Práticas parentais de mães e pais de bebê: associações com o processo de vinculação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zarske, Suzana Saab de Souza
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4039
Resumo: A presente dissertação encontra-se vinculada às investigações desenvolvidas no Grupo de Pesquisa Processos de Saúde e Desenvolvimento da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) em parceria com a Universidade Estadual Paulista. Insere-se no contexto das relações familiares no qual a qualidade dos cuidados parentais e a vinculação entre pais e filhos têm sido apontadas como fundamentais para o desenvolvimento infantil. Buscou-se investigar as possíveis relações entre práticas parentais maternas e paternas e os respectivos processos de vinculação com seus bebês, com o instrumento de autoaplicação Inventário de Estilos Parentais para Pais e Mães de Bebês (IEPPMB) e a filmagem em condição estruturada, segundo os critérios do Paradigma Face-to-Face Still Face – FFSF. Foram estruturados dois estudos. No Estudo 1 buscou-se descrever as práticas educativas de trinta mães e os processos de vinculação com seus filhos ao terceiro mês de vida. Os escores obtidos para as categorias do IEPPMB e os índices obtidos para as categorias do FFSF foram descritos, comparados e correlacionados. Os resultados indicaram que tanto os bebês como as mães apresentaram, no início da interação, maior frequência de comportamentos de Orientação Social Positiva (OSP) e menor ocorrência para Orientação Social Negativa (OSN). Na retomada da interação, os bebês não se recuperaram, as mães diminuíram significativamente as médias para OSP e não conseguiram acalmá-los. As correlações entre as práticas parentais e as categorias de vinculação mostraram que a presença de práticas negativas diminuiu o comportamento de OSP ao retomar a interação, indicando que mães com esse tipo de prática podem precisar de orientações sobre a importância de rotina e consistência da oferta de cuidados e atenção ao bebê, o que requer intervenções junto a essa população. No Estudo 2, buscou-se descrever e comparar as categorias de vinculação materna e paterna e as práticas parentais avaliadas no terceiro e no sexto mês de vida do bebê, bem como as possíveis correlações entre eles. Dos 30 casais convidados, onze aceitaram participar deste Estudo. A comparação da qualidade da vinculação entre os bebês e seus pais e mães não apresentou diferenças significativas, indicando que a vinculação dos bebês é de boa qualidade com ambos e com frequência alta de comportamentos interativos positivos. Entre as práticas negativas, a prática de negligência foi significativamente maior entre os pais no terceiro mês. No sexto mês, embora não haja diferença significativa entre os grupos, as mães pioram suas práticas apresentando práticas de negligência semelhantes aos pais e ambos mantiveram a prática de Disciplina Relaxada. Nesse estudo, os bebês apresentaram melhor recuperação no terceiro episódio, retomando a emissão de OSP. As mães apresentaram mais comportamentos de OSP e menos de OSN. Os resultados sugerem que tanto pais como mães precisam de mais orientação para a interação com os bebês. As correlações indicaram uma preditividade para os pais que não apresentaram OSN no terceiro mês indicando uma correlação perfeita com abuso físico (r=1,0), ou seja a ausência de abuso físico no terceiro mês indica ausência de OSN no sexto mês, revelando-se um fator protetivo para interação pais- filhos. Dados do estudo podem contribuir e orientar intervenções junto às famílias sobre práticas de cuidados e promoção do desenvolvimento de vínculo.
