O PORTO DO AÇU (RJ): A SUPEREXPLORAÇÃO DO TRABALHO E OS CONFLITOS SÓCIO-ESPACIAIS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza Barreto, Nina Maria
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33862
Resumo: O atual período capitalista de Globalização é marcado por extrema complexidade em todas as esferas sociais, e o estudo do espaço geográfico e dos conflitos sócio-espaciais ganha destaque ainda maior nesse contexto. A região Norte Fluminense está inserida nesta lógica de transformações globais com a instalação do Porto do Açu, o maior porto-indústria da América Latina. O V Distrito do Açu, em São João da Barra (RJ), vem sofrendo com a transformação de sua área rural em área de expansão industrial, o que tem gerado inúmeros impactos e conflitos como desapropriação de pequenos produtores (AGB, 2012), desorganização da agricultura familiar, greves e manifestações de trabalhadores da construção civil através do fechamento de rodovias e paralisação das obras como forma de denunciar a exploração do trabalho praticada pelas empresas que se instalaram na região. Nesta perspectiva, defendemos a atualidade do conceito de superexploração de Ruy Mauro Marini (2000) como ferramenta de análise dos processos relacionados ao complexo portuário do Açu e da ação de suas empresas, desde 2007 aos dias atuais. A hipótese desta pesquisa é que a acumulação capitalista na região apresenta uma dinâmica multiescalar e se assenta em duas bases: primeiro, o controle de terras, via expulsões com conivência do Estado e o segundo, de maior interesse para esta pesquisa, através da superexploração do trabalho praticada pelas empresas envolvidas no empreendimento, sendo a maior consequência de todo esse processo o aparecimento de conflitos entre os diversos atores envolvidos, mais especificamente, os trabalhadores da construção civil e as empresas. O objetivo principal da pesquisa é compreender a espacialidade das ações empreendidas por esses trabalhadores, sua forma de organização, e como propõe Souza (2013): entender a dimensão espacial dessa resistência, a partir da ideia de que o conflito social é parte das relações sociais e de poder (Ramos, 2003). A metodologia do trabalho é qualitativa, baseada em revisão bibliográfica, análise documental, consulta a periódicos e entrevistas.
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