Perfil dos pacientes com doença do refluxo gastroesofágico atendidos no ambulatório de doenças do esôfago do Hospital Universitário Antônio Pedro - UFF

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arnez Vasquez, Claudia Maribel
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/30282
Resumo: A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é a doença esofágica mais comum no mundo 8-33%, atingindo 12% da população brasileira. É uma condição crônica decorrente do fluxo retrógado do conteúdo gástrico em direção ao esôfago, cavidade oral ou pulmões, ocasionando sintomas incômodos e/ou complicações. Apresenta-se sob a forma não erosiva (DRNE), na qual ocorrem sintomas na ausência de erosões à endoscopia e sob a forma erosiva (DRE), onde existem sintomas e erosões. As manifestações clínicas são pirose, regurgitação, dor torácica e queixas extraesofagianas como tosse crônica, asma, disfonia e pigarro. A DRNE ocorre em 70% dos pacientes com pirose e acomete principalmente mulheres e pacientes não obesos. Observou-se também uma taxa de resposta menor ao tratamento neste grupo, o que se deve à inclusão de indivíduos cujas manifestações decorrem de hipersensibilidade visceral. O conhecimento do perfil clínico-epidemiológico da população local é fundamental para um adequado planejamento do serviço. Objetivo: Determinar a prevalência das doenças esofagianas nos pacientes do Ambulatório de Doenças do Esôfago do HUAP; incluindo a DRGE e suas formas DRE e DRNE; definir o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes nestas duas categorias e comparar os resultados com a literatura. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo com coleta de dados dos prontuários de pacientes atendidos no período de janeiro de 2014 a fevereiro de 2018. Os prontuários apresentavam informações sobre anamnese, exame clínico completo e endoscopia digestiva alta quando havia. Como preconiza a rotina do ambulatório, os pacientes com diagnóstico de DRNE ou DRE receberam tratamento com IBP (Inibidor de Bomba de Prótons) e posteriormente a resposta foi classificada como completa, parcial ou falha. Foi analisada a prevalência das doenças do esôfago na amostra estudada e comparou-se os grupos de DRNE e DRE em relação à distribuição por sexos, idade, obesidade, prevalência de pirose, disfagia e regurgitação como queixa principal, duração dos sintomas e resposta ao tratamento. Todos os dados foram lançados em planilha do SPSS versão 25 e fixou-se o nível de significância em 5% (p = 0,05). Resultados: Entre 164 pacientes, a DRGE foi o diagnóstico mais comum (56,1%), seguido de acalasia (19,5%), esofagite eosinofílica (4,3%), estenose não péptica (3,7%), pirose funcional (2,4%), espasmo esofagiano difuso (0,6%), esôfago em quebra-nozes (0,6%), pseudodiverticulose intramural esofágica (0,6%) e miscelânea (12,2%). A DRGE apresentou-se como DRNE em 54,2% dos casos e como DRE nos 45,8% restantes. A média de idade foi semelhante nos 2 subgrupos, acometendo principalmente indivíduos na 6ª década. Houve predominância do sexo feminino em ambas as categorias, assim como a pirose foi a queixa principal mais comum. A segunda queixa mais prevalente foi disfagia, com predomínio no grupo de DRNE, o que sugere a participação de distúrbios motores. A duração da sintomatologia foi longa em ambos os grupos (6 - 7 anos) e observou-se um maior percentual de pacientes obesos na categoria de DRE (57,1% X 18,8%) (p=0,029). Não houve falha de resposta ao tratamento, mas apenas 48% e 44% obtiveram resposta completa nos grupos de DRE e DRNE respectivamente. Conclusão: A doença esofagiana mais prevalente no Ambulatório de Doenças do Esôfago do HUAP foi a DRGE, na sua forma não erosiva e erosiva. Embora iniciais, os dados obtidos sobre o perfil clínico-epidemiológico desta doença permitem um melhor conhecimento da população local, possibilitando uma melhor adequação do serviço prestado.
