O hermetismo renascentista e a melancolia: novos sentidos e significados do humor melancólico nos séculos XV e XVI
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Data de Publicação: | 2021 |
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Texto Completo: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00111 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14039 |
Resumo: | O final do século XV e todo o século XVI, auge do Renascimento, além de um momento histórico frutífero para as artes e ciências, mostrou-se, também um período bastante conturbado para a cultura ocidental. As disseminadas revoluções político-religiosas, os diversos anúncios de presságios, herdados desde a Idade Média, e um forte anseio pela renovação da Humanidade, compunham o cotidiano da sociedade europeia da Renascença. O antigo entendimento acerca do homo melancholicus – o indivíduo que era acometido pela melancolia – permanecia vivo no imaginário renascentista. Os sentimentos de desânimo e abatimento, característicos da melancolia, faziam-se presentes no final do século XV. Um sentimento, ou “estado de espírito”, perturbador que, necessariamente, precisava ser ressignificado. Foi assim que a Academia Neoplatônica de Florença, chefiada por Marsilio Ficino, percebeu a urgente necessidade de se dar novos sentidos ao humor melancólico, a fim de torná-lo benéfico ao desenvolvimento humano. Tal atitude filosófica converteu-se em nosso foco de pesquisa, uma vez que desejávamos saber por que a Academia sentiu a necessidade de ressignificar o outrora humor negro. Posteriormente, fomos levados a investigar quais foram os principais impactos dessa “nova melancolia”, no século XVI, quando passou a ser compreendida como melancolia cândida. Desse modo, amparando-nos numa vasta pesquisa bibliografia, que perfaz desde o âmbito filosófico até o campo artístico, esta pesquisa buscou reconstruir um importante período histórico, onde, efetivamente, foram lançadas as bases para a constituição do “homem de gênio” |
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O antigo entendimento acerca do homo melancholicus – o indivíduo que era acometido pela melancolia – permanecia vivo no imaginário renascentista. Os sentimentos de desânimo e abatimento, característicos da melancolia, faziam-se presentes no final do século XV. Um sentimento, ou “estado de espírito”, perturbador que, necessariamente, precisava ser ressignificado. Foi assim que a Academia Neoplatônica de Florença, chefiada por Marsilio Ficino, percebeu a urgente necessidade de se dar novos sentidos ao humor melancólico, a fim de torná-lo benéfico ao desenvolvimento humano. Tal atitude filosófica converteu-se em nosso foco de pesquisa, uma vez que desejávamos saber por que a Academia sentiu a necessidade de ressignificar o outrora humor negro. Posteriormente, fomos levados a investigar quais foram os principais impactos dessa “nova melancolia”, no século XVI, quando passou a ser compreendida como melancolia cândida. Desse modo, amparando-nos numa vasta pesquisa bibliografia, que perfaz desde o âmbito filosófico até o campo artístico, esta pesquisa buscou reconstruir um importante período histórico, onde, efetivamente, foram lançadas as bases para a constituição do “homem de gênio”The end of the 15th century and the entire 16th century, the height of the Renaissance, in addition to being a fruitful historical moment for the arts and sciences, also proved to be a very troubled period for Western culture. The widespread political-religious revolutions, the various announcements of omens, inherited from the Middle Ages, and a strong yearning for the renewal of Humanity, made up the daily life of Renaissance European society. The old understanding of homo melancholicus – the individual who was affected by melancholy – remained alive in the Renaissance imagination. The feelings of dismay and despondency, characteristic of melancholy, were present at the end of the 15th century. A disturbing feeling, or “state of mind”, that necessarily needed to be re-signified. This is how the Neoplatonic Academy in Florence, headed by Marsilio Ficino, realized the urgent need to give new meanings to melancholic humor, in order to make it beneficial to human development. This philosophical attitude became our research focus, since one wanted to know why the Academy felt the necessity to reframe the formerly black humor. Later, we were led to investigate what were the main impacts of this “new melancholy” in the 16th century, when it came to be understood as candid melancholy. In this way, supporting us in a vast bibliographical research, which ranges from the philosophical to the artistic field, this research sought to reconstruct an important historical period which, effectively, the bases for the constitution of the “man of genius” were laid.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciência da ReligiãoUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasAttribution-ShareAlike 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANASRenascimentoMelancoliaHermetismoNeoplatonismoMarsilio FicinoRenaissanceMelancholyHermeticismNeoplatonismO hermetismo renascentista e a melancolia: novos sentidos e significados do humor melancólico nos séculos XV e XVIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALmarcelhenriquerodrigues.pdfmarcelhenriquerodrigues.pdfPDF/Aapplication/pdf21581691https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14039/1/marcelhenriquerodrigues.pdf0b6bab18efc6764fdd46fbd86273531fMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14039/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTmarcelhenriquerodrigues.pdf.txtmarcelhenriquerodrigues.pdf.txtExtracted texttext/plain1706920https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14039/4/marcelhenriquerodrigues.pdf.txt2ec766edc8a8fe28881150015885f239MD54THUMBNAILmarcelhenriquerodrigues.pdf.jpgmarcelhenriquerodrigues.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1169https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14039/5/marcelhenriquerodrigues.pdf.jpgf15a5d1e795fd3ee438cd4f0df24c2f5MD55CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81031https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14039/2/license_rdf9b85e4235558a2887c2be3998124b615MD52ufjf/140392022-10-26 10:59:56.977oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/14039Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2022-10-26T12:59:56Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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