Entre taps e direitos: proteção de dados pessoais, privacidade e liberdade no aplicativo Grindr
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12068 |
Resumo: | O Grindr é um aplicativo (app) amplamente utilizado por homens na busca de parceiros sexuais por possibilitar um contato direto com os usuários que estão localizados em territórios próximos. A plataforma realiza o tratamento de uma gama de dados pessoais e sensíveis disponibilizados por seus utilizadores, o que requer uma regulação jurídica em torno da privacidade e proteção de dados pessoais dos indivíduos. Nesse sentido, tendo como recorte geográfico a cidade de Juiz de Fora- MG, esta pesquisa recorre a uma metodologia empírico-qualitativa, com o uso das técnicas de observação dos perfis na rede, entrevista semiestruturada com os usuários e análise documental dos termos de uso do app, para responder a problemática sobre quais os sentidos de privacidade e liberdade dos usuários na rede e de que forma esses sentidos relacionam-se com o disposto nos termos de uso do app e com o regulamentado pela Lei 13.709 de 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais do Brasil (LGPD). Desse modo, tem como objetivo a compreensão acerca das formas como os sujeitos entendem e realizam o exercício livre e privado da sexualidade no app. Assim, utiliza como metodologia de análise dos dados a Teoria Fundamentada nos Dados desenvolvida por Glaser e Strauss (1967). Como resultado atingiu-se uma teoria sigilo x autonomia, em que alguns usuários sigilosos compreendem a privacidade como uma liberdade negativa, de não interferência na intimidade e reclusão das práticas homoeróticas, enquanto outros dão ênfase à autonomia para gerir suas informações pessoais como forma de estabelecer a privacidade e liberdade sexual no app. Além disso, a análise dos termos de uso do app demonstrou irregularidades no tratamento de dados operado pela empresa, tendo em vista os parâmetros estipulados pela LGPD sobre transparência, finalidade, segurança, qualidade dos dados, livre acesso, consentimento, dentre outros. Por fim, propõe-se o uso das contribuições oriundas dos direitos sexuais como forma de atender mais especificamente ao contexto de tratamento de dados operado pela Grindr, visto que a empresa controla um grande fluxo de informações sobre a vida sexual dos seus usuários. Dessa forma, a autodeterminação informativa pode ser compreendida conjuntamente com a lógica da autonomia sexual, com o objetivo de contribuir com o livre desenvolvimento da personalidade dos usuários da rede e promovendo medidas técnicas que assegurem o disposto na LGPD e o atendimento às particularidades do contexto de tratamento de dados de minorias sexuais. |
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Nesse sentido, tendo como recorte geográfico a cidade de Juiz de Fora- MG, esta pesquisa recorre a uma metodologia empírico-qualitativa, com o uso das técnicas de observação dos perfis na rede, entrevista semiestruturada com os usuários e análise documental dos termos de uso do app, para responder a problemática sobre quais os sentidos de privacidade e liberdade dos usuários na rede e de que forma esses sentidos relacionam-se com o disposto nos termos de uso do app e com o regulamentado pela Lei 13.709 de 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais do Brasil (LGPD). Desse modo, tem como objetivo a compreensão acerca das formas como os sujeitos entendem e realizam o exercício livre e privado da sexualidade no app. Assim, utiliza como metodologia de análise dos dados a Teoria Fundamentada nos Dados desenvolvida por Glaser e Strauss (1967). Como resultado atingiu-se uma teoria sigilo x autonomia, em que alguns usuários sigilosos compreendem a privacidade como uma liberdade negativa, de não interferência na intimidade e reclusão das práticas homoeróticas, enquanto outros dão ênfase à autonomia para gerir suas informações pessoais como forma de estabelecer a privacidade e liberdade sexual no app. Além disso, a análise dos termos de uso do app demonstrou irregularidades no tratamento de dados operado pela empresa, tendo em vista os parâmetros estipulados pela LGPD sobre transparência, finalidade, segurança, qualidade dos dados, livre acesso, consentimento, dentre outros. Por fim, propõe-se o uso das contribuições oriundas dos direitos sexuais como forma de atender mais especificamente ao contexto de tratamento de dados operado pela Grindr, visto que a empresa controla um grande fluxo de informações sobre a vida sexual dos seus usuários. Dessa forma, a autodeterminação informativa pode ser compreendida conjuntamente com a lógica da autonomia sexual, com o objetivo de contribuir com o livre desenvolvimento da personalidade dos usuários da rede e promovendo medidas técnicas que assegurem o disposto na LGPD e o atendimento às particularidades do contexto de tratamento de dados de minorias sexuais.Grindr is an application (app) widely used by men in search of sexual partners because it allows direct contact with users who are located in nearby territories. However, the platform processes a wide range of personal and sensitive data made available by its users, which requires a legal regulation regarding the privacy and protection of individuals' personal data. Therefore, taking the city of Juiz de Fora - MG as a geographical framework, this research deploys an empirical-qualitative methodology, using techniques of profile observation on the network, semi-structured interview with users and documentary analysis of the terms of use of the app, in order to answer the query about what are the meanings of privacy and freedom of users on the network and how these meanings relate to the terms of use of the app and the regulation given by Law 13.709 of 2018, the brazilian General Law of Protection of Personal Data (LGPD). Thus, this research aims to understand the ways in which subjects understand the free and private exercise of sexuality in the app. Hence, it uses the Grounded Theory developed by Glaser and Strauss (1967) as a methodology for data analysis. As a result, we rechead a secrecy x autonomy theory, in which users seeking for secrecy understand privacy as a negative freedom, of non-interference in the intimacy and reclusion of homoerotic practices, while other users emphasize autonomy to manage their personal information as a way to achieve privacy and sexual liberty on the app. In addition, the analysis of the app's terms of use has shown irregularities in the data treatment operated by the company when considered the parameters stipulated by LGPD on transparency, purpose, security, data quality, free access, consent, among others. Finally, we propose the use of contributions derived from sexual rights as a way to address more specifically the context of data treatment operated by Grindr, since the company controls a large flow of information about the sexual life of its users. In this way, informative self-determination can be understood alongside the logic of sexual autonomy, with the aim of contributing to the free development of the personality of network’s users and promoting technical measures that ensure the provisions of LGPD and the compliance with the particularities of the context of data treatment of sexual minorities.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Direito e InovaçãoUFJFBrasilFaculdade de Direitohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADASProteção de dados pessoaisPrivacidadeLiberdadeSexualidadeGrindrPersonal data protectionPrivacyLibertySexualityGrindrEntre taps e direitos: proteção de dados pessoais, privacidade e liberdade no aplicativo Grindrinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALramonsilvacosta.pdframonsilvacosta.pdfapplication/pdf1752697https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12068/1/ramonsilvacosta.pdf205c89a4248cf4703a3f4295c02223cdMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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