Design como linguagem: explorando a comunicação cultural e sua influência contemporânea

• Autor(a) principal: Ramalho, Pedro
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: Nojima, Vera Lúcia
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16877
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO; Design; Linguagem; Cultura; Comunicação; Expressão

Em meio à crescente interconexão da sociedade contemporânea, o design emerge como uma linguagem rica e influente, abrangendo não apenas objetos utilitários, mas também todo um sistema de comunicação e uma variedade de serviços. O design transcende a mera estética, incorporando a criação de interfaces visuais, símbolos e elementos comunicativos que desempenham um papel crucial na forma como as pessoas interagem, compreendem e se relacionam com produtos, marcas e informações. Os estudos culturais têm ganhado destaque, especialmente nas modernas teorias de semiótica, linguística e comunicação. Nesse contexto, é fundamental destacar a influência de renomados teóricos, como Roman Jakobson, Charles Morris e Roland Barthes, cujas contribuições enriquecem nosso entendimento da intersecção entre design e linguagem. Uma questão de destaque nesse cenário é a investigação da linguagem para além dos signos verbalizados, considerando a linguagem como qualquer meio de interação e comunicação na sociedade. Neste contexto, o design emerge como uma faceta de extrema relevância, ao abranger elementos visuais e estéticos, desempenhando um papel vital na comunicação e na cultura contemporânea global. O design adota uma abordagem metodológica contemporânea, que se destina à investigação científica de seu próprio domínio, alinhando-se com um quadro teórico diversificado. Para ilustrar esse enfoque, podemos analisar os princípios fundamentais do design: forma, significado e função, demonstrados exemplarmente por meio de um ensaio fotográfico e uma revista. Um exemplo notável é o projeto autoral intitulado “A Moda Mata2”, desenvolvido na disciplina de graduação “Design e Comunicação” que busca, por meio da fotografia e retratos circunstanciais, documentar os impactos prejudiciais que a indústria têxtil causa ao meio ambiente, utilizando sobras de tecidos após desfiles e intervenções em chamadas publicitárias. O projeto enfatiza as dimensões estéticas, simbólicas e pragmáticas do design, tendo como base a revista Vogue, reconhecida por suas capas e desfiles de moda, como fonte de inspiração para desenvolver uma abordagem pautada na semiótica das funções do design. Logo, tanto o projeto quanto a revista Vogue compartilham o propósito de conscientizar sobre as questões ambientais e culturais vinculadas à indústria da moda, utilizando a linguagem do design de forma impactante e significativa. As funções delineadas por esses projetos constituem uma perspectiva holística que aborda uma variedade de características únicas, incluindo acessórios, roupas, expressões faciais, corpos e maquiagem. Essas funções abrangem o domínio estético, onde se exploram a beleza do corpo humano, as cores, os movimentos e as texturas dos materiais; a dimensão simbólica, que se direciona para significados subjacentes à realidade, como o contraste entre a concepção do belo e as implicações da morte; e, finalmente, a função pragmática, cujo propósito é sensibilizar os consumidores acerca dos impactos negativos da indústria da moda no meio ambiente, proporcionando simultaneamente satisfação estética ao espectador. Em síntese, o design é concebido como uma forma intrínseca de linguagem, comunicando, refletindo e influenciando a cultura, desencadeando debates e reflexões contínuas sobre sua relação com a sociedade e a cultura contemporânea.