Lugares, regiões, fronteiras e paisagens sul-mato-grossenses nas artes plásticas: o artista como um geovisualocalizador desse lugar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Entre-Lugar (Online) |
Texto Completo: | https://ojs.ufgd.edu.br/entre-lugar/article/view/879 |
Resumo: | Quero tentar pensar os conceitos de lugar, região, fronteira, paisagem e geovisualocalização, elencados no título deste meu trabalho, não apenas como tais conceitos que são, posto que, como observara Jacques Derrida em Mal de arquivo: uma impressão freudiana, por mais que eu os conceitue criticamente, eles não serão abordados em todas as suas totalidades. Portanto, quero também dar-lhes uma “fotografia”, como retrato de alguma coisa mesmo, de paisagens, para pensar alguns trabalhos artísticos e os seus artistas sul-mato-grossenses. Pensando neste lugar artístico-cultural – fronteiriço entre o estado de Mato Grosso do Sul, a República do Paraguai e a Bolívia – como um lugar privilegiado geograficamente, na região central da América do Sul para produzir. Nesse sentido, convém esclarecer que minhas leituras basear-se-ão nos estudos feitos por Jacques Derrida, no já referido livro Mal de arquivo; em Silviano Santiago, principalmente no livro O cosmopolitismo do pobre, com seus estudos sobre os centros e periferias da cultura brasileira; e, por se tratar de um estudo que pretende dialogar com questões geográficas, valer-me-ei também de Cássio Eduardo Viana Hissa nos livros A mobilidade das fronteiras e Saberes ambientais, onde, no primeiro, o autor trata de questões pertinentes a limites e fronteiras, lugares e regiões etc, e, já no segundo livro, em textos por ele organizados, propõe discussões alentadas sobre o saber disciplinar e o meio ambiente. Além de Homi K. Bhabha com seu posicionamento pós-colonialista – principalmente no tocante à Nação como narração – que favorece minhas leituras sobre o locus latino-americano; Alberto Moreiras e outros que se fizerem necessários. Considerando as possíveis relações de vizinhanças entre o Mato Grosso do Sul, a República do Paraguai e a Bolívia, quero tentar geovisualocalizar de qual lugar os artistas sul-mato-grossenses estão pensando suas paisagens artísticas sobre esse lugar oeste-central do Brasil. Busco esse reconhecimento considerando possibilidades que, como salienta Santiago, grosso modo, o latino-americano sempre está voltando-se para os grandes centros em busca de um cosmopolitismo sonhado. Ou seja, pensando do meu lugar específico, o brasileiro está sempre buscando referências culturais nos países do outro lado do Atlântico e nunca olha para dentro de si, voltando-se primeiro para pensar sua cultura e depois buscar a do outro. Considero ainda como outra possibilidade de pensar esta paisagem no artista sul-mato-grossense, assentado desses lugares artístico-conceituais, levando em consideração as proposições de Beatriz Sarlo – no livro Cenas da vida pós-moderna – quando afirma que os shoppings centers contemporâneos são mini-cidades cosmopolitas dentro das grandes cidades nacionais. Posto isso, penso, quero vir a compreender, ou ao menos pensar mais claramente, qual é a relação, ou relações, entre centro e periferia estabelecidas pelos artistas plásticos do estado de Mato Grosso do Sul e os dois países fronteiriços a ele? Qual é a diferença entre o mundo miniaturizado que vive por debaixo das arraias pantaneiras de Manoel de Barros e os shoppings das cidades cosmopolitas? |
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