pardas e negras foram respectivamente 0,76 ± 0,15 mg/dl, 0,77 ± 0,17 mg/dl e 0,79 ± 0,17 mg/dl. Os valores correspondentes para homens foram respectivamente 1,00 ± 0,23 mg/dl, 0,98 ± 0,19 mg/dl e 1,01 ± 0,30 mg/dl. Ao se utilizar a fórmula da CKD-EPI sem ajuste pela raça, não houve diferença significativa entre brancos, pardos e negros. Entretanto, se o ajuste pela raça tivesse sido aplicado, os valores da TFG teriam sido significativamente maiores (p< 0,001) resultando em um erro. Conclusão: Não houve diferença significativa nos níveis de creatinina sérica entre brancos, pardos e negros na população estudada. O emprego do ajuste pelo fator raça na população brasileira poderia trazer um viés no cálculo da TFG, superestimando os valores para pardos e negrosBackground: Serum creatinine levels are usually higher among black people in the United States due to increased muscle mass justifying the addition of race adjustment in creatinine-based equations to estimate glomerular filtration rate (GFR). We speculate if this adjustment would create a bias when used in the Brazilian population whose origin and racial admixture is quite different from the American people. Objective: The aim of the present study was to assess if serum creatinine levels are different between white, brown (mixed-race background) and black people in a Brazilian population. Methods: Data were extracted from a community-based health program in Brazil. We compared serum creatinine levels in self-defined white, black and brown adults. Additionally, we also estimated GFR using the Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) equation, with and without race adjustment. Results: A total of 712 participants (54.7% females, 43 ± 12 years old) were enrolled. Thirty percent of the subjects were white, 43% brown and 27% black. As expected, males had serum creatinine higher than females (0.99 ± 0.23 mg/dl vs. 0.77 ± 0.17 mg/dl, p<0.001). However, no significant differences were found between whites (0,86 ± 22 mg/dl), brown (0,87 ± 22 mg/dl) and blacks (0,88 ± 25 mg/dl). Serum creatinine levels for white, brown and black females were 0.76 ± 0.15 mg/dl, 0.77 ± 0.17 mg/dl and 0.79 ± 0.17 mg/dl, respectively. Correspondent values for males were 1.00 ± 0.23 mg/dl, 0.98 ± 0.19 mg/dl and 1.01 ± 0.30 mg/dl, respectively. When using the CKD-EPI equation without race adjustment, the eGFR was not different between white, brown and black subjects. However, if race-adjustment were adopted, estimated GFR values for Blacks would be significantly higher than for Whites (p<0.001). Conclusion: No significant differences in serum creatinine levels were found between white, brown and black people in this sample of a Brazilian population. It raises the question if the race-adjustment in creatinine-based equations for GFR estimation in our population would be appropriatedNiteróiMatos, Jorge Paulo Strogoff deAlmeida, Jorge ReisLima, Maurilo de Nazaré deGraciano, Miguel LuisSantos, Sérgio Fernando Ferreira dosCruz Filho, Rubens Antunes daLugon, Jocemir RonaldoBarcellos, Roberto Carlos de Brito2017-09-28T14:52:43Z2017-09-28T14:52:43Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/4708Aluno de mestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-04-20T17:54:20Zoai:app.uff.br:1/4708Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:10:27.738490Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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