Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Resende, Mariana Linhares Pereira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11053
Resumo: A presente pesquisa, que se filia ao escopo teórico da Análise de Discurso da escola francesa, objetiva analisar o funcionamento do rap underground, a partir de um corpus constituído por letras de músicas do álbum A marcha fúnebre prossegue, produzido no ano de 2001, pelo grupo paulista de rap Facção Central, com base nas noções de língua imaginária e língua fluida (Orlandi, 2002) e de ordem e organização da língua (Orlandi, 1996). Partimos do conceito de resistência proposto por Pêcheux (1980). A hipótese que norteou as análises foi a de que esse sujeito enunciador, o rapper, resiste ao sentido de língua, tal como a gramática procura estabelecer; de trabalho, tal como a formação ideológica capitalista busca sedimentar e de movimento musical, tal como a mídia tenta cristalizar. As pistas com as quais trabalhamos o material foram as formas que, gramatical e linguisticamente, marcam os efeitos de causa, adversidade, condição e negação, chamadas de conjunções coordenativas ou subordinativas e de advérbios. Passamos, ainda, por uma breve análise das denominações, a fim de que pudéssemos ter acesso aos sentidos sobre o outro representado no discurso do rap underground do grupo Facção Central. A análise permitiu que verificássemos a existência de duas matrizes de sentidos, ou formações discursivas, em relação de oposição: a da barbárie e a questionadora. Permitiu também verificar que o sujeito-rapper, embora no fio discursivo se signifique de modo oposto aos sentidos historicamente sustentados como “oficiais”, devido à interpelação ideológica e ao funcionamento do inconsciente, se cole aos sentidos da FD da barbárie, contra a qual deveria se opor. Assim, embora resista a alguns sentidos da FD da barbárie, o discurso do rap underground produzido pelo Facção Central não é capaz de romper com a formação ideológica que domina seus processos de identificação: a ideologia capitalista, na sua realização neoliberal
id UFF-2_fca7c0fe34002157ceb85883ed5e4cd6
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/11053
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre ProssegueAnálise de discursoResistênciaImaginárioHip hopResistência à línguaLíngua fluidaLíngua imagináriaAnálise do discursoLíngua francesaRap (Música)Discourse analysisResistanceImaginaryHip hopResistance to languageFluid languageImaginary languageA presente pesquisa, que se filia ao escopo teórico da Análise de Discurso da escola francesa, objetiva analisar o funcionamento do rap underground, a partir de um corpus constituído por letras de músicas do álbum A marcha fúnebre prossegue, produzido no ano de 2001, pelo grupo paulista de rap Facção Central, com base nas noções de língua imaginária e língua fluida (Orlandi, 2002) e de ordem e organização da língua (Orlandi, 1996). Partimos do conceito de resistência proposto por Pêcheux (1980). A hipótese que norteou as análises foi a de que esse sujeito enunciador, o rapper, resiste ao sentido de língua, tal como a gramática procura estabelecer; de trabalho, tal como a formação ideológica capitalista busca sedimentar e de movimento musical, tal como a mídia tenta cristalizar. As pistas com as quais trabalhamos o material foram as formas que, gramatical e linguisticamente, marcam os efeitos de causa, adversidade, condição e negação, chamadas de conjunções coordenativas ou subordinativas e de advérbios. Passamos, ainda, por uma breve análise das denominações, a fim de que pudéssemos ter acesso aos sentidos sobre o outro representado no discurso do rap underground do grupo Facção Central. A análise permitiu que verificássemos a existência de duas matrizes de sentidos, ou formações discursivas, em relação de oposição: a da barbárie e a questionadora. Permitiu também verificar que o sujeito-rapper, embora no fio discursivo se signifique de modo oposto aos sentidos historicamente sustentados como “oficiais”, devido à interpelação ideológica e ao funcionamento do inconsciente, se cole aos sentidos da FD da barbárie, contra a qual deveria se opor. Assim, embora resista a alguns sentidos da FD da barbárie, o discurso do rap underground produzido pelo Facção Central não é capaz de romper com a formação ideológica que domina seus processos de identificação: a ideologia capitalista, na sua realização neoliberalThis research, under the scope of the french school of Discourse Analysis, aims to analyze the underground rap operation, based on a corpus constituted by song lyrics from the album A marchafúnebreprossegue, released in 2001, by a rap crew from São Paulo called Facção Central, with the theoretical contribution of some concepts proposed by Orlandi: imaginary language and fluid language (2009),and language order and language organization (1996). The concept of resistance, proposed by Pêcheux (1980), is the point from where we have started our studies. Our analysis were guided by the hypothesis that the enunciator-subject, the rapper, resists to the meaning of language, such as grammar establishes; of work, such as the capitalist ideological formation tries to determine; and, finally, of musical movement, such as media tries to dictate. Our clues were the forms that, linguistically and grammatically, show the effects of cause, adversity, condition and denial, known