Avaliação do perfil de susceptibilidade aos microbianos de Staphylococcus aureus provenientes de cultua de secreções, identificados no Hospital Universitário Antonio Pedro durante um período de três anos

• Autor(a) principal: Almeida, Juliana Araújo Rangel de
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28394
• topic: Staphylococcus aureus; Resistência; MRSA; MSSA; Staphylococcus aureus; Resistência microbiana a medicamento; Resistência a antibióticos; Staphylococcus aureus resistente à meticilina; Staphylococcus aureus; Resistance; MRSA; MSSA

Staphylococcus aureus é uma bactéria do grupo dos cocos gram-positivos, podendo fazer parte da microbiota normal de cerca de 30% da população humana, mas que pode tornar-se um agente etiológico comum em infecções de origem hospitalar e comunitária. É um dos microrganismos mais frequentemente associados à óbito entre pneumonias e infecção de corrente sanguínea de origem hospitalar. Essa bactéria pode apresentar resistência à várias classes de antibióticos, o que pode proporcionar um aumento nas taxas de incidência de infecções e aumento nos custos associados aos cuidados do indivíduo hospitalizado, por exemplo. O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de susceptibilidade de Staphylococcus aureus isolados de cultura de secreções pela rotina microbiológica do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Niterói, entre 2017 e 2019. Para tal, foram analisados os laudos microbiológicos emitidos pelo Serviço de Patologia Clínica do HUAP, em que foram identificadas 220 cepas de S. aureus durante o período avaliado. Podemos observar que a taxa de isolamento de S. aureus ao longo dos três anos analisados se manteve constante, com o isolamento de 77 (35%), 73 (33%) e 70 (32%) amostras nos anos de 2017, 2018 e 2019, respectivamente. Dentre elas, podemos observar que a maioria das amostras foi isolada de secreções de pele e partes moles (131; 60%). De maneira geral, 96 amostras foram identificadas como MRSA, correspondendo à uma taxa de isolamento de 43,6% ao longo dos três anos. A partir da análise do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos testados, 92,3% das amostras foram resistentes à penicilina, 45% à eritromicina, 31,4% à clindamicina e 15,9% à gentamicina, além de uma (0,4%) e duas (0,9%) amostras resistentes à linezolida e daptomicina, respectivamente. Altas taxas de susceptibilidade foram observadas para vancomicina (100%), rifampicina (98,2%) e minociclina (97,3%), independente da resistência à oxacilina. Contudo, não houve diferença na distribuição da resistência antimicrobiana ao longo dos anos avaliados. Ao compararmos o perfil de susceptibilidade das amostras resistentes à meticilina (MRSA) com amostras sensíveis à mesma (MSSA), observamos que as amostras MSSA tiveram maiores taxas de resistência à clindamicina e gentamicina, enquanto as amostras MRSA, ao sulfametoxazol/trimetroprim e a penicilina. Sendo assim, concluímos que a maioria das amostras isoladas na rotina de “cultura de secreções” do HUAP são relacionadas à pele e partes moles, tendo sido observado uma alta taxa de isolamento de cepas MRSA ao longo dos três anos. Além disso, amostras MSSA apresentaram maiores taxas de resistência à clindamicina e gentamicina quando comparadas a amostras MRSA. Logo, torna-se relevante a continuação de estudos que objetivam avaliar o perfil de susceptibilidade e a taxa de isolamento de amostras S aureus em hospitais brasileiros, a fim de contribuir com o melhor entendimento da epidemiologia dessas infecções, evitando a disseminação dessas amostras nos ambientes estudados.