Mito & música: o trágico no jovem Nietzsche

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lotério, Rafael Antônio dos Santos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2116
Resumo: O objetivo desta dissertação é perseguir o conceito de trágico na filosofia do jovem Friedrich Wilhelm Nietzsche. Através do estudo das suas primeiras obras dedicadas à reflexão filosófica, percebemos que a ideia do “trágico” se afirma como ponto central e ganha destaque para as perspectivas de trabalho vindouro para o professor de filologia clássica que se tornaria um dos mais importantes nomes da filosofia contemporânea. Entretanto, mesmo resguardando o valor que as reflexões nietzschianas apresentam em relação ao problema do trágico, sua filosofia passou à posteridade sob a égide de outros problemas por ele analisados e, consequentemente, enfatizando ideias aparentemente mais centrais que a do trágico. É para sanar a necessidade de uma reflexão mais intensiva sobre os trabalhos do jovem Nietzsche que esta pesquisa chama atenção e vem se alinhar ao esforço de compreensão das ideias fundamentais do filósofo antes da elaboração dos conceitos de “super-homem”, “eterno retorno” e “vontade de poder”. Para isso debruçamo-nos sobre O nascimento da tragédia no Espírito da Música; por acreditarmos que nele convergem as principais ideias caras ao Nietzsche jovem. E a particularidade que queremos acentuar aqui, através do fomento das reflexões sobre a religião, é a centralidade do mito e da música como elementos sem os quais a tragédia não pode ser pensada e, consequentemente, não se pode chegar ao cerne do que definira como “trágico”. Nietzsche organiza as ideias de mito, culto e coro para salvaguardar uma relação de autenticidade para a tragédia grega, autenticidade que reflete uma visão particular e mais verdadeira da realidade do mundo. A dissolução dessa tríade resulta no aparecimento de um tipo de civilização que se afasta de todo valor verdadeiro da realidade, tanto do mundo quanto da vida. Nietzsche, enquanto se coloca diante da tradição alemã de releitura dos clássicos gregos, constrói uma ponte entre a vida grega autêntica e a vida moderna, socrática, pouco hábil para a compreensão do mito e amplamente desprovida da capacidade de ouvir e compreender a música. Esta relação é estruturada a partir da configuração de dois conceitos básicos – apolíneo e dionisíaco – que vão servir como divisores de águas para o pensamento nietzschiano, permitindo uma reinterpretação não apenas dos valores estéticos do mundo moderno, mas, mais completamente, uma releitura iconoclasta da própria condição de possibilidade de se pensar o homem após o crepúsculo de seus deuses.
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Entretanto, mesmo resguardando o valor que as reflexões nietzschianas apresentam em relação ao problema do trágico, sua filosofia passou à posteridade sob a égide de outros problemas por ele analisados e, consequentemente, enfatizando ideias aparentemente mais centrais que a do trágico. É para sanar a necessidade de uma reflexão mais intensiva sobre os trabalhos do jovem Nietzsche que esta pesquisa chama atenção e vem se alinhar ao esforço de compreensão das ideias fundamentais do filósofo antes da elaboração dos conceitos de “super-homem”, “eterno retorno” e “vontade de poder”. Para isso debruçamo-nos sobre O nascimento da tragédia no Espírito da Música; por acreditarmos que nele convergem as principais ideias caras ao Nietzsche jovem. E a particularidade que queremos acentuar aqui, através do fomento das reflexões sobre a religião, é a centralidade do mito e da música como elementos sem os quais a tragédia não pode ser pensada e, consequentemente, não se pode chegar ao cerne do que definira como “trágico”. Nietzsche organiza as ideias de mito, culto e coro para salvaguardar uma relação de autenticidade para a tragédia grega, autenticidade que reflete uma visão particular e mais verdadeira da realidade do mundo. A dissolução dessa tríade resulta no aparecimento de um tipo de civilização que se afasta de todo valor verdadeiro da realidade, tanto do mundo quanto da vida. Nietzsche, enquanto se coloca diante da tradição alemã de releitura dos clássicos gregos, constrói uma ponte entre a vida grega autêntica e a vida moderna, socrática, pouco hábil para a compreensão do mito e amplamente desprovida da capacidade de ouvir e compreender a música. Esta relação é estruturada a partir da configuração de dois conceitos básicos – apolíneo e dionisíaco – que vão servir como divisores de águas para o pensamento nietzschiano, permitindo uma reinterpretação não apenas dos valores estéticos do mundo moderno, mas, mais completamente, uma releitura iconoclasta da própria condição de possibilidade de se pensar o homem após o crepúsculo de seus deuses.The objective of this dissertation is to pursue the concept of the tragic couple in the Philosophy of Friedrich Wilhelm Nietzsche. Through the study of his early works devoted to philosophical reflection we realized that the idea of the “tragic” is stated as the central focus and win the job prospects coming to the teacher of Classical Philology would become one of the most important names in contemporary philosophy. However, even protecting the value they have Nietzschean reflections on the problem of the tragic, his philosophy passed down to posterity under aegis of other problems he studied, and thus emphasizing ideas that seen most central to the tragic. It is to remedy the need for a more intensive reflection on the work of the young Nietzsche that this research draws attention and has been the effort to bring understanding of the fundamental ideas of the philosopher before the elaboration of the concepts of “superman”, “eternal recurrence” and “will to power”. For this we are referring on The birth of Tragedy in the Spirit of Music because we believe that it faces the main ideas converge to the young Nietzsche. And we want to emphasize in special here, through discussion about religion, is the centrality of myth and music as elements without which the tragedy cannot be thought, and therefore cannot get to the heart of what he called a “tragic”. Nietzsche organizes the ideas of myth, cult and chorus to preserve a relationship of authenticity to Greek tragedy, authenticity that reflects a particular vision and truer reality of the world. The dissolution of this triad results in the appearance of a type of civilization that departs from the true value of the whole reality of both the world and of life. Thus, Nietzsche, while bringing forth the German tradition of rereading of Greek classics, builds a bridge between authentic Greek life and modern life, Socratic, clumsy to understand the myth and largely devoid of the ability to listen and understand music. This relationship is structured from the configuration of two basic concepts – Apollonian and Dionysian – which will serve as a watershed for the Nietzschean thought, allowing a reinterpretation not only of aesthetic values of the modern world, but more completely, an iconoclastic the very condition of possibility of thinking the man after the twilight of their gods.porUniversidade Federal de Juiz de ForaPrograma de Pós-graduação em Ciência da ReligiãoUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIAMitoMúsicaTrágicoTragédiaMythMusicMito & música: o trágico no jovem Nietzscheinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILrafaelantoniodos santosloterio.pdf.jpgrafaelantoniodos santosloterio.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1173https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2116/4/rafaelantoniodos%20santosloterio.pdf.jpgedf30d793ff000a4b4a86bfc37b65a9eMD54ORIGINALrafaelantoniodos santosloterio.pdfrafaelantoniodos santosloterio.pdfapplication/pdf709662https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2116/1/rafaelantoniodos%20santosloterio.pdff31d75c14c858f49a7eee80db4acf917MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2116/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52TEXTrafaelantoniodos santosloterio.pdf.txtrafaelantoniodos santosloterio.pdf.txtExtracted texttext/plain511518https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2116/3/rafaelantoniodos%20santosloterio.pdf.txt8436c0fd1e7878cd275bfb3a48662249MD53ufjf/21162019-11-07 11:13:19.549oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/2116TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T13:13:19Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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