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Insere-se no contexto das relações familiares no qual a qualidade dos cuidados parentais e a vinculação entre pais e filhos têm sido apontadas como fundamentais para o desenvolvimento infantil. Buscou-se investigar as possíveis relações entre práticas parentais maternas e paternas e os respectivos processos de vinculação com seus bebês, com o instrumento de autoaplicação Inventário de Estilos Parentais para Pais e Mães de Bebês (IEPPMB) e a filmagem em condição estruturada, segundo os critérios do Paradigma Face-to-Face Still Face – FFSF. Foram estruturados dois estudos. No Estudo 1 buscou-se descrever as práticas educativas de trinta mães e os processos de vinculação com seus filhos ao terceiro mês de vida. Os escores obtidos para as categorias do IEPPMB e os índices obtidos para as categorias do FFSF foram descritos, comparados e correlacionados. Os resultados indicaram que tanto os bebês como as mães apresentaram, no início da interação, maior frequência de comportamentos de Orientação Social Positiva (OSP) e menor ocorrência para Orientação Social Negativa (OSN). Na retomada da interação, os bebês não se recuperaram, as mães diminuíram significativamente as médias para OSP e não conseguiram acalmá-los. As correlações entre as práticas parentais e as categorias de vinculação mostraram que a presença de práticas negativas diminuiu o comportamento de OSP ao retomar a interação, indicando que mães com esse tipo de prática podem precisar de orientações sobre a importância de rotina e consistência da oferta de cuidados e atenção ao bebê, o que requer intervenções junto a essa população. No Estudo 2, buscou-se descrever e comparar as categorias de vinculação materna e paterna e as práticas parentais avaliadas no terceiro e no sexto mês de vida do bebê, bem como as possíveis correlações entre eles. Dos 30 casais convidados, onze aceitaram participar deste Estudo. A comparação da qualidade da vinculação entre os bebês e seus pais e mães não apresentou diferenças significativas, indicando que a vinculação dos bebês é de boa qualidade com ambos e com frequência alta de comportamentos interativos positivos. Entre as práticas negativas, a prática de negligência foi significativamente maior entre os pais no terceiro mês. No sexto mês, embora não haja diferença significativa entre os grupos, as mães pioram suas práticas apresentando práticas de negligência semelhantes aos pais e ambos mantiveram a prática de Disciplina Relaxada. Nesse estudo, os bebês apresentaram melhor recuperação no terceiro episódio, retomando a emissão de OSP. As mães apresentaram mais comportamentos de OSP e menos de OSN. Os resultados sugerem que tanto pais como mães precisam de mais orientação para a interação com os bebês. As correlações indicaram uma preditividade para os pais que não apresentaram OSN no terceiro mês indicando uma correlação perfeita com abuso físico (r=1,0), ou seja a ausência de abuso físico no terceiro mês indica ausência de OSN no sexto mês, revelando-se um fator protetivo para interação pais- filhos. Dados do estudo podem contribuir e orientar intervenções junto às famílias sobre práticas de cuidados e promoção do desenvolvimento de vínculo.This dissertation is linked to the investigations carried out in the Research Group on Health and Development Processes of the Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) in partnership with the Universidade Estadual Paulista. It is inserted in the context of family relationships in which the quality of parental care and the bond between parents and children have been identified as fundamental for child development. We sought to investigate the possible relationships between maternal and paternal parenting practices and the respective bonding processes with their babies, with the self-application instrument Inventory of Parenting Styles for Parents of Babies (IEPPMB) and the filming in a structured condition, according to the criterias of the Face-to-Face Still Face - FFSF Paradigm. Two studies were structured. In Study 1, we sought to describe the educational practices of thirty mothers and the processes of bonding with their children in the third month of life. The scores obtained for the IEPPMB categories and the indices obtained for the FFSF categories were described, compared and correlated. The results indicated that both babies and mothers presented, at the beginning of the interaction, a higher frequency of Positive Social Orientation (OSP) behaviors and less occurrence for Negative Social Orientation (OSN). Upon resuming the interaction, the babies did not recover, the mothers significantly reduced the means for OSP and were unable to calm them. The correlations between parenting practices and attachment categories showed that the presence of negative practices decreased the behavior of PSOs when resuming the interaction, indicating that mothers with this type of practice may need guidance on the importance of routine and consistency of the provision of care and attention to the baby, which requires interventions with this population. In Study 2, we sought to describe and compare the categories of maternal and paternal attachment and parental practices assessed in the third and sixth months of the baby's life, as well as the possible correlations between them. Fron the 30 invited couples, eleven accepted to participate in this Study. The comparison of the quality of bonding between babies and their fathers and mothers showed no significant differences, indicating that the bonding of babies is good with both and with a high frequency of positive interactive behaviors. Among negative practices, negligence was significantly higher among the fathers in the third month. In the sixth month, although there is no significant difference between the groups, the mothers make their practices worse presenting negligence practices similar to the fathers, and both maintained the practice of Relaxed Discipline. In this study, babies showed better recovery in the third episode, resuming the issuance of OSP. Mothers had more OSP and less OSN behaviors. The results suggest that both fathers and mothers need more guidance for interacting with babies. The correlations indicated a predictability for parents who did not have OSN in the third month, indicating a perfect correlation with physical abuse (r = 1.0), that is, the absence of physical abuse in the third month indicates the absence of OSN in the sixth month, revealing it a protective factor for parent-child interaction. Data from the study can contribute and guide interventions with families on care practices and the promotion of bonding.Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2020-09-08T12:34:45Z No. of bitstreams: 1 SuzanaSaabdeOuzaZarske - restrito.pdf: 43803 bytes, checksum: aa630be5a29ed1be907a78cf795b517b (MD5)Made available in DSpace on 2020-09-08T12:34:45Z (GMT). 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