Educação para a cidadania: a autonomia em Kant e Freire

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Muzzatto, Egidiane Michelotto
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1778
Resumo: Esse estudo tem como objetivo propor uma alternativa de educação para a cidadania e autonomia na contemporaneidade a partir das teorias educacionais de Immanuel Kant (1724 – 1804) e Paulo Freire (1921 - 1997). Parte-se do pressuposto de que, para haver condições igualitárias de vida é necessário que a sociedade seja composta por indivíduos esclarecidos, críticos e ativos. Para tanto, há de investir-se na educação humana alicerçada na compreensão e exercício da autonomia. Sem autonomia não há promoção humana, mas heteronomia, opressão e passividade. Nesse sentido, situados em contextos físico e cronológico distintos, um no séc. XVIII outro no séc. XX, Kant e Freire partem do princípio de que a educação é instrumento necessário para o desenvolvimento humano e que esta se dá continuamente, ao longo da vida, nas áreas teórica e prática. Kant concluiu que o ser humano não nasce moral, mas torna-se moral. Dessa maneira, a instrução visa promover o uso adequado da razão, compreendida como superior aos instintos. Deste modo, agindo de maneira autônoma externa e internamente o indivíduo tornar-se livre, alcança o esclarecimento. Engajado nos movimentos sociais, Freire desenvolveu um arquétipo pedagógico que concebe a pessoa humana em sua totalidade, inserida em um contexto espacial, cultural e temporal. A educação é, nesse sentido, uma ação para e com o social, político e antropológico. Dessa maneira, compete à educação preparar os indivíduos para lerem concretamente o mundo, compreendendo a dinâmica das relações, sinalizando situações de heteronomia e protagonizando mudanças na conjuntura pessoal e coletiva. Os aspectos defendidos por Kant e Freire fornecem elementos para uma educação para a contemporaneidade. Sabe-se que o cidadão deste século diferencia-se do cidadão do final do séc. XX. Dessa maneira, a educação também precisa ser diferente. Não basta ensinar a técnica, há de educar para a concretude da vida, agregando à formação valores éticos, estéticos e morais. Assim, espera-se um indivíduo preparado para viver em totalidade - pessoal e social. Deste modo, um indivíduo apto para os desafios: um cidadão. Diante disso, a proposta para este início de século é a educação para a cidadania democrática. Entendida como um sistema educacional que forma para a integralidade da vida é desenvolvida sobre três pontos fundamentais a ser considerados nos currículos escolares: a cidadania universal, o pensamento crítico e a imaginação narrativa (NUSSBAUM, 2015). Para tanto, além dos principais pensadores, os seguintes autores são tomados como referências: Rousseau (1999), Canivez (1991), Carvalho (2008), Covre-Manzini (1991), Dalbosco (2011), Dubet (2011), Flickinger (2004), Giddens (2002), Hall (2003), Marshall (1967), Nodari (2011), Palma Filho (1998), Reale e Antiseri (2004), Romanelli (1999), Zatti (2007) e Nussbaum (2015). Nesse sentido, com base metodológica na hermenêutica gadameriana, essa dissertação preocupa-se em tratar dos aspectos históricos da cidadania, autonomia e educação; da filosofia educacional kantiana e da pedagogia freireana; e, por fim, da possibilidade para o enfrentamento dos desafios deste tempo: uma educação para a cidadania democrática.
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spelling Pereira, Thiago IngrassiaLoss, Adriana SaleteDalbosco, Cláudio AlmirPereira, Thiago IngrassiaMuzzatto, Egidiane Michelotto2017-12-182018-03-12T18:30:29Z2018-03-12T18:30:29Z2018-01-24https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1778Esse estudo tem como objetivo propor uma alternativa de educação para a cidadania e autonomia na contemporaneidade a partir das teorias educacionais de Immanuel Kant (1724 – 1804) e Paulo Freire (1921 - 1997). Parte-se do pressuposto de que, para haver condições igualitárias de vida é necessário que a sociedade seja composta por indivíduos esclarecidos, críticos e ativos. Para tanto, há de investir-se na educação humana alicerçada na compreensão e exercício da autonomia. Sem autonomia não há promoção humana, mas heteronomia, opressão e passividade. Nesse sentido, situados em contextos físico e cronológico distintos, um no séc. XVIII outro no séc. XX, Kant e Freire partem do princípio de que a educação é instrumento necessário para o desenvolvimento humano e que esta se dá continuamente, ao longo da vida, nas áreas teórica e prática. Kant concluiu que o ser humano não nasce moral, mas torna-se moral. Dessa maneira, a instrução visa promover o uso adequado da razão, compreendida como superior aos instintos. Deste modo, agindo de maneira autônoma externa e internamente o indivíduo tornar-se livre, alcança o esclarecimento. Engajado nos movimentos sociais, Freire desenvolveu um arquétipo pedagógico que concebe a pessoa humana em sua totalidade, inserida em um contexto espacial, cultural e temporal. A educação é, nesse sentido, uma ação para e com o social, político e antropológico. Dessa maneira, compete à educação preparar os indivíduos para lerem concretamente o mundo, compreendendo a dinâmica das