O que se quer dizer quando se diz meio ambiente? as concepções relativas ao meio ambiente, de discentes de uma escola pública periurbana de Goiânia (GO) e as possibilidades de ressignificação
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Data de Publicação: | 2023 |
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Resumo: | Nas últimas décadas, a agenda ambiental se expandiu em várias direções (política, científica, educacional etc.), concomitantemente, os relatórios das diversas instituições científicas mundiais também ganharam proporções acentuadamente alarmantes, pois traçam panoramas de colapso global cada vez mais eminentes. Ou seja, há um descompasso evidente entre aquilo que aprendemos com a ampliação da agenda ambiental e aquilo que colocamos em prática para uma possível redefinição dos rumos trágicos que se anunciam. Tal descompasso parece descortinar dimensões mais complexas entre discentes de escolas públicas de áreas periurbanas. Se, por um lado, eles estão submetidos ao conhecimento sobre meio ambiente advindo dos cânones científicos por meio da internet, dos livros didáticos e da TV, por outro, vivem em áreas em que parte de suas famílias ou vizinhos colocam em prática uma série de conhecimentos oriundos de seus engajamentos no mundo, em diferentes fases de sua vida, sobretudo ao reproduzir, em seus quintais, plantios de espécies que auxiliam na alimentação e no tratamento de doenças. De forma conceitual, esses conhecimentos, forjados por populações ruralizadas em todo o mundo, constituem um cabedal de aprendizagem denominado memória biocultural. Tal impressão de descompasso, em que os engajamentos humanos pouco dialogam com o cabedal didático-científico sobre meio ambiente, fez surgir um questionamento relacionado à compreensão sobre meio ambiente que levou ao desenvolvimento desta pesquisa: como se chegou a tal disrupção, onde parece haver um meio ambiente que se pode observar sem dele tomar parte e outro no qual se vive, porém é apartado do conhecimento mais disseminado sobre meio ambiente? Ao tentar responder a essa pergunta, buscou-se compreender como o meio ambiente logra se tornar conhecido e como nele se vive para um grupo de discentes de uma escola pública periurbana de Goiânia (GO). O meio ambiente se revelou a partir de dois tipos de ecologia: uma convencional e outra da vida. A ecologia convencional se baseia na externalidade de um sujeito cognoscente no mundo, que entende o meio ambiente como o par dicotômico do organismo, que passa ser conhecido a partir da crise ambiental e do cuidado com a natureza. Esse conhecimento é dominante nas imagens sobre meio ambiente na web e nas escolas de um modo geral. A seu turno, a ecologia da vida, colocada em ação nos quintais periurbanos por famílias migrantes, não consegue se separar do meio ambiente para entrar em ação, ou seja, ela é uma ecologia forjada na e pela vida. Ainda assim, esta pesquisa traça um panorama de esperança, pois percebe-se que os conteúdos trabalhados em sala de aula criam alguma ressonância entre os discentes no momento que tais temáticas estão presentes em seus modos de habitar o mundo. |
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Se, por um lado, eles estão submetidos ao conhecimento sobre meio ambiente advindo dos cânones científicos por meio da internet, dos livros didáticos e da TV, por outro, vivem em áreas em que parte de suas famílias ou vizinhos colocam em prática uma série de conhecimentos oriundos de seus engajamentos no mundo, em diferentes fases de sua vida, sobretudo ao reproduzir, em seus quintais, plantios de espécies que auxiliam na alimentação e no tratamento de doenças. De forma conceitual, esses conhecimentos, forjados por populações ruralizadas em todo o mundo, constituem um cabedal de aprendizagem denominado memória biocultural. Tal impressão de descompasso, em que os engajamentos humanos pouco dialogam com o cabedal didático-científico sobre meio ambiente, fez surgir um questionamento relacionado à compreensão sobre meio ambiente que levou ao desenvolvimento desta pesquisa: como se chegou a tal disrupção, onde parece haver um meio ambiente que se pode observar sem dele tomar parte e outro no qual se vive, porém é apartado do conhecimento mais disseminado sobre meio ambiente? Ao tentar responder a essa pergunta, buscou-se compreender como o meio ambiente logra se tornar conhecido e como nele se vive para um grupo de discentes de uma escola pública periurbana de Goiânia (GO). O meio ambiente se revelou a partir de dois tipos