Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Patrícia Rafaela Otoni
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5379
Resumo: O presente estudo objetiva contribuir para a compreensão da variação linguística na fala da zona rural de duas localidades na microrregião de Juiz de Fora, a qual se localiza na Zona da Mata de Minas Gerais. Trata-se de uma investigação com o respaldo teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972, 1982, 1994, 2001) e com contribuições dos estudos sobre Redes Sociais (MILROY, 1980, 1987, 2004; MILROY & MILROY, 1985; BORTONI- RICARDO, 1985, 2011) e Sociologia Rural (ABRAMOVAY, 2000; WANDERLEY, 1994, 1998, 2009). Partindo da hipótese de que as descrições existentes sobre o falar rural não dão conta da complexidade do delineamento sociolinguístico dos espaços rurais na atualidade, a pesquisa analisa dez fenômenos do falar rural elencados por Amaral (1920) e Castilho (2010) e contrasta-os aos dados obtidos através de 24 entrevistas sociolinguisticamente orientadas, com 12 informantes da zona rural do município Oliveira Fortes-MG e 12 informantes da zona rural do município Belmiro Braga-MG. Assim, foram observadas as variações em relação à: i) ditongação das vogais tônicas seguidas de sibilante no final das palavras; ii) perda da vogal átona inicial; iii) perda da distinção entre ditongos e vogais em contexto palatal; iv) perda da nasalidade e monotongação dos ditongos nasais finais; v) troca de [l] por [r] em grupos consonantais; vi) iodização da palatal /λ/; vii) perda da consoante [d] quando precedida de vogal nasal; viii) perda do [l] no pronome pessoal de terceira pessoa; ix) simplificação da concordância nominal; e x) simplificação da concordância verbal. Dentre os resultados, constata-se que as duas localidades apresentam variantes tipicamente rurais elencadas nos estudos anteriores, mas a discrepância nos percentuais das variantes conservadoras entre Belmiro Braga-MG e Oliveira Fortes-MG (46,3% e 75,5%, respectivamente) indica um continuum de ruralidade entre as zonas rurais, o qual pode ser mensurado por meio da frequência de traços graduais e descontínuos. Entre os moradores das zonas rurais, também há gradações de ruralidade. Verifica-se, ainda, que as variáveis sociais (intensidade, complexidade e distância em relação ao meio urbano; configuração das redes sociais; sentimento de pertencimento; grau de instrução; ocupação; estrato socioeconômico; sexo; idade; e acesso aos meios de comunicação) se correlacionam no delineamento da fala rural, em suas descontinuidades e gradações. Dessa forma, defende-se que o espaço rural é um território linguístico heterogêneo, no qual a investigação sociolinguística precisa ser fomentada para que a diversidade linguística presente nas zonas rurais brasileiras seja respeitada, valorizada, mas, antes de tudo, conhecida.
id UFJF_2ea3390a5f038b6d7f2af217a7a74360
oai_identifier_str oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/5379
network_acronym_str UFJF
network_name_str Repositório Institucional da UFJF
repository_id_str
spelling Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunhahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4732080D2Ricardo, Stella Maris Bortoni de Figueiredohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797665E2Rodrigues, Silvia Vieirahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797530U1Salgado, Ana Cláudia Petershttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4774838P4Fortes, Fábio da Silvahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4732903D0Coelho, Sueli Mariahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770298H1http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4275148T1Ribeiro, Patrícia Rafaela Otoni2017-08-08T12:00:30Z2017-06-292017-08-08T12:00:30Z2017-03-30https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5379O presente estudo objetiva contribuir para a compreensão da variação linguística na fala da zona rural de duas localidades na microrregião de Juiz de Fora, a qual se localiza na Zona da Mata de Minas Gerais. Trata-se de uma investigação com o respaldo teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972, 1982, 1994, 2001) e com contribuições dos estudos sobre Redes Sociais (MILROY, 1980, 1987, 2004; MILROY & MILROY, 1985; BORTONI- RICARDO, 1985, 2011) e Sociologia Rural (ABRAMOVAY, 2000; WANDERLEY, 1994, 1998, 2009). Partindo da hipótese de que as descrições existentes sobre o falar rural não dão conta da complexidade do delineamento sociolinguístico dos espaços rurais na atualidade, a pesquisa analisa dez fenômenos do falar rural elencados por Amaral (1920) e Castilho (2010) e contrasta-os aos dados obtidos através de 24 entrevistas sociolinguisticamente orientadas, com 12 informantes da zona rural do município Oliveira Fortes-MG e 12 informantes da zona rural do município Belmiro Braga-MG. Assim, foram observadas as variações em relação à: i) ditongação das vogais tônicas seguidas de sibilante no final das palavras; ii) perda da vogal átona inicial; iii) perda da distinção entre ditongos e vogais em contexto palatal; iv) perda da nasalidade e monotongação dos ditongos nasais finais; v) troca de [l] por [r] em grupos consonantais; vi) iodização da palatal /λ/; vii) perda da consoante [d] quando precedida de vogal nasal; viii) perda do [l] no pronome pessoal de terceira pessoa; ix) simplificação da concordância nominal; e x) simplificação da concordância verbal. Dentre os resultados, constata-se que as duas localidades apresentam variantes tipicamente rurais elencadas nos estudos anteriores, mas