relações, sinalizando situações de heteronomia e protagonizando mudanças na conjuntura pessoal e coletiva. Os aspectos defendidos por Kant e Freire fornecem elementos para uma educação para a contemporaneidade. Sabe-se que o cidadão deste século diferencia-se do cidadão do final do séc. XX. Dessa maneira, a educação também precisa ser diferente. Não basta ensinar a técnica, há de educar para a concretude da vida, agregando à formação valores éticos, estéticos e morais. Assim, espera-se um indivíduo preparado para viver em totalidade - pessoal e social. Deste modo, um indivíduo apto para os desafios: um cidadão. Diante disso, a proposta para este início de século é a educação para a cidadania democrática. Entendida como um sistema educacional que forma para a integralidade da vida é desenvolvida sobre três pontos fundamentais a ser considerados nos currículos escolares: a cidadania universal, o pensamento crítico e a imaginação narrativa (NUSSBAUM, 2015). Para tanto, além dos principais pensadores, os seguintes autores são tomados como referências: Rousseau (1999), Canivez (1991), Carvalho (2008), Covre-Manzini (1991), Dalbosco (2011), Dubet (2011), Flickinger (2004), Giddens (2002), Hall (2003), Marshall (1967), Nodari (2011), Palma Filho (1998), Reale e Antiseri (2004), Romanelli (1999), Zatti (2007) e Nussbaum (2015). Nesse sentido, com base metodológica na hermenêutica gadameriana, essa dissertação preocupa-se em tratar dos aspectos históricos da cidadania, autonomia e educação; da filosofia educacional kantiana e da pedagogia freireana; e, por fim, da possibilidade para o enfrentamento dos desafios deste tempo: uma educação para a cidadania democrática.The objective of this study is to propose an alternative of education for citizenship and autonomy in contemporaneity from educational theories of Immanuel Kant (1724 – 1804) and Paulo Freire (1921 – 1997). Based on the assumption that, for having equal living conditions, it’s necessary that society is composed by enlightened, critic and active individuals. For this reason, human education must be invested in, based on the understanding and exercise of autonomy. Without autonomy there is no human promotion, but rather heteronomy, oppression and passivity. This way, situated on different physical and chronological contexts, one in the 18th and the other in the 20th centuries, Kant and Freire understand that education is a necessary instrument for human development and it happens continuously, throughout life, in theoretic and practical areas. Kant concluded that human beings aren’t born moral, but become moral. In doing so, instruction aims to promote the adequate use of reason, understood as superior to instincts. Thereby, acting in an autonomous manner both external and internally, the individual becomes free, achieves enlightenment. Engaged in social movements, Freire developed a pedagogical archetype that conceives the human person in its totality, inserted in a spatial, cultural and temporal context. Education is, therefore, an activity towards and together with the social, political and anthropological. Thus, education’s function is to prepare individuals to concretely read the world, understanding the dynamic of relations, indicating situations of heteronomy, bringing changes to personal and collective conjunctures. The aspects defended by Kant and Freire provide elements for an education for contemporaneity. It is known that this century’s citizen differs from the citizen of the late 20th Century. Thus, education also has to be different. Teaching technics is not enough, there must be education for the concreteness of life, aggregating ethical, esthetic and moral values to formation. Therefore, an able individual for challenges: a citizen. As a result, the proposal for this century’s beginning is the education towards democratic citizenship. Understood as an educational system that prepares for life’s integrality, it is developed based on three fundamental points in academic curriculums: universal citizenship, critical thinking and narrative imagination (NUSSBAUM, 2015). Therefore, besides the main thinkers, the following authors are taken as references: Rousseau (1999), Canivez (1991), Carvalho (2008), Covre-Manzini (1991), Dalbosco (2011), Dubet (2011), Flickinger (2004), Giddens (2002), Hall (2003), Marshall (1967), Nodari (2011), Palma Filho (1998), Reale e Antiseri (2004), Romanelli (1999), Zatti (2007) e Nussbaum (2015). This way, methodologically based on Gadamerian hermeneutics, this thesis aims on approaching the historical aspects of citizenship, autonomy and education; of Kantian educational philosophy and Freirean pedagogy; and lastly, the possibility of facing the challenges of this time: an education for democratic citizenship.Submitted by Tania Ivani Rokohl (tania.rokohl@uffs.edu.br) on 2018-03-12T16:37:05Z No. of bitstreams: 1 MUZZATTO.pdf: 935563 bytes, checksum: 9da5b251c55fc4f56600079b37cefc9d (MD5)Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2018-03-12T18:30:29Z (GMT) No. of bitstreams: 1 MUZZATTO.pdf: 935563 bytes, checksum: 9da5b251c55fc4f56600079b37cefc9d (MD5)Made available in DSpace on 2018-03-12T18:30:29Z (GMT). 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