Novos sujeitos construindo conexões entre a Antropologia e a História
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Fronteiras (Dourados. Online) |
Texto Completo: | https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/2663 |
Resumo: | Em minhas pesquisas de mestrado e doutorado, dentre os vários enfoques destacados, selecionei como diretriz central a parte que retratou a ação das lideranças religiosas terena em se reproduzir como sociedade através dos religiosos e suas instituições cristãs, recrutando os brancos para sua própria continuidade. As lideranças religiosas terena cristãs – católicas, protestantes, protestantes-pentecostais e xamânicas – vão se apropriar do discurso, das práticas, das imagens e dos símbolos das agências religiosas cristãs para pensá-las e acomodá-las aos seus próprios termos e desígnios. As lideranças terena foram paulatinamente se apropriando das instituições eclesiásticas cristãs, moldando-as e acomodando-as ao ethos terena, resultando em sua indigenização. A partir daí, produziram novas relações sociais internas e externas que os emponderaram (empowerment) para ocupar espaços sócio-políticos internos e externos às suas Terras Indígenas. A lógica interna e o papel essencialmente ativo e criador das sociedades ameríndias na sua confrontação com as estruturas sócio-políticas de origem européia estão orientando a produção acadêmica e novos conceitos estão se configurando. Procurei estabelecer conexões entre os olhares diacrônico e sincrônico para perceber o movimento dos Terena. Tentei me desvencilhar de antigos conceitos e categorias que negaram a natureza histórica das populações indígenas, tais como aculturação, assimilação, resistência. Em vez disso, evidenciei substitutivos, como apropriação, reforçamento identitário e protagonismo indígena, todos repensados pela antropologia. Pensei a alteridade e a investiguei nas suas mais diversas faces religiosas e temporalidades com o auxílio da História Cultural. Assim, as conexões entre antropologia e história se tornaram imprescindíveis para a análise proposta. |
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Novos sujeitos construindo conexões entre a Antropologia e a HistóriaProtagonismo terena. Indigenização do cristianismo. Conexões interdisciplinares.Em minhas pesquisas de mestrado e doutorado, dentre os vários enfoques destacados, selecionei como diretriz central a parte que retratou a ação das lideranças religiosas terena em se reproduzir como sociedade através dos religiosos e suas instituições cristãs, recrutando os brancos para sua própria continuidade. As lideranças religiosas terena cristãs – católicas, protestantes, protestantes-pentecostais e xamânicas – vão se apropriar do discurso, das práticas, das imagens e dos símbolos das agências religiosas cristãs para pensá-las e acomodá-las aos seus próprios termos e desígnios. As lideranças terena foram paulatinamente se apropriando das instituições eclesiásticas cristãs, moldando-as e acomodando-as ao ethos terena, resultando em sua indigenização. A partir daí, produziram novas relações sociais internas e externas que os emponderaram (empowerment) para ocupar espaços sócio-políticos internos e externos às suas Terras Indígenas. A lógica interna e o papel essencialmente ativo e criador das sociedades ameríndias na sua confrontação com as estruturas sócio-políticas de origem européia estão orientando a produção acadêmica e novos conceitos estão se configurando. Procurei estabelecer conexões entre os olhares diacrônico e sincrônico para perceber o movimento dos Terena. Tentei me desvencilhar de antigos conceitos e categorias que negaram a natureza histórica das populações indígenas, tais como aculturação, assimilação, resistência. Em vez disso, evidenciei substitutivos, como apropriação, reforçamento identitário e protagonismo indígena, todos repensados pela antropologia. Pensei a alteridade e a investiguei nas suas mais diversas faces religiosas e temporalidades com o auxílio da História Cultural. Assim, as conexões entre antropologia e história se tornaram imprescindíveis para a análise proposta.Editora da Universidade Federal da Grande Dourados2012-09-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/2663Fronteiras; v. 14 n. 25 (2012): Fronteiras: Revista de História; 111-1232175-0742reponame:Fronteiras (Dourados. Online)instname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)instacron:UFGDporhttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/2663/1508Moura, Noêmia dos S. Pereirainfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-09-24T17:30:00Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/2663Revistahttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRASPUBhttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/oairevistafronteirasufgd@gmail.com||editora.suporte@ufgd.edu.br2175-07421517-9265opendoar:http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/oaihttp://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/oai2019-09-24T17:30Fronteiras (Dourados. Online) - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)false |
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