a discrepância nos percentuais das variantes conservadoras entre Belmiro Braga-MG e Oliveira Fortes-MG (46,3% e 75,5%, respectivamente) indica um continuum de ruralidade entre as zonas rurais, o qual pode ser mensurado por meio da frequência de traços graduais e descontínuos. Entre os moradores das zonas rurais, também há gradações de ruralidade. Verifica-se, ainda, que as variáveis sociais (intensidade, complexidade e distância em relação ao meio urbano; configuração das redes sociais; sentimento de pertencimento; grau de instrução; ocupação; estrato socioeconômico; sexo; idade; e acesso aos meios de comunicação) se correlacionam no delineamento da fala rural, em suas descontinuidades e gradações. Dessa forma, defende-se que o espaço rural é um território linguístico heterogêneo, no qual a investigação sociolinguística precisa ser fomentada para que a diversidade linguística presente nas zonas rurais brasileiras seja respeitada, valorizada, mas, antes de tudo, conhecida.This work aims to contribute to the understanding of linguistic variation on rural speech from two places in the microregion of Juiz de Fora, which is located in Zona da Mata of Minas Gerais, in Brazil. This research has as theoretical and methodological support the Variationist Sociolinguistics (LABOV, 1972, 1982, 1994, 2001), contributions of studies on Social Networks (MILROY, 1980, 1987, 2004; MILROY & MILROY, 1985; BORTONI-RICARDO 1985, 2011) and Rural Sociology (ABRAMOVAY, 2000; WANDERLEY, 1994, 1998, 2009). Assuming the hypothesis that the existing descriptions on rural speaking do not realize the complexity of the nowadays rural areas sociolinguistic design, this research analyzes ten phenomena from rural speech listed by Amaral (1920) and Castillo (2010), and contrasts them with data obtained through 24 sociolinguistically oriented interviews, with 12 informants from the countryside of Oliveira Fortes -MG city, and 12 informants from the countryside from Belmiro Braga - MG city. Thus, variations were observed with respect to: i) diphthongation on tonic vowels followed by sibilant at the end of words; ii) loss of the unstressed initial vowel; iii) loss of the distinction between diphthongs and vowels in palatal context; iv) loss of nasality and monotongation on the final nasal diphthongs; v) exchange of [l] by [r] into consonant groups; vi) iodization on the palatal /λ/; vii) loss of the consonant [d] when preceded by nasal vowel; viii) loss of [l] in the third person personal pronoun; ix) simplification on nominal agreement; and x) simplification on verbal agreement. Between the results, it was found that the two locations present typically rural variants at higher percentages than urban variants listed in previous studies, but the discrepancy in the percentages of conservative variants between Belmiro Braga - MG and Oliveira Fortes - MG (46.3% and 75.5%, respectively) indicates a continuum of rurality between rural areas, which can be measured by the frequency of gradual and discontinuous features. Among the residents of rural areas, there are also rurality gradations. It is also verified that the social variables (intensity, complexity and distance from the urban environment, social networks configuration, sense of belonging, education, occupation, socioeconomic stratum, sex, age, and access to the media) are correlated on the rural speech design, in its discontinuities and gradations. Thus, it is argued that the countryside is a heterogeneous linguistic territory in which the sociolinguistic research must to be fomented so that the linguistic diversity present in Brazilian rural areas is respected and valued, but above all known.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICASociolinguísticaVariação linguísticaFala ruralSociolinguisticsLinguistic variationRural speechVariação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILpatriciarafaelaotoniribeiro.pdf.jpgpatriciarafaelaotoniribeiro.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1181https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/4/patriciarafaelaotoniribeiro.pdf.jpgd35c7990b3007dd8d76978e186bbc5c2MD54ORIGINALpatriciarafaelaotoniribeiro.pdfpatriciarafaelaotoniribeiro.pdfapplication/pdf3062051https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/1/patriciarafaelaotoniribeiro.pdf1c585aca9d6375d85c5620bd1def9afdMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTpatriciarafaelaotoniribeiro.pdf.txtpatriciarafaelaotoniribeiro.pdf.txtExtracted texttext/plain452101https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/3/patriciarafaelaotoniribeiro.pdf.txt5aca4d8153080f4b99c2d19e93378c90MD53ufjf/53792019-06-16 06:45:33.034oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/5379TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T09:45:33Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
title Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
spellingShingle Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
Ribeiro, Patrícia Rafaela Otoni
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Sociolinguística
Variação linguística
Fala rural
Sociolinguistics
Linguistic variation
Rural speech
title_short Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
title_full Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
title_fullStr Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
title_full_unstemmed Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
title_sort Variação linguística na fala rural: uma análise de dois municípios da Zona da Mata de Minas Gerais
author Ribeiro, Patrícia Rafaela Otoni
