Perfil de resposta de anticorpos contra peptídeos lineares representando proteínas de fase exoeritrocítica (CelTOS e TRAP) e eritrocítica (CyRPA) de Plasmodium vivax durante a fase aguda e convalescente da infecção malárica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodolphi, Cinthia Magalhães
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17067
Resumo: A malária é um problema de saúde pública a nível mundial que acomete principalmente crianças e pessoas em vulnerabilidade social. No Brasil a doença é endêmica na região Norte, com Plasmodium vivax sendo a espécie predominante com mais de 80% dos casos confirmados anualmente. O elevado número de casos clínicos, a crescente resistência dos parasitos aos antimaláricos usuais e a ausência de uma vacina eficaz contra a malária, têm contribuído para o insucesso nos programas de eliminação da doença no mundo. Existem apenas duas vacinas contra a malária licenciadas, porém ambas são direcionadas exclusivamente a infecções por Plasmodium falciparum, espécie que detém a grande maioria dos estudos sobre a doença, com poucos trabalhos avaliando a complexidade da resposta imune em P. vivax, sendo assim, o entendimento da resposta humoral direcionada a distintas proteínas dos plasmódios em regiões de baixa endemicidade ainda é necessário para nortear o desenvolvimento de vacinas nessas regiões, especialmente no Brasil. Com base nisso, o presente trabalho tem por objetivo mapear o perfil de resposta de anticorpos em indivíduos na fase aguda (D0) e convalescença (D30 e D180 após a infecção) da malária vivax. Para tal utilizou-se peptídeos sintéticos que representam porções lineares das proteínas CelTOS e TRAP de fase exoeritrocítica e CyRPA de fase eritrocítica de P. vivax, candidatas vacinais em potencial. O ELISA indireto com o soro de pacientes provenientes da região endêmica brasileira, infectados ou não, e de indivíduos não expostos foi o método utilizado para a determinação da positividade e magnitude dos índices de reatividade dos anticorpos IgM, IgG e suas subclasses. O índice de reatividade também foi utilizado para avaliar a dinâmica de resposta nos dias 0 e 30; 0 e 180; e 0, 30 e 180 pós infecção para IgG e para a correlação com parâmetros clínicos epidemiológicos durante a fase aguda para IgG e IgM. Os resultados obtidos mostram que a população estudada mostra frequência e magnitude para todos os peptídeos e anticorpos nos diferentes dias de coleta. Para IgM, uma maior frequência de respondedores foi associada ao peptídeo de fase eritrocítica durante a fase aguda. Para IgG, observa-se que uma grande parcela da população estudada responde as proteínas nos diferentes dias de coleta, com destaque para os peptídeos de fase exoeritrocítica onde mais de 40% respondem em todos os pontos. Já durante a análise da estabilidade de IgG ao longo dos diferentes pontos do segmento, observa-se que para todos os peptídeos, os anticorpos se mantêm estáveis até 180 dias após a infecção. Entre as subclasses, IgG2, apesar de não citofílica, foi a subclasse que apresentou a maioria das frequências nos diferentes pontos de coleta, enquanto para as citofílicas, IgG3 possuiu maior destaque. Fatores de exposição da doença não mostraram correlações significantes tanto com IgG quanto com IgM. Conclui-se, portanto, que os epítopos imunodominantes aqui apresentados são naturalmente imunogênicos na população estudada, apresentando frequência de respondedores e magnitude de índice de reatividade, tanto para IgG total quanto para suas subclasses, com a resposta podendo se manter até 180 dias pós infecção.
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Existem apenas duas vacinas contra a malária licenciadas, porém ambas são direcionadas exclusivamente a infecções por Plasmodium falciparum, espécie que detém a grande maioria dos estudos sobre a doença, com poucos trabalhos avaliando a complexidade da resposta imune em P. vivax, sendo assim, o entendimento da resposta humoral direcionada a distintas proteínas dos plasmódios em regiões de baixa endemicidade ainda é necessário para nortear o desenvolvimento de vacinas nessas regiões, especialmente no Brasil. Com base nisso, o presente trabalho tem por objetivo mapear o perfil de resposta de anticorpos em indivíduos na fase aguda (D0) e convalescença (D30 e D180 após a infecção) da malária vivax. Para tal utilizou-se peptídeos sintéticos que representam porções lineares das proteínas CelTOS e TRAP de fase exoeritrocítica e CyRPA de fase eritrocítica de P. vivax, candidatas vacinais em potencial. O ELISA indireto com o soro de pacientes provenientes da região endêmica brasileira, infectados ou não, e de indivíduos não expostos foi o método utilizado para a determinação da positividade e magnitude dos índices de reatividade dos anticorpos IgM, IgG e suas subclasses. O índice de reatividade também foi utilizado para avaliar a dinâmica de resposta nos dias 0 e 30; 0 e 180; e 0, 30 e 180 pós infecção para IgG e para a correlação com parâmetros clínicos epidemiológicos durante a fase aguda para IgG e IgM. Os resultados obtidos mostram que a população estudada mostra frequência e magnitude para todos os peptídeos e anticorpos nos diferentes dias de coleta. Para IgM, uma maior frequência de respondedores foi associada ao peptídeo de fase eritrocítica durante a fase aguda. Para IgG, observa-se que uma grande parcela da população estudada responde as proteínas nos diferentes dias de coleta, com destaque para os peptídeos de fase exoeritrocítica onde mais de 40% respondem em todos os pontos. Já durante a análise da estabilidade de IgG ao