Conhecimento e atitudes entre pacientes com carcinoma espinocelular oral: estudo qualitativo

• Autor(a) principal: Souza, Daniele Assis
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15216
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA; Carcinoma espinocelular oral; Câncer de boca; Diagnóstico tardio; Oral squamous cell carcinoma; Mouth câncer; Late diagnosis

Carcinoma Espinocelular (CEC) é uma neoplasia maligna e representa aproximadamente 94% dos diagnósticos das malignidades orais, sendo, portanto, o tumor mais frequente da cavidade bucal. Acomete principalmente homens acima de 40 anos e representa o oitavo tumor mais frequente no sexo masculino e o décimo quinto no sexo feminino. A etiologia do carcinoma espinocelular oral é multifatorial e apresenta como principais fatores de risco o tabagismo com ou sem consumo regular de bebidas alcóolicas, exposição à luz solar, desnutrição e infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Os principais sinais incluem a presença de lesões na cavidade oral ou em lábio, que persistem por mais de 15 dias e que apresentam crescimento, placas vermelhas ou esbranquiçadas principalmente nas regiões da língua, gengiva, palato ou mucosa jugal. A elevada incidência e mortalidade de pacientes com carcinoma espinocelular oral evidencia a relevância de estudos que buscam a análise dos fatores relacionados ao diagnóstico tardio, visto que grande parte dos casos da doença é detectada em fase avançada. Esse estudo teve como objetivo analisar o conhecimento associado ao diagnóstico carcinoma espinocelular oral e as estratégias de enfrentamento pelo paciente, no município de Governador Valadares. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada, aplicada a participantes com diagnóstico de carcinoma espinocelular oral, que foram atendidos na clínica de Estomatologia da UFJF Campus Governador Valadares, durante os anos 2020 e 2022. O tamanho da amostra baseou-se no ponto de saturação. As variáveis do estudo incluiram aspectos sociodemográficos, sendo: sexo, idade, escolaridade, estado civil, profissão/ocupação, local de residência e tempo de diagnóstico da doença, além dos hábitos de tabagismo e etilismo. Para o estudo, foi utilizado um guia de entrevista semiestruturado adaptado, denominado Modelo Autorregulador (SRM), para analisar o modo como os sintomas e emoções vivenciados durante uma ameaça à saúde influenciam na percepção de doença pelos indivíduos. Os dados obtidos foram analisados, primeiramente, por meio de sua transcrição e leitura. Posteriormente, os aspectos dos dados foram descritos, com base na utilização do SRM. A amostra foi composta por 9 pacientes sendo eles 8 do sexo masculino e 1 do sexo femino, com a idade amostral entre 52 e 78 anos. A percepção da doença ocorreu pela presença de sintomas em sete participantes. Observou-se que os pacientes entrevistados identificaram os sintomas e mesmo ao apresentar alterações emocionais, houve ausência de ação eficaz no enfrentamento do câncer de boca. Portanto, percebeu-se o desconhecimento sobre o carcinoma espinocelular oral e a necessidade de campanhas públicas e atuações das unidades de saúde a respeito do tema.