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A DRNE ocorre em 70% dos pacientes com pirose e acomete principalmente mulheres e pacientes não obesos. Observou-se também uma taxa de resposta menor ao tratamento neste grupo, o que se deve à inclusão de indivíduos cujas manifestações decorrem de hipersensibilidade visceral. O conhecimento do perfil clínico-epidemiológico da população local é fundamental para um adequado planejamento do serviço. Objetivo: Determinar a prevalência das doenças esofagianas nos pacientes do Ambulatório de Doenças do Esôfago do HUAP; incluindo a DRGE e suas formas DRE e DRNE; definir o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes nestas duas categorias e comparar os resultados com a literatura. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo com coleta de dados dos prontuários de pacientes atendidos no período de janeiro de 2014 a fevereiro de 2018. Os prontuários apresentavam informações sobre anamnese, exame clínico completo e endoscopia digestiva alta quando havia. Como preconiza a rotina do ambulatório, os pacientes com diagnóstico de DRNE ou DRE receberam tratamento com IBP (Inibidor de Bomba de Prótons) e posteriormente a resposta foi classificada como completa, parcial ou falha. Foi analisada a prevalência das doenças do esôfago na amostra estudada e comparou-se os grupos de DRNE e DRE em relação à distribuição por sexos, idade, obesidade, prevalência de pirose, disfagia e regurgitação como queixa principal, duração dos sintomas e resposta ao tratamento. Todos os dados foram lançados em planilha do SPSS versão 25 e fixou-se o nível de significância em 5% (p = 0,05). Resultados: Entre 164 pacientes, a DRGE foi o diagnóstico mais comum (56,1%), seguido de acalasia (19,5%), esofagite eosinofílica (4,3%), estenose não péptica (3,7%), pirose funcional (2,4%), espasmo esofagiano difuso (0,6%), esôfago em quebra-nozes (0,6%), pseudodiverticulose intramural esofágica (0,6%) e miscelânea (12,2%). A DRGE apresentou-se como DRNE em 54,2% dos casos e como DRE nos 45,8% restantes. A média de idade foi semelhante nos 2 subgrupos, acometendo principalmente indivíduos na 6ª década. Houve predominância do sexo feminino em ambas as categorias, assim como a pirose foi a queixa principal mais comum. A segunda queixa mais prevalente foi disfagia, com predomínio no grupo de DRNE, o que sugere a participação de distúrbios motores. A duração da sintomatologia foi longa em ambos os grupos (6 - 7 anos) e observou-se um maior percentual de pacientes obesos na categoria de DRE (57,1% X 18,8%) (p=0,029). Não houve falha de resposta ao tratamento, mas apenas 48% e 44% obtiveram resposta completa nos grupos de DRE e DRNE respectivamente. Conclusão: A doença esofagiana mais prevalente no Ambulatório de Doenças do Esôfago do HUAP foi a DRGE, na sua forma não erosiva e erosiva. Embora iniciais, os dados obtidos sobre o perfil clínico-epidemiológico desta doença permitem um melhor conhecimento da população local, possibilitando uma melhor adequação do serviço prestado.Gastroesophageal Reflux Disease (GERD) is the most common esophageal disease in the occident, reaching 12% of Brazilians. It is a chronic condition defined by the retrograde flow of gastric contents towards the esophagus, oral cavity or lungs, which causes disturbing symptoms and/or complications. GERD presents as non-erosive disease (NERD), when symptoms occur without erosions at endoscopy and erosive disease (ERD), when there are symptoms and erosions. Clinical manifestations are heartburn, regurgitation, chest pain and extra-esophageal symptoms such as chronic cough, asthma, dysphonia and throat irritation. 70% of patients with complaints regarding heartburn have NERD, which affects mainly women and non-obese individuals. A lower treatment response rate was observed in this group, probably due to the occurrence of visceral hypersensitivity. Learning about the clinical and epidemiological profile of the local population has a key role in designing a suitable service. Objective: To ascertain the prevalence of esophageal diseases in patients at the Esophageal Diseases Outpatient Clinic – HUAP, spanning GERD and its variations ERD and NERD; to define the clinical and epidemiological profile of these two categories and compare results with literature data. Patients and Methods: Retrospective study based on collection of medical records’ data of patients assisted from January 2014 to February 2018. The medical records presented information about anamnesis, complete clinical examination and upper digestive endoscopy when there were. As recommended by the outpatient clinic routine, patients diagnosed with NERD or ERD were treated with PPIs (Proton Pump Inhibitor) and their response was classified as complete, partial or failure. The prevalence of the various esophageal diseases on studied sample was analyzed and NERD/ERD groups were compared according to gender, age, obesity, prevalence of heartburn, dysphagia and regurgitation as the main complaint, symptoms duration and treatment response rate. The collected data was uploaded into the SPSS v 25 at a significance level of 5% (p=0.05). Results: Among 164 patients, GERD was the most frequent (56,1%), followed by achalasia (19,5%), eosinophilic esophagitis (4,3%), peptic stenosis (3,7%), functional heartburn (2,4%), diffuse esophageal spasm (0,6%), nutcreaker esophagus (0,6%), esophageal intramural pseudodiverticulosis (0,6%) and miscellaneous (12,2%). NERD occurred in 54,2% of patients, while ERD in 45,8%. The average age was similar in both subgroups and the mainly affected age band was the 6th decade. The great majority was female in both categories and heartburn was the most common complaint. The second most common symptom was dysphagia, mostly on NERD group, which suggests the participation of motor disorders. Symptoms’ duration was long for both groups (6 to 7 years) and there was a major percentage of obese individuals in ERD group (57,1% x 18,8%) (p= 0,029). No treatment failure was recorded, although only 48% and 44% reached a full response on ERD and NERD groups, respectively. Conclusion: GERD was the most prevalent esophageal disease in Esophageal Diseases Outpatient Clinics – HUAP, both in its erosive and non-erosive subtypes. Even though it was an initial study, the acquired information allows a better local population understanding, which may enable an adequate planning of the service provided.59 f.Biccas, Beatriz Nuneshttp://lattes.cnpq.br/8419223739644585Silva, Agostinho Soares dahttp://lattes.cnpq.br/7336154577010007Mugayar Filho, Jorgehttp://lattes.cnpq.br/4482317055857069Costa, Marcia Henriques de Magalhãeshttp://lattes.cnpq.br/0142991091136417http://lattes.cnpq.br/3800084123284755Arnez Vasquez, Claudia Maribel2023-09-11T17:18:37Z2023-09-11T17:18:37Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfARNEZ VASQUEZ, Claudia Maribel. Perfil dos pacientes com doença do refluxo gastroesofágico atendidos no ambulatório de doenças do esôfago do Hospital Universitário Antônio Pedro - UFF. 2018. 59 f. 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description A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é a doença esofágica mais comum no mundo 8-33%, atingindo 12% da população brasileira. É uma condição crônica decorrente do fluxo retrógado do conteúdo gástrico em direção ao esôfago, cavidade oral ou pulmões, ocasionando sintomas incômodos e/ou complicações. Apresenta-se sob a forma não erosiva (DRNE), na qual ocorrem sintomas na ausência de erosões à endoscopia e sob a forma erosiva (DRE), onde existem sintomas e erosões. As manifestações clínicas são pirose, regurgitação, dor torácica e queixas extraesofagianas como tosse crônica, asma, disfonia e pigarro. A DRNE ocorre em 70% dos pacientes com pirose e acomete principalmente mulheres e pacientes não obesos. Observou-se também uma taxa de resposta menor ao tratamento neste grupo, o que se deve à inclusão de indivíduos cujas manifestações decorrem de hipersensibilidade visceral. O conhecimento do perfil clínico-epidemiológico da população local é fundamental para um adequado planejamento do serviço. Objetivo: Determinar a prevalência das doenças esofagianas nos pacientes do Ambulatório de Doenças do Esôfago do HUAP; incluindo a DRGE e suas formas DRE e DRNE; definir o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes nestas duas categorias e comparar os resultados com a literatura. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo com coleta de dados dos prontuários de pacientes atendidos no período de janeiro de 2014 a fevereiro de 2018. Os prontuários apresentavam informações sobre anamnese, exame clínico completo e endoscopia digestiva alta quando havia. Como preconiza a rotina do ambulatório, os pacientes com diagnóstico de DRNE ou DRE receberam tratamento com IBP (Inibidor de Bomba de Prótons) e posteriormente a resposta foi classificada como completa, parcial ou falha. Foi analisada a prevalência das doenças do esôfago na amostra estudada e comparou-se os grupos de DRNE e DRE em relação à distribuição por sexos, idade, obesidade, prevalência de pirose, disfagia e regurgitação como queixa principal, duração dos sintomas e resposta ao tratamento. Todos os dados foram lançados em planilha do SPSS versão 25 e fixou-se o nível de significância em 5% (p = 0,05). Resultados: Entre 164 pacientes, a DRGE foi o diagnóstico mais comum (56,1%), seguido de acalasia (19,5%), esofagite eosinofílica (4,3%), estenose não péptica (3,7%), pirose funcional (2,4%), espasmo esofagiano difuso (0,6%), esôfago em quebra-nozes (0,6%), pseudodiverticulose intramural esofágica (0,6%) e miscelânea (12,2%). A DRGE apresentou-se como DRNE em 54,2% dos casos e como DRE nos 45,8% restantes. A média de idade foi semelhante nos 2 subgrupos, acometendo principalmente indivíduos na 6ª década. Houve predominância do sexo feminino em ambas as categorias, assim como a pirose foi a queixa principal mais comum. A segunda queixa mais prevalente foi disfagia, com predomínio no grupo de DRNE, o que sugere a participação de distúrbios motores. A duração da sintomatologia foi longa em ambos os grupos (6 - 7 anos) e observou-se um maior percentual de pacientes obesos na categoria de DRE (57,1% X 18,8%) (p=0,029). Não houve falha de resposta ao tratamento, mas apenas 48% e 44% obtiveram resposta completa nos grupos de DRE e DRNE respectivamente. Conclusão: A doença esofagiana mais prevalente no Ambulatório de Doenças do Esôfago do HUAP foi a DRGE, na sua forma não erosiva e erosiva. Embora iniciais, os dados obtidos sobre o perfil clínico-epidemiológico desta doença permitem um melhor conhecimento da população local, possibilitando uma melhor adequação do serviço prestado.
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