A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Gabriela Dayrell Drummond de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12985
Resumo: Este trabalho possui por finalidade relacionar a Labelling Approach Theory (ou Teoria do Etiquetamento Social) com relevantes aspectos presentes na elaboração do modelo de inquérito policial adotado no Brasil. Em um primeiro plano, utiliza-se da literatura produzida, principalmente, por Norbert Elias e Howard Becker, expoentes da teoria, para ilustrar o pensamento criminológico aqui adotado. Segundo esta teoria, a classe responsável por definir quais condutas são consideradas crimes (para Norbert Elias, os "estabelecidos") utilizam da lei para punir comportamentos relacionados às classes marginalizadas, as quais temem. A definição de criminoso encontra-se mergulhada no subjetivismo e transforma-se em uma etiqueta a ser distribuída a qualquer pessoa ligada a essas classes, ainda que não tenha cometido qualquer crime. Em seguida, esta pesquisa parte para caracterização do inquérito policial brasileiro, marcado, sobremaