Prevalência e fatores associados a sintomas ansiosos e depressivos em mulheres privadas de liberdade em Juiz de Fora-MG
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00119 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14042 |
Resumo: | O sofrimento psíquico e o desenvolvimento de transtornos mentais nas prisões são questões de saúde pública reconhecidas mundialmente. Esta população apresenta pior qualidade na saúde mental em comparação à população geral, sendo os transtornos mentais mais prevalentes a ansiedade e a depressão, com prevalências superiores na população feminina encarcerada. Contudo, são escassos estudos que abordem a temática nesta população específica. Grande parte dos estudos são sobre população encarcerada mista e não trazem dados discriminados por gênero. Objetivou-se identificar a prevalência sintomas ansiosos e depressivos e os fatores associados em mulheres acauteladas com mais de 18 anos idade, nos regimes provisório, fechado e semiaberto em Juiz de Fora-MG. Trata-se de um estudo transversal, do tipo censo, com uma amostra de 99 mulheres. A coleta ocorreu face a face, através de questionário semiestruturado e multidimensional, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, nas dependências do estabelecimento penal. Os desfechos foram avaliados pelo Patient Health Questionannaire-4 (PHQ-4). Para a análise de associação foi construído um modelo teórico de determinação com três blocos hierarquizados, sendo o bloco 1, mais proximal, composto pelas variáveis sociodemográficas, o bloco 2 composto por variáveis referentes à saúde da mulher privada de liberdade e o bloco 3, mais distal, composto pelas variáveis relacionadas ao encarceramento. Foram estimadas razões de prevalência brutas por meio do teste Qui-quadrado e ajustadas entre si dentro de cada bloco (p ≤ 0,20). Para o modelo final de regressão de Poisson com variância robusta foi adotado p ≤ 0,05. A prevalência de sintomas ansiosos e depressivos foi, respectivamente, de 75,8% (IC95% 66,1% - 83,8%) e 65,7% (IC95% 55,4% - 74,9%). No modelo final, a presença de sintomas ansiosos associou-se à presença de sintomas depressivos, RPajustada (IC95%) = 6,42 (1,96 - 21,06). Já a presença de sintomas depressivos associou-se à faixa etária de 20 a 29 anos, RPajustada (IC95%) = 4,85 (1,48 - 15,87), e à presença de sintomas ansiosos, RPajustada (IC95%) = 12,67 (3,92 - 40,98). Verificou-se alta prevalência dos desfechos. Destaca-se que os desfechos estiveram mutuamente associados. Sendo ambos passíveis de intervenção, ações para diminuir a presença de um dos tipos de sintomas tem potencial para diminuir a presença do outro. É possível pensar que a associação entre a faixa etária de 20 a 29 anos e a presença de sintomas depressivos esteja relacionada ao histórico prévio de desconhecimento e vergonha sobre o próprio quadro, aliados ao subdiagnóstico de transtorno depressivos e o não recebimento de tratamento adequado. Apesar da redução do número de fatores associados aos desfechos no modelo final, foi possível verificar que a presença dos desfechos dialoga com as condições sociodemográficas, de saúde e de encarceramento, a partir das associações verificadas na análise bivariada e nos blocos propostos no modelo de determinação. Este estudo evidencia elementos essenciais para se refletir a respeito da saúde mental de mulheres privadas de liberdade, algo que por vezes é invisibilizado. Assim, tem potencial para subsidiar a elaboração de ações, estratégias e de políticas públicas direcionadas às necessidades em saúde existentes da população do estudo. |
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Contudo, são escassos estudos que abordem a temática nesta população específica. Grande parte dos estudos são sobre população encarcerada mista e não trazem dados discriminados por gênero. Objetivou-se identificar a prevalência sintomas ansiosos e depressivos e os fatores associados em mulheres acauteladas com mais de 18 anos idade, nos regimes provisório, fechado e semiaberto em Juiz de Fora-MG. Trata-se de um estudo transversal, do tipo censo, com uma amostra de 99 mulheres. A coleta ocorreu face a face, através de questionário semiestruturado e multidimensional, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, nas dependências do estabelecimento penal. Os desfechos foram avaliados pelo Patient Health Questionannaire-4 (PHQ-4). 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Apesar da redução do número de fatores associados aos desfechos no modelo final, foi possível verificar que a presença dos desfechos dialoga com as condições sociodemográficas, de saúde e de encarceramento, a partir das associações verificadas na análise bivariada e nos blocos propostos no modelo de determinação. Este estudo evidencia elementos essenciais para se refletir a respeito da saúde mental de mulheres privadas de liberdade, algo que por vezes é invisibilizado. Assim, tem potencial para subsidiar a elaboração de ações, estratégias e de políticas públicas direcionadas às necessidades em saúde existentes da população do estudo.Psychic suffering and the development of mental disorders in prisons are public health issues recognized worldwide. This population has a worse quality of mental health compared to the general population, with anxiety and depression being the most prevalent mental disorders, with higher prevalence in the incarcerated female population. However, there are few studies that address the issue in this specific population. Most of the studies are on a mixed incarcerated population and do not provide data broken down by gender. The objective was to identify the prevalence of anxious and depressive symptoms and associated factors in cautious women over 18 years of age, in the provisional, closed and semi-open regimes in Juiz de Fora-MG. This is a cross-sectional, census-type study with a sample of 99 women. Data collection was by face-to-face contact, through a semi-structured and multidimensional questionnaire, between September 2019 and February 2020, on the premises of the penal establishment. Outcomes were assessed by the Patient Health Questionannaire-4 (PHQ-4). For the association analysis, a theoretical model of determination was constructed with three hierarchical blocks, being block 1, more proximal, composed of sociodemographic variables, block 2, composed of variables referring to the health of women deprived of liberty, and block 3, more distal, composed of variables related to incarceration. Crude prevalence ratios were estimated using the chi-square test and adjusted for each other within each block (p ≤ 0.20). For the final Poisson regression model with robust variance, p ≤ 0.05 was adopted. The prevalence of anxious and depressive symptoms was, respectively, 75.8% (95%CI 66.1% - 83.8%) and 65.7% (95%CI 55.4% - 74.9%). In the final model, the presence of anxious symptoms was associated with the presence of depressive symptoms, AdjustedPR (95%CI) = 6.42 (1.96 - 21.06). The presence of depressive symptoms was associated with the age group from 20 to 29 years, AdjustedPR (95%CI) = 4.85 (1.48 - 15.87), and with the presence of anxiety symptoms, AdjustedPR (95%CI) = 12.67 (3.92 - 40.98). There was a high prevalence of outcomes. It is noteworthy that the outcomes were mutually associated. As both are subject to intervention, actions to reduce the presence of one of the types of symptoms have the potential to reduce the presence of the other. It is possible to think that the association between the age group from 20 to 29 years and the presence of depressive symptoms is related to the previous history of ignorance and shame about the condition itself, combined with the underdiagnosis of depressive disorder and the lack of adequate treatment. Despite the reduction in the number of factors associated with outcomes in the final model, it was possible to verify that the presence of outcomes dialogues with sociodemographic, health and incarceration conditions, based on the associations verified in the bivariate analysis and in the blocks proposed in the determination model. This study highlights essential elements to reflect on the mental health of women deprived of their liberty, something that is sometimes invisible. Thus, it has the potential to support the development of actions, strategies and public policies aimed at the existing health needs of the study population.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Saúde ColetivaUFJFBrasilFaculdade de MedicinaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINAPrisõesMulheresInquéritos epidemiológicosTranstornos mentaisPrisonsWomenHealth surveysMental disordersPrevalência e fatores associados a sintomas ansiosos e depressivos em mulheres privadas de liberdade em Juiz de Fora-MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14042/1/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14042/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52ORIGINALcosmerezendelaurindo.pdfcosmerezendelaurindo.pdfapplication/pdf8223175https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14042/3/cosmerezendelaurindo.pdfbeebb32b1c968634c34e94df880c5f5bMD53TEXTcosmerezendelaurindo.pdf.txtcosmerezendelaurindo.pdf.txtExtracted texttext/plain377847https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14042/4/cosmerezendelaurindo.pdf.txtad9341dfcca0ff0b2eab54b1e35f1dfcMD54THUMBNAILcosmerezendelaurindo.pdf.jpgcosmerezendelaurindo.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1226https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14042/5/cosmerezendelaurindo.pdf.jpg3be83f4710d5803910eb30d4a1d20b59MD55ufjf/140422023-10-03 03:04:53.124oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/14042Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2023-10-03T06:04:53Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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