Colisão entre o direito constitucional às terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas e o direito à pequena propriedade de agricultores familiares no Rio Grande do Sul: um olhar multicultural pela lente do transconstitucionalismo
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Videre (Online) |
Texto Completo: | https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/17025 |
Resumo: | A colisão de direitos envolvendo o direito constitucional à demarcação das terras tradicionais indígenas e o direito à pequena propriedade rural, embora não seja um fenômeno recente, ganhou novos delineamentos a partir dos marcos da Constituição de 1988. Nesse conflito territorial que, no recorte feito, contrapõe indígenas e agricultores familiares no Rio Grande do Sul, inserem-se questões étnicas e culturais, as quais, na proposta deste artigo, busca-se equacionar com a criação de um ambiente multicultural, à luz da teoria transconstitucional. Para sindicar essa possibilidade, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com abordagem hipotético-dedutivo como modo de raciocínio predominante, estruturando-se a abordagem conforme descrito a seguir. Na primeira parte, resgatou-se aspectos relacionados ao processo de colonização no Rio Grande do Sul e os conflitos entre indígenas e agricultores familiares; na segunda, examinou-se a teoria transconstitucional como ponte de comunicação entre a ordem normativa das comunidades indígenas e a ordem jurídica estatal brasileira; por fim, analisou-se a possibilidade de criação de um ambiente multicultural mediador do conflito entre os grupos. Concluiu-se que é possível equacionar a colisão de interesses pela criação de um ambiente multicultural, à luz da teoria transconstitucional, tendo em vista que pontes de diálogos e canais de comunicação podem ser criados para auxiliar na mediação dos conflitos, potencializando-se a solução dialógica, intercultural, com a cooperação entre lideranças indígenas, Ministério Público, Defensoria Pública, Funai, Incra, estados, municípios e outros órgãos que viabilizem a circulação da palavra. |
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Colisão entre o direito constitucional às terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas e o direito à pequena propriedade de agricultores familiares no Rio Grande do Sul: um olhar multicultural pela lente do transconstitucionalismoColisión entre el derecho constitucional a la tierra ocupada tradicionalmente por los indígenas y el derecho a la pequeña propiedad de los agricultores familiares en rio grande do sul: una mirada multicultural a través del lente del transconstitucionalismoCollision between the constitutional right to land traditionally occupied by indigenous and the right to small property of family farmers in rio grande do sul: a multicultural look through the lens of transconstitutionalismTransconstitucionalismoIndígenasAgricultores FamiliaresColisão de direitos constitucionaisA colisão de direitos envolvendo o direito constitucional à demarcação das terras tradicionais indígenas e o direito à pequena propriedade rural, embora não seja um fenômeno recente, ganhou novos delineamentos a partir dos marcos da Constituição de 1988. Nesse conflito territorial que, no recorte feito, contrapõe indígenas e agricultores familiares no Rio Grande do Sul, inserem-se questões étnicas e culturais, as quais, na proposta deste artigo, busca-se equacionar com a criação de um ambiente multicultural, à luz da teoria transconstitucional. Para sindicar essa possibilidade, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com abordagem hipotético-dedutivo como modo de raciocínio predominante, estruturando-se a abordagem conforme descrito a seguir. Na primeira parte, resgatou-se aspectos relacionados ao processo de colonização no Rio Grande do Sul e os conflitos entre indígenas e agricultores familiares; na segunda, examinou-se a teoria transconstitucional como ponte de comunicação entre a ordem normativa das comunidades indígenas e a ordem jurídica estatal brasileira; por fim, analisou-se a possibilidade de criação de um ambiente multicultural mediador do conflito entre os grupos. Concluiu-se que é possível equacionar a colisão de interesses pela criação de um ambiente multicultural, à luz da teoria transconstitucional, tendo em vista que pontes de diálogos e canais de comunicação podem ser criados para auxiliar na mediação dos conflitos, potencializando-se a solução dialógica, intercultural, com a cooperação entre lideranças indígenas, Ministério Público, Defensoria Pública, Funai, Incra, estados, municípios e outros órgãos que viabilizem a circulação da palavra. The collision of rights involving the constitutional right to the demarcation of traditional indigenous lands and the right to small rural property, although not a recent phenomenon, gained new outlines from the landmarks of the 1988 Constitution. contrasts indigenous peoples with family farmers in Rio Grande do Sul, ethnic and cultural issues are inserted, which, in the proposal of this article, we seek to equate with the creation of a multicultural environment, in the light of the transconstitutional theory. To indicate this possibility, a bibliographical research was carried out, with a hypothetical-deductive approach as the predominant mode of reasoning, structuring the approach as described below. In the first part, aspects related to the colonization process in Rio Grande do Sul and the conflicts between indigenous people and family farmers were rescued; in the second, the transconstitutional theory was examined as a communication bridge between the normative order of indigenous communities and the Brazilian state legal order; finally, the possibility of creating a multicultural environment that mediates the conflict between the groups was analyzed. It was concluded that it is possible to equate the collision of interests by creating a multicultural environment, in the light of the transconstitutional theory, considering that dialogue bridges and communication channels can be created to assist in the mediation of conflicts, enhancing the solution dialogic, intercultural, with cooperation between indigenous leaders, the Public Prosecutor's Office, the Public Defender's Office, Funai, Incra, states, municipalities and other bodies that facilitate the circulation of the word.La colisión de derechos entre el derecho constitucional a la demarcación de las tierras indígenas tradicionales y el derecho a la pequeña propiedad rural, aunque no es un fenómeno reciente, ganó nuevos contornos a partir de los hitos de la Constitución de 1988. Contrasta pueblos indígenas con agricultores familiares en Rio Grande do Sul, se insertan cuestiones étnicas y culturales que, en la propuesta de este artículo, buscamos equiparar con la creación de un ambiente multicultural, a la luz de la teoría transconstitucional. Para señalar esta posibilidad, se realizó una investigación bibliográfica, con un enfoque hipotético-deductivo como modo de razonamiento predominante, estructurando el enfoque como se describe a continuación. En la primera parte, se rescataron aspectos relacionados con el proceso de colonización en Rio Grande do Sul y los conflictos entre indígenas y agricultores familiares; en el segundo, se examinó la teoría transconstitucional como puente de comunicación entre el ordenamiento normativo de las comunidades indígenas y el ordenamiento jurídico estatal brasileño; finalmente, se analizó la posibilidad de crear un ambiente multicultural que medie el conflicto entre los grupos. Se concluyó que es posible equiparar la colisión de intereses con la creación de un ambiente multicultural, a la luz de la teoría transconstitucional, considerando que se pueden crear puentes de diálogo y canales de comunicación para auxiliar en la mediación de conflictos, potenciando la solución dialógica, intercultural, con cooperación entre líderes indígenas, Ministerio Público, Defensoría Pública, Funai, Incra, estados, municipios y demás instancias que faciliten la circulación de la palabra.EDITORA - UFGD2023-10-24info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/1702510.30612/videre.v15i32.17025Revista Videre; v. 15 n. 32 (2023): Revista Videre; 118-1462177-7837reponame:Revista Videre (Online)instname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)instacron:UFGDporhttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/17025/9774https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessVeronese, OsmarSilva, Agnelo Fabiano Prado da2024-02-19T12:57:08Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/17025Revistahttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/viderePUBhttp://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/oaihttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/oai2177-78372177-2150opendoar:2024-02-19T12:57:08Revista Videre (Online) - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)false |
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