de ecologia: uma convencional e outra da vida. A ecologia convencional se baseia na externalidade de um sujeito cognoscente no mundo, que entende o meio ambiente como o par dicotômico do organismo, que passa ser conhecido a partir da crise ambiental e do cuidado com a natureza. Esse conhecimento é dominante nas imagens sobre meio ambiente na web e nas escolas de um modo geral. A seu turno, a ecologia da vida, colocada em ação nos quintais periurbanos por famílias migrantes, não consegue se separar do meio ambiente para entrar em ação, ou seja, ela é uma ecologia forjada na e pela vida. Ainda assim, esta pesquisa traça um panorama de esperança, pois percebe-se que os conteúdos trabalhados em sala de aula criam alguma ressonância entre os discentes no momento que tais temáticas estão presentes em seus modos de habitar o mundo.Nas últimas décadas, a agenda ambiental se expandiu em várias direções (política, científica, educacional etc.), concomitantemente, os relatórios das diversas instituições científicas mundiais também ganharam proporções acentuadamente alarmantes, pois traçam panoramas de colapso global cada vez mais eminentes. Ou seja, há um descompasso evidente entre aquilo que aprendemos com a ampliação da agenda ambiental e aquilo que colocamos em prática para uma possível redefinição dos rumos trágicos que se anunciam. Tal descompasso parece descortinar dimensões mais complexas entre discentes de escolas públicas de áreas periurbanas. Se, por um lado, eles estão submetidos ao conhecimento sobre meio ambiente advindo dos cânones científicos por meio da internet, dos livros didáticos e da TV, por outro, vivem em áreas em que parte de suas famílias ou vizinhos colocam em prática uma série de conhecimentos oriundos de seus engajamentos no mundo, em diferentes fases de sua vida, sobretudo ao reproduzir, em seus quintais, plantios de espécies que auxiliam na alimentação e no tratamento de doenças. De forma conceitual, esses conhecimentos, forjados por populações ruralizadas em todo o mundo, constituem um cabedal de aprendizagem denominado memória biocultural. 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Ainda assim, esta pesquisa traça um panorama de esperança, pois percebe-se que os conteúdos trabalhados em sala de aula criam alguma ressonância entre os discentes no momento que tais temáticas estão presentes em seus modos de habitar o mundo.porUniversidade Federal de GoiásPrograma de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PRPG)UFGBrasilPró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG)Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 Internationalhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessMeio ambienteÁreas periurbanasMemória bioculturalCrise ambientalCuidado com a naturezaEnvironmentPeri-urban areasBiocultural memoryEnvironmental crisisCare for natureCIENCIAS AGRARIAS::RECURSOS FLORESTAIS E ENGENHARIA FLORESTALO que se quer dizer quando se diz meio ambiente? as concepções relativas ao meio ambiente, de discentes de uma escola pública periurbana de Goiânia (GO) e as possibilidades de ressignificaçãoWhat do you mean when you say environment? the conceptions related to the environment of students at a periurban public school in Goiânia (GO) and the possibilities of resignificationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2350050050030155reponame:Repositório Institucional da UFGinstname:Universidade Federal de Goiás (UFG)instacron:UFGLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstreams/5f57d2dc-76f4-4a31-810d-4c73db6714bd/download8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805http://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstreams/f350fe8f-0217-4be1-bba7-603fe72123f2/download4460e5956bc1d1639be9ae6146a50347MD52ORIGINALTese - Marco Aurélio Fernandes Neves - 2023.pdfTese - Marco Aurélio Fernandes Neves - 2023.pdfapplication/pdf5847794http://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstreams/5446ca1e-7eeb-46ff-8faa-90426b7aec52/download71fd34f76cbee7ca81f01e1db7d2f689MD53tede/129822024-10-07 13:26:05.425http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 Internationalopen.accessoai:repositorio.bc.ufg.br:tede/12982http://repositorio.bc.ufg.br/tedeRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.bc.ufg.br/oai/requesttasesdissertacoes.bc@ufg.bropendoar:2024-10-07T16:26:05Repositório Institucional da UFG - Universidade Federal de Goiás (UFG)falseTk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo= |
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