longo dos diferentes pontos do segmento, observa-se que para todos os peptídeos, os anticorpos se mantêm estáveis até 180 dias após a infecção. Entre as subclasses, IgG2, apesar de não citofílica, foi a subclasse que apresentou a maioria das frequências nos diferentes pontos de coleta, enquanto para as citofílicas, IgG3 possuiu maior destaque. Fatores de exposição da doença não mostraram correlações significantes tanto com IgG quanto com IgM. Conclui-se, portanto, que os epítopos imunodominantes aqui apresentados são naturalmente imunogênicos na população estudada, apresentando frequência de respondedores e magnitude de índice de reatividade, tanto para IgG total quanto para suas subclasses, com a resposta podendo se manter até 180 dias pós infecção.Malaria is a global public health problem that mainly affects children and socially vulnerable people. In Brazil, the disease is endemic in the North region, with Plasmodium vivax being the predominant species with more than 80% of cases confirmed annually. The high number of clinical cases, the increasing resistance of parasites to the usual antimalarials, and the absence of an effective vaccine against malaria have contributed to the failure of programs to eliminate the disease around the world. There are only two licensed malaria vaccines, but both are aimed exclusively at infections by Plasmodium falciparum, the species that holds the great majority of studies on the disease, with only a few studies evaluating the complexity of the immune response in P. vivax, therefore, the understanding of the humoral response directed to different plasmodia proteins in regions of low endemicity is still necessary to guide the development of vaccines in these regions, especially in Brazil. Based on this, the present work aims to map the antibody response profile in individuals in the acute phase (D0) and convalescence (D30 and D180 after infection) of vivax malaria. To this end, synthetic peptides were used that represent linear portions of the proteins CelTOS and TRAP from the exoerythrocytic phase and CyRPA from the erythrocytic phase of P. vivax, all of them are potential vaccine candidates. The indirect ELISA with serum from patients from the Brazilian endemic region, infected or not, and from unexposed individuals was the method used to determine the positivity and magnitude of the reactivity indexes of IgM, IgG antibodies, and their subclasses. The reactivity index was also used to evaluate the response dynamics on days 0 and 30; 0 and 180; and 0, 30, and 180 post-infection for IgG and for correlation with clinical epidemiological parameters during the acute phase for IgG and IgM. The results obtained show that the studied population shows frequency and magnitude for all peptides and antibodies on different collection days. For IgM, a higher frequency of responders was associated with the erythrocytic phase peptide during the acute phase. For IgG, it was observed that a large portion of the studied population responds to proteins on different collection days, with emphasis on peptides from the exoerythrocytic phase where more than 40% respond at all points. During the analysis of IgG stability throughout the different points of the segment, it was observed that for all peptides, the antibodies remained stable up to 180 days after infection. Among the subclasses, IgG2, despite not being cytophilic, was the subclass that presented the most frequencies at the different collection points, while for the cytophilic ones, IgG3 was more prominent. Disease exposure factors did not show significant correlations with either IgG or IgM. We can conclude that the immunodominant epitopes presented here are naturally immunogenic in the studied population, presenting a frequency of responders and magnitude of reactivity index, both for total IgG and its subclasses, with the response being able to be maintained up to 180 days post-infection.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e BiotecnologiaUFJFBrasilICB – Instituto de Ciências BiológicasAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASMaláriaResposta humoralPeptídeosPvCelTOSPvTRAPPvCyRPAMalariaHumoral responsePeptidesPerfil de resposta de anticorpos contra peptídeos lineares representando proteínas de fase exoeritrocítica (CelTOS e TRAP) e eritrocítica (CyRPA) de Plasmodium vivax durante a fase aguda e convalescente da infecção maláricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALcinthiamagalhaesrodolphi.pdfcinthiamagalhaesrodolphi.pdfPDF/Aapplication/pdf2388775https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17067/1/cinthiamagalhaesrodolphi.pdf4204cba327dc0b8b178fca76c467ed3bMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17067/2/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17067/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTcinthiamagalhaesrodolphi.pdf.txtcinthiamagalhaesrodolphi.pdf.txtExtracted texttext/plain206178https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17067/4/cinthiamagalhaesrodolphi.pdf.txte0447a25bfabbf3a6706e18532dff263MD54THUMBNAILcinthiamagalhaesrodolphi.pdf.jpgcinthiamagalhaesrodolphi.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1185https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17067/5/cinthiamagalhaesrodolphi.pdf.jpgf19b2456dce427a90bc99ca684e73610MD55ufjf/170672024-08-06 03:04:22.969oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/17067Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2024-08-06T06:04:22Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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