Incidência de sífilis e HIV e avaliação do tratamento em indivíduos privados de liberdade do Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bet, Graciela Mendonça dos Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1390
Resumo: As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) tem aumentado em vários países, incluindo o Brasil, principalmente em grupos com comportamentos de risco como os indivíduos privados de liberdade. No intuito de auxiliar na implementação de estratégias de saúde pública para o controle da sífilis e HIV, foi realizado um estudo de coorte transversal para avaliar a eficácia do tratamento destas infecções nos estabelecimentos penais do Mato Grosso do Sul, Brasil. Em 2013 foi realizado um estudo transversal que estimou a prevalência de ISTs em 3.363 indivíduos de doze estabelecimentos penais do estado do Mato Grosso do Sul. Em 2014, este estudo de coorte foi realizado com 1.614 indivíduos que participaram do estudo transversal. Os prisioneiros foram entrevistados utilizando-se um questionário padronizado e amostras de sangue foram coletadas para testes sorológicos para sífilis e HIV. Adicionalmente, os indivíduos que apresentaram infecção pelo Treponema pallidum e/ou HIV no primeiro ano de estudo, foram avaliados quanto ao tratamento realizado durante o encarceramento, através de dados contidos nos prontuários médicos dos estabelecimentos penais, da comparação dos resultados sorológicos (VDRL, carga viral e CD4) entre 2013 e 2014 e das informações contidas nos sistemas nacionais de informação de pacientes com HIV (SISCEL e SICLOM). Sífilis ativa foi identificada em 5,8% (n= 95) dos indivíduos no primeiro ano e destes 74% (n= 70) demonstraram falha no tratamento. A análise multivariada revelou que ter utilizado drogas no último ano foi fator de risco para falha do tratamento da sífilis. No entanto, ter parceiro fixo e utilizar piercing foi um fator de proteção. A prevalência de HIV foi de 1,5% (n= 25), destes 52% (n= 13) demonstraram falha no tratamento, em razão da elevada carga viral (> 200 cópias/ml), sendo que seis destes retiravam regularmente a medicação, o que pode revelar uma baixa adesão ao tratamento ou a ocorrência de falha virológica. A incidência de sífilis e HIV foi de 0,5% (n= 9) e coinfecção de 0,2% (n= 4). As falhas terapêuticas demonstram a fragilidade dos programas de saúde pública, enfatisando a necessidade de implementação de programas de tratamento das ISTs nos estabelecimentos penais. Além disso, a baixa incidência de sífilis e HIV durante o período de encarceramento reforça a importância dos programas de triagem de ISTs no momento da admissão nos estabelecimentos penais, para a detecção e tratamento precoce.
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No intuito de auxiliar na implementação de estratégias de saúde pública para o controle da sífilis e HIV, foi realizado um estudo de coorte transversal para avaliar a eficácia do tratamento destas infecções nos estabelecimentos penais do Mato Grosso do Sul, Brasil. Em 2013 foi realizado um estudo transversal que estimou a prevalência de ISTs em 3.363 indivíduos de doze estabelecimentos penais do estado do Mato Grosso do Sul. Em 2014, este estudo de coorte foi realizado com 1.614 indivíduos que participaram do estudo transversal. Os prisioneiros foram entrevistados utilizando-se um questionário padronizado e amostras de sangue foram coletadas para testes sorológicos para sífilis e HIV. Adicionalmente, os indivíduos que apresentaram infecção pelo Treponema pallidum e/ou HIV no primeiro ano de estudo, foram avaliados quanto ao tratamento realizado durante o encarceramento, através de dados contidos nos prontuários médicos dos estabelecimentos penais, da comparação dos resultados sorológicos (VDRL, carga viral e CD4) entre 2013 e 2014 e das informações contidas nos sistemas nacionais de informação de pacientes com HIV (SISCEL e SICLOM). Sífilis ativa foi identificada em 5,8% (n= 95) dos indivíduos no primeiro ano e destes 74% (n= 70) demonstraram falha no tratamento. A análise multivariada revelou que ter utilizado drogas no último ano foi fator de risco para falha do tratamento da sífilis. No entanto, ter parceiro fixo e utilizar piercing foi um fator de proteção. 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To assist in the implementation of public health strategies to control syphilis and HIV, a transversal cohort study was conducted to evaluate the efficacy of treatment of these infections in prisons in Mato Grosso do Sul, Brazil. In 2013, we conducted a cross-sectional study that estimated the prevalence of STIs in 3,363 individuals in twelve prisons of Mato Grosso do Sul. In 2014, a cohort study was conducted with 1,614 individuals who participated in the cross-sectional study. The prisoners were interviewed using a standardized questionnaire and blood samples for serological tests for syphilis and HIV were collected. In addition, individuals with infection by Treponema pallidum or HIV in the first year, were assessed for treatment carried out during incarceration, through data contained in the medical records of prisons, comparing the serologic results (VDRL, viral load and CD4 contain) between 2013 and 2014, and the information contained in national information systems of HIV patients (SISCEL and SICLOM). Active syphilis was identified in 5.8% (n= 95) of patients in the first year and 74% (n= 70) of those showed treatment failure. Multivariate analysis revealed that drugs user in last year was a risk factor for failure in the syphilis treatment. However, having a stable partner and piercing were a protective factor. HIV prevalence was 1.5% (n= 25), 52% (n= 13) of those had high viral load (> 200 copies/ml) and six had regular withdrawing medication, which may reveal a low adherence of treatment or virologic failure. The incidence of syphilis and HIV was 0.5% (n= 9) and coinfection of 0.2% (n= 4). Therapeutic failures encountered demonstrate the fragility of public health programs, showing the importance to implement treatment programs of STIs in Brazilian prisons. In addition, the low incidence of syphilis and HIV during incarceration period reinforces the importance of STI screening programs in prisons admission for early detection and treatment.Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2019-08-02T17:50:56Z No. of bitstreams: 1 GracielaMendoncadosSantosBet.pdf: 2001515 bytes, checksum: 3e27f9c5be81bbbcbd24e1f953513362 (MD5)Made available in DSpace on 2019-08-02T17:50:56Z (GMT). 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