author_facet Ribeiro, Patrícia Rafaela Otoni
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4732080D2
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Ricardo, Stella Maris Bortoni de Figueiredo
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797665E2
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Rodrigues, Silvia Vieira
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797530U1
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Salgado, Ana Cláudia Peters
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4774838P4
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Fortes, Fábio da Silva
dc.contributor.referee4Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4732903D0
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Coelho, Sueli Maria
dc.contributor.referee5Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770298H1
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4275148T1
dc.contributor.author.fl_str_mv Ribeiro, Patrícia Rafaela Otoni
contributor_str_mv Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha
Ricardo, Stella Maris Bortoni de Figueiredo
Rodrigues, Silvia Vieira
Salgado, Ana Cláudia Peters
Fortes, Fábio da Silva
Coelho, Sueli Maria
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Sociolinguística
Variação linguística
Fala rural
Sociolinguistics
Linguistic variation
Rural speech
dc.subject.por.fl_str_mv Sociolinguística
Variação linguística
Fala rural
Sociolinguistics
Linguistic variation
Rural speech
description O presente estudo objetiva contribuir para a compreensão da variação linguística na fala da zona rural de duas localidades na microrregião de Juiz de Fora, a qual se localiza na Zona da Mata de Minas Gerais. Trata-se de uma investigação com o respaldo teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972, 1982, 1994, 2001) e com contribuições dos estudos sobre Redes Sociais (MILROY, 1980, 1987, 2004; MILROY & MILROY, 1985; BORTONI- RICARDO, 1985, 2011) e Sociologia Rural (ABRAMOVAY, 2000; WANDERLEY, 1994, 1998, 2009). Partindo da hipótese de que as descrições existentes sobre o falar rural não dão conta da complexidade do delineamento sociolinguístico dos espaços rurais na atualidade, a pesquisa analisa dez fenômenos do falar rural elencados por Amaral (1920) e Castilho (2010) e contrasta-os aos dados obtidos através de 24 entrevistas sociolinguisticamente orientadas, com 12 informantes da zona rural do município Oliveira Fortes-MG e 12 informantes da zona rural do município Belmiro Braga-MG. Assim, foram observadas as variações em relação à: i) ditongação das vogais tônicas seguidas de sibilante no final das palavras; ii) perda da vogal átona inicial; iii) perda da distinção entre ditongos e vogais em contexto palatal; iv) perda da nasalidade e monotongação dos ditongos nasais finais; v) troca de [l] por [r] em grupos consonantais; vi) iodização da palatal /λ/; vii) perda da consoante [d] quando precedida de vogal nasal; viii) perda do [l] no pronome pessoal de terceira pessoa; ix) simplificação da concordância nominal; e x) simplificação da concordância verbal. Dentre os resultados, constata-se que as duas localidades apresentam variantes tipicamente rurais elencadas nos estudos anteriores, mas a discrepância nos percentuais das variantes conservadoras entre Belmiro Braga-MG e Oliveira Fortes-MG (46,3% e 75,5%, respectivamente) indica um continuum de ruralidade entre as zonas rurais, o qual pode ser mensurado por meio da frequência de traços graduais e descontínuos. Entre os moradores das zonas rurais, também há gradações de ruralidade. Verifica-se, ainda, que as variáveis sociais (intensidade, complexidade e distância em relação ao meio urbano; configuração das redes sociais; sentimento de pertencimento; grau de instrução; ocupação; estrato socioeconômico; sexo; idade; e acesso aos meios de comunicação) se correlacionam no delineamento da fala rural, em suas descontinuidades e gradações. Dessa forma, defende-se que o espaço rural é um território linguístico heterogêneo, no qual a investigação sociolinguística precisa ser fomentada para que a diversidade linguística presente nas zonas rurais brasileiras seja respeitada, valorizada, mas, antes de tudo, conhecida.
publishDate 2017
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-08-08T12:00:30Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-06-29
2017-08-08T12:00:30Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-03-30
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5379
url https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5379
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFJF
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Letras
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFJF
instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
instname_str Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron_str UFJF
institution UFJF
reponame_str Repositório Institucional da UFJF
collection Repositório Institucional da UFJF
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/4/patriciarafaelaotoniribeiro.pdf.jpg
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/1/patriciarafaelaotoniribeiro.pdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/2/license.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5379/3/patriciarafaelaotoniribeiro.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv d35c7990b3007dd8d76978e186bbc5c2
1c585aca9d6375d85c5620bd1def9afd
000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37b
5aca4d8153080f4b99c2d19e93378c90
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1798038632849735680