as coordinative and subordinating conjunctions and adverbs.We went through a quick analysis of some designations, in order to access the built meanings about the other one, described on the underground rap produced by Facção Central crew. The analysis allowed to verify the existence of two patterns of meanings, also called discursive formation, which maintains a conflicted relationship between them: barbarism and questioning discursive formations. The analysis also allowed to see that the rapper-subject, although from inside of the discursive line, means himself conflicting to the historically sustained as “official” meanings, due to the ideological interpellation and to the unconscious operation, sticks himself to the meanings originated from the barbarism formation, against what he should stand. Thus, although resists to some meanings of the barbarism formation, the underground rap speeches we have analyzed, produced by Facção Central, are not able to disrupt with the ideological formation, which rules their identification processes: the capitalism ideology, under the neoliberalism way155 f.Mariani, Bethania Sampaio CorrêaBaalbaki, AngelaMedeiros, VaniseResende, Mariana Linhares Pereira2019-08-30T13:44:23Z2019-08-30T13:44:23Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/11053openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-01-18T19:34:04Zoai:app.uff.br:1/11053Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-01-18T19:34:04Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
title Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
spellingShingle Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
Resende, Mariana Linhares Pereira
Análise de discurso
Resistência
Imaginário
Hip hop
Resistência à língua
Língua fluida
Língua imaginária
Análise do discurso
Língua francesa
Rap (Música)
Discourse analysis
Resistance
Imaginary
Hip hop
Resistance to language
Fluid language
Imaginary language
title_short Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
title_full Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
title_fullStr Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
title_full_unstemmed Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
title_sort Rapensando discursivamente o imaginário sobre a resistência em A Marcha Fúnebre Prossegue
author Resende, Mariana Linhares Pereira
author_facet Resende, Mariana Linhares Pereira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Mariani, Bethania Sampaio Corrêa
Baalbaki, Angela
Medeiros, Vanise
dc.contributor.author.fl_str_mv Resende, Mariana Linhares Pereira
dc.subject.por.fl_str_mv Análise de discurso
Resistência
Imaginário
Hip hop
Resistência à língua
Língua fluida
Língua imaginária
Análise do discurso
Língua francesa
Rap (Música)
Discourse analysis
Resistance
Imaginary
Hip hop
Resistance to language
Fluid language
Imaginary language
topic Análise de discurso
Resistência
Imaginário
Hip hop
Resistência à língua
Língua fluida
Língua imaginária
Análise do discurso
Língua francesa
Rap (Música)
Discourse analysis
Resistance
Imaginary
Hip hop
Resistance to language
Fluid language
Imaginary language
description A presente pesquisa, que se filia ao escopo teórico da Análise de Discurso da escola francesa, objetiva analisar o funcionamento do rap underground, a partir de um corpus constituído por letras de músicas do álbum A marcha fúnebre prossegue, produzido no ano de 2001, pelo grupo paulista de rap Facção Central, com base nas noções de língua imaginária e língua fluida (Orlandi, 2002) e de ordem e organização da língua (Orlandi, 1996). Partimos do conceito de resistência proposto por Pêcheux (1980). A hipótese que norteou as análises foi a de que esse sujeito enunciador, o rapper, resiste ao sentido de língua, tal como a gramática procura estabelecer; de trabalho, tal como a formação ideológica capitalista busca sedimentar e de movimento musical, tal como a mídia tenta cristalizar. As pistas com as quais trabalhamos o material foram as formas que, gramatical e linguisticamente, marcam os efeitos de causa, adversidade, condição e negação, chamadas de conjunções coordenativas ou subordinativas e de advérbios. Passamos, ainda, por uma breve análise das denominações, a fim de que pudéssemos ter acesso aos sentidos sobre o outro representado no discurso do rap underground do grupo Facção Central. A análise permitiu que verificássemos a existência de duas matrizes de sentidos, ou formações discursivas, em relação de oposição: a da barbárie e a questionadora. Permitiu também verificar que o sujeito-rapper, embora no fio discursivo se signifique de modo oposto aos sentidos historicamente sustentados como “oficiais”, devido à interpelação ideológica e ao funcionamento do inconsciente, se cole aos sentidos da FD da barbárie, contra a qual deveria se opor. Assim, embora resista a alguns sentidos da FD da barbárie, o discurso do rap underground produzido pelo Facção Central não é capaz de romper com a formação ideológica que domina seus processos de identificação: a ideologia capitalista, na sua realização neoliberal
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012
2019-08-30T13:44:23Z
2019-08-30T13:44:23Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://app.uff.br/riuff/handle/1/11053
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/11053
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1807838728077443072