Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tsai, Yi Jing
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22709
Resumo: Esta dissertação pretende explorar o uso dos memes como recurso de campanha negativa apócrifa durante uma disputa eleitoral. A corrida presidencial de 2018 no Brasil foi marcada por uma forte polarização política e ataques entre os candidatos. Esse movimento também foi observado entre os eleitores, que criavam e compartilhavam memes de internet com o intuito de criticar os presidenciáveis. A estratégia de um candidato atacar o oponente é conhecida como campanha negativa e nem sempre é bem-vista pelos eleitores, que preferem que os candidatos se concentrem em debater propostas. Pesquisadores da área também divergem em relação aos efeitos dessa prática. Uma vertente alega que as ofensas trocadas entre os concorrentes trazem benefícios para a democracia por oferecer informações adicionais que podem auxiliar o eleitor a escolher seu candidato e outra linha de investigação defende que a campanha negativa afasta os cidadãos do processo eleitoral. Visando evitar uma possível rejeição por ofender o oponente, o candidato pode delegar o ataque a terceiros ou ocultar a autoria da ofensiva. É nesse sentido que os memes, pela comum ausência de identificação de seu criador, podem ser recursos favoráveis para campanha negativa. Assim, apresento o conceito de campanha negativa apócrifa para designar a estratégia de ataque realizado pelos eleitores por meio de conteúdo gerado por usuário (CGU) cuja autoria é difícil identificar. Para explorar essa concepção, analisei os conteúdos de ofensas a Jair Bolsonaro e Fernando Haddad – os dois candidatos que disputaram o segundo turno da Presidência – que circularam no Twitter durante os cinco principais debates televisivos. Com auxílio de um livro de código elaborado para a pesquisa e adotando a metodologia da análise de conteúdo, procurei analisar os aspectos particulares aos memes e à sua circulação nas mídias sociais como recursos para campanha negativa. Os resultados obtidos mostram que a mobilização por meio de memes com intuito de atacar Bolsonaro foi mais frequente no Twitter do que contra o candidato petista. Devido à vitória ao militar na eleição, compreendo, então, que os memes de ataque analisados se mostraram mais como uma manifestação de rejeição do que como um elemento explícito de persuasão eleitoral.
id UFF-2_fd91babbae623c1bec3786e7d13ba715
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/22709
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018MemesCampanha negativa apócrifaPolíticaEleição presidencial no Brasil em 2018TwitterMemeCampanha eleitoralTwitter (Site de relacionamentos)MemesApocryphal negative campaignPolitics2018 Brazilian presidential electionTwitterEsta dissertação pretende explorar o uso dos memes como recurso de campanha negativa apócrifa durante uma disputa eleitoral. A corrida presidencial de 2018 no Brasil foi marcada por uma forte polarização política e ataques entre os candidatos. Esse movimento também foi observado entre os eleitores, que criavam e compartilhavam memes de internet com o intuito de criticar os presidenciáveis. A estratégia de um candidato atacar o oponente é conhecida como campanha negativa e nem sempre é bem-vista pelos eleitores, que preferem que os candidatos se concentrem em debater propostas. Pesquisadores da área também divergem em relação aos efeitos dessa prática. Uma vertente alega que as ofensas trocadas entre os concorrentes trazem benefícios para a democracia por oferecer informações adicionais que podem auxiliar o eleitor a escolher seu candidato e outra linha de investigação defende que a campanha negativa afasta os cidadãos do processo eleitoral. Visando evitar uma possível rejeição por ofender o oponente, o candidato pode delegar o ataque a terceiros ou ocultar a autoria da ofensiva. É nesse sentido que os memes, pela comum ausência de identificação de seu criador, podem ser recursos favoráveis para campanha negativa. Assim, apresento o conceito de campanha negativa apócrifa para designar a estratégia de ataque realizado pelos eleitores por meio de conteúdo gerado por usuário (CGU) cuja autoria é difícil identificar. Para explorar essa concepção, analisei os conteúdos de ofensas a Jair Bolsonaro e Fernando Haddad – os dois candidatos que disputaram o segundo turno da Presidência – que circularam no Twitter durante os cinco principais debates televisivos. Com auxílio de um livro de código elaborado para a pesquisa e adotando a metodologia da análise de conteúdo, procurei analisar os aspectos particulares aos memes e à sua circulação nas mídias sociais como recursos para campanha negativa. Os resultados obtidos mostram que a mobilização por meio de memes com intuito de atacar Bolsonaro foi mais frequente no Twitter do que contra o candidato petista. Devido à vitória ao militar na eleição, compreendo, então, que os memes de ataque analisados se mostraram mais como uma manifestação de rejeição do que como um elemento explícito de persuasão eleitoral.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis dissertation intends to explore the use of memes as an apocryphal negative campaign resource during an electoral dispute. The 2018 presidential race in Brazil was marked by strong political polarization and attacks among candidates. This movement was also observed among voters, who created and shared internet memes in order to criticize presidential candidates. A candidate's strategy of attacking an opponent is known as a negative campaign and is not always well received by voters, who prefer candidates to focus on debating proposals. Researchers also differ in relation to the effects of this practice. One strand claims that the offenses exchanged between the competitors benefits democracy by offering additional information that can help voters choose their candidate and another line of investigation argues that the negative campaign distances citizens from the electoral process. In order to avoid a possible rejection for offending the opponent, the candidate can delegate the attack to third parties or hide the authorship of the offensive. In these sense that memes, due to its common lack of identification of their creator, can be a good resources for a negative campaign. Thus, I present the concept of apocryphal negative campaign to designate the attack strategy perpetrated by the electorate through user generated content (UGC) whose authorship is difficult to identify. To explore these idea, I analyzed UGC that offends Jair Bolsonaro and Fernando Haddad – the two candidates that face each other in the presidential election’s second round – that circulated on Twitter during the debates on the five major television networks. Using a codebook developed for this research and adopting content analysis as research method, I analyzed the particular aspects of memes and their circulation on social media as resources for negative campaign. The results indicate that the mobilization through memes to attack Bolsonaro was more frequent on Twitter than against the Workers Party candidate. Due to Bolsonaro victory in the election, I comprehend, therefore, that the memes analyzed were shown more as a manifestations of voter rejection than as an explicit element of electoral persuasion.131f.Chagas, ViktorPolivanov, BeatrizBorba, Felipehttp://lattes.cnpq.br/8652518344592783Tsai, Yi Jing2021-07-20T19:25:30Z2021-07-20T19:25:30Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfTSAI, Yi Jing. Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018. 2021. 131 p. Dissertação (Mestrado em Comunicação)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.https://app.uff.br/riuff/handle/1/22709Aluno de Mestradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-08-24T20:31:58Zoai:app.uff.br:1/22709Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:00:09.089811Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
title Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
spellingShingle Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
Tsai, Yi Jing
Memes
Campanha negativa apócrifa
Política
Eleição presidencial no Brasil em 2018
Twitter
Meme
Campanha eleitoral
Twitter (Site de relacionamentos)
Memes
Apocryphal negative campaign
Politics
2018 Brazilian presidential election
Twitter
title_short Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
title_full Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
title_fullStr Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
title_full_unstemmed Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
title_sort Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018
author Tsai, Yi Jing
author_facet Tsai, Yi Jing
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Chagas, Viktor
Polivanov, Beatriz
Borba, Felipe
http://lattes.cnpq.br/8652518344592783
dc.contributor.author.fl_str_mv Tsai, Yi Jing
dc.subject.por.fl_str_mv Memes
Campanha negativa apócrifa
Política
Eleição presidencial no Brasil em 2018
Twitter
Meme
Campanha eleitoral
Twitter (Site de relacionamentos)
Memes
Apocryphal negative campaign
Politics
2018 Brazilian presidential election
Twitter
topic Memes
Campanha negativa apócrifa
Política
Eleição presidencial no Brasil em 2018
Twitter
Meme
Campanha eleitoral
Twitter (Site de relacionamentos)
Memes
Apocryphal negative campaign
Politics
2018 Brazilian presidential election
Twitter
description Esta dissertação pretende explorar o uso dos memes como recurso de campanha negativa apócrifa durante uma disputa eleitoral. A corrida presidencial de 2018 no Brasil foi marcada por uma forte polarização política e ataques entre os candidatos. Esse movimento também foi observado entre os eleitores, que criavam e compartilhavam memes de internet com o intuito de criticar os presidenciáveis. A estratégia de um candidato atacar o oponente é conhecida como campanha negativa e nem sempre é bem-vista pelos eleitores, que preferem que os candidatos se concentrem em debater propostas. Pesquisadores da área também divergem em relação aos efeitos dessa prática. Uma vertente alega que as ofensas trocadas entre os concorrentes trazem benefícios para a democracia por oferecer informações adicionais que podem auxiliar o eleitor a escolher seu candidato e outra linha de investigação defende que a campanha negativa afasta os cidadãos do processo eleitoral. Visando evitar uma possível rejeição por ofender o oponente, o candidato pode delegar o ataque a terceiros ou ocultar a autoria da ofensiva. É nesse sentido que os memes, pela comum ausência de identificação de seu criador, podem ser recursos favoráveis para campanha negativa. Assim, apresento o conceito de campanha negativa apócrifa para designar a estratégia de ataque realizado pelos eleitores por meio de conteúdo gerado por usuário (CGU) cuja autoria é difícil identificar. Para explorar essa concepção, analisei os conteúdos de ofensas a Jair Bolsonaro e Fernando Haddad – os dois candidatos que disputaram o segundo turno da Presidência – que circularam no Twitter durante os cinco principais debates televisivos. Com auxílio de um livro de código elaborado para a pesquisa e adotando a metodologia da análise de conteúdo, procurei analisar os aspectos particulares aos memes e à sua circulação nas mídias sociais como recursos para campanha negativa. Os resultados obtidos mostram que a mobilização por meio de memes com intuito de atacar Bolsonaro foi mais frequente no Twitter do que contra o candidato petista. Devido à vitória ao militar na eleição, compreendo, então, que os memes de ataque analisados se mostraram mais como uma manifestação de rejeição do que como um elemento explícito de persuasão eleitoral.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-07-20T19:25:30Z
2021-07-20T19:25:30Z
2021
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv TSAI, Yi Jing. Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018. 2021. 131 p. Dissertação (Mestrado em Comunicação)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.
https://app.uff.br/riuff/handle/1/22709
Aluno de Mestrado
identifier_str_mv TSAI, Yi Jing. Bolsolixo versus Malddad: o uso dos memes para campanha negativa apócrifa no Twitter nas eleições de 2018. 2021. 131 p. Dissertação (Mestrado em Comunicação)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.
Aluno de Mestrado
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/22709
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1811823632573267968