Taxas de cesárea em Chapecó Santa Catarina: uma análise da classificação de dez grupos de Robson

• Autor(a) principal: Reinicke, Rafaela
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
• Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4807
• topic: Obstetrícia; Especialidades cirúrgicas; Gravidez; Parto; Cesárea

A cesariana é uma cirurgia que, com indicações precisas e quando realizada de maneira segura, contribui para a redução da mortalidade materna e neonatal. No entanto, vem sendo utilizada de forma indiscriminada e devido às altas taxas de cesáreas em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde preconizou a adoção da Classificação de Robson, para tentar reduzir as taxas de cesáreas realizadas de maneiras desnecessárias. Esta pesquisa teve como objetivo conhecer a classificação de Robson das gestantes submetidas à cesárea em Chapecó, Santa Catarina. Trata-se de uma pesquisa quantitativa descritiva exploratória, de abordagem estatística descritiva multivariada, do tipo análise de fator. A pesquisa foi realizada na Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó, na Vigilância Epidemiológica, para a coleta de dados documental nas Declarações de Nascidos Vivos. Estes dados alimentaram a Planilha de Robson que foi preenchida com o número total de cesáreas de cada grupo, o número total de partos de cada grupo, o tamanho do grupo, em porcentagem, em relação ao total de partos, a porcentagem de cesáreas de cada grupo e a contribuição absoluta e relativa de cada grupo para a taxa de cesárea. O resultado desta pesquisa demonstrou que a taxa geral de cesáreas das gestantes de Chapecó, no ano de 2017, foi de 66,3%. No estabelecimento, majoritariamente, público essa taxa foi de 58%, no estabelecimento privado essa taxa alcançou 91,6%. O grupo de Robson que mais contribuiu na taxa absoluta de cesárea foi o 5 (multípara com uma ou mais cesárea anterior, único, cefálico, 37 semanas), com uma taxa de 22,1% e o 2 (nulíparas, único, cefálico, 37 semanas, trabalho de parto induzido ou cesárea antes do trabalho de parto), com uma taxa de 19,5%. Estes grupos foram os que mais contribuíram para a taxa de cesárea também no estabelecimento majoritariamente público, grupo 5 com 21,1% e grupo 2 com 14,7%, e no estabelecimento privado, grupo 5 com 25,5% e grupo 2 com 33,7%. Este resultado permite que ações específicas de educação sejam realizadas e direcionadas ao grupo de mulheres que, predominantemente, são submetidas a cesáreas desnecessárias. Também instiga os cursos de Enfermagem e Medicina para planejarem a formação profissional em saúde, com vistas a modificarem o perfil da realidade.