Mensuração de eficácia coletiva: estado da arte e uma medida para famílias com adolescentes

• Autor(a) principal: Silva, Andrêze Cristine do Nascimento
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00169; https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14473
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Teoria social cognitiva; Eficácia coletiva; Eficácia coletiva familiar; Mensuração; Adolescentes; Social cognitive theory; Collective efficacy; Family collective efficacy; Measurement; Adolescents

Com a intenção de contribuir para a ampliação do conhecimento sobre eficácia coletiva familiar (ECF), que se refere às crenças compartilhadas pelos membros das famílias acerca de sua capacidade de, agindo coletivamente, realizar as tarefas que as famílias precisam realizar e atingir seus objetivos, três estudos são apresentados. O primeiro consistiu em uma revisão sistemática sobre a mensuração de eficácia coletiva (EC). Para isso, utilizou-se o método PRISMA, que levou à análise de 49 artigos empíricos indexados no PsycNET ou na Web of Science. Identificou-se a existência de problemas psicométricos na avaliação de EC que limitam o avanço do conhecimento sobre o construto. Destaca-se a existência de incoerências entre medidas de EC e as proposições teóricas sobre o construto em cerca de 40% dos artigos. Assim, recomenda-se que a construção de novas medidas respeite as diretrizes propostas tanto pela Teoria Social Cognitiva quanto pela área de avaliação psicológica. No segundo estudo, foram avaliadas a validade baseada na estrutura interna e a fidedignidade de um instrumento para mensuração de ECF no Brasil, além de proposta e avaliada uma versão reduzida desta medida. A Escala de Eficácia Coletiva Familiar para Famílias com Adolescentes (EECF-Ado) foi aplicada em 468 adolescentes brasileiros entre 13 e 19 anos (M = 17,97; DP = 1,187). Identificou-se que as versões completa e reduzida apresentaram estrutura unidimensional, coerentemente com a literatura, com estimativas de confiabilidade excelentes e bons indicadores de ajuste dos dados ao modelo. Os escores das duas versões da escala se correlacionaram positiva e fortemente entre si, com 99% da variabilidade do escore na escala completa sendo explicada pela variação no escore da versão reduzida. Em conjunto, concluiuse que as versões completa e reduzida da EECF-Ado são equivalentes e adequadas para uso, embora mais estudos sejam recomendados para confirmar as conclusões obtidas. Uma vez obtidos resultados favoráveis ao uso do instrumento, o terceiro estudo consistiu na investigação da associação entre ECF percebida e variáveis individuais e familiares dos mesmos adolescentes. Utilizou-se correlação bivariada, teste t de Welch e ANOVA para analisar quais variáveis individuais e familiares se associam com ECF. Foi utilizada regressão linear múltipla para identificar possíveis preditores de ECF. Parte das variáveis analisadas se associou com ECF e seis delas atuaram como preditoras do construto: realizar atividades de lazer conjuntamente, coesão em relação à religião, existência de doença psiquiátrica na família, idade do adolescente, assistir televisão juntos e escolaridade da mãe. Não obstante suas limitações, que são discutidas, os resultados do terceiro estudo são úteis para indicar aspectos relevantes a serem considerados no planejamento e implementação de programas para promoção e manutenção de ECF em famílias de adolescentes. A despeito de ainda haver um longo caminho para o desenvolvimento do campo de estudos sobre ECF, os três estudos contribuem para o esclarecimento de aspectos importantes relacionados ao construto e lançam as bases para a realização de outros estudos mais profundos e mais coerentes com a Teoria Social Cognitiva.