“O telefone tocô eu peguei e:: quem tá falano?” A polissemia do verbo pegar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sigiliano, Natália Sathler
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3444
Resumo: Neste trabalho propomos que as várias acepções do verbo pegar, no Português do Brasil, podem ser compreendidas a partir do momento em que consideramo-lo como um verbo polissêmico. Entendemos que, por extensões metafóricas, do sentido básico e mais concreto de pegar derivaram-se os outros sentidos. Em nossa hipótese, defendemos que há uma noção de movimento e contêiner que perpassa as construções com o verbo. Estas construções, no presente trabalho, são divididas em grupos como: (a) pegar lexical, constituído por aqueles verbos que obedecem à ordenação S V (O) e que apresentam o sentido do verbo mais próximo ao considerado pleno; (b) pegar no discurso, que são os verbos que funcionam em duas diferentes construções, sendo que em ambas temos o verbo pegar seguido de um verbo (dicendi ou outros verbos, dependendo da construção), em que os dois verbos são flexionados no mesmo tempo e modo verbal, compartilhando um mesmo sujeito e objeto; (c) pegar aspectual, o qual, em sua forma infinitiva e unido a um verbo flexionado, transmite a noção de início e de certa continuidade da ação. Uma esquematização é proposta a fim de organizar os estudos referentes ao pegar lexical, o mais relevante nos dados, e, ainda, demonstrar, por meio deles, o fio condutor de significado que perpassa as construções com pegar. Com isso, demonstraremos que, além de produtivo em nossa língua, o pegar é um verbo que demonstra a mudança semântica e a sua ligação com a forma como o homem conceptualiza o mundo.
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Estas construções, no presente trabalho, são divididas em grupos como: (a) pegar lexical, constituído por aqueles verbos que obedecem à ordenação S V (O) e que apresentam o sentido do verbo mais próximo ao considerado pleno; (b) pegar no discurso, que são os verbos que funcionam em duas diferentes construções, sendo que em ambas temos o verbo pegar seguido de um verbo (dicendi ou outros verbos, dependendo da construção), em que os dois verbos são flexionados no mesmo tempo e modo verbal, compartilhando um mesmo sujeito e objeto; (c) pegar aspectual, o qual, em sua forma infinitiva e unido a um verbo flexionado, transmite a noção de início e de certa continuidade da ação. Uma esquematização é proposta a fim de organizar os estudos referentes ao pegar lexical, o mais relevante nos dados, e, ainda, demonstrar, por meio deles, o fio condutor de significado que perpassa as construções com pegar. Com isso, demonstraremos que, além de produtivo em nossa língua, o pegar é um verbo que demonstra a mudança semântica e a sua ligação com a forma como o homem conceptualiza o mundo.In this work we propose that the several meanings of the verb pegar, in Brazilian Portuguese, can be better understood if we take it as a polysemous verb. We claim that, through metaphoric extensions, other meanings can derive from the basic more concrete meaning of pegar. According to our hypothesis, there are notions of movement and container which are shared by the constructions with this verb. These constructions, in the present work, are categorized into groups such as: (a) lexical pegar group, composed by those verbs which follow the SV(O) order and bear meanings closely related to the more basic one; (b) discourse pegar group, composed by two different constructions in which the verb pegar is followed by another finite verb (either dicendi or not), inflected in the same mood and tense, and sharing the same subject and complement; (c) aspectual pegar group, in which the verb pegar is followed by an infinitive form and bears the notion of inception and of certain continuity of the action. We propose a schema in order both to organize our conclusions concerning the lexical pegar, the most relevant within the data collected, and to demonstrate the conceptual commonalities found amongst every construction with pegar. Furthermore, we will argue that, besides being highly productive in our language, pegar demonstrates how semantic change works and also how it is deeply related to the way human beings conceptualize the world they experience.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICAVerboPegarPolissemiaMovimentoContêiner“O telefone tocô eu peguei e:: quem tá falano?” A polissemia do verbo pegarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTnataliasathersigiliano.pdf.txtnataliasathersigiliano.pdf.txtExtracted texttext/plain299482https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3444/3/nataliasathersigiliano.pdf.txtdb626dd9a8cc6a664613992ce42dcfaaMD53THUMBNAILnataliasathersigiliano.pdf.jpgnataliasathersigiliano.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1155https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3444/4/nataliasathersigiliano.pdf.jpg117ced72240d7c01d92a56e55f6ccf38MD54ORIGINALnataliasathersigiliano.pdfnataliasathersigiliano.pdfapplication/pdf1007505https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3444/1/nataliasathersigiliano.pdfacafea7216566c152e5cf26eda350ed4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3444/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52ufjf/34442019-11-07 11:51:22.403oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/3444TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T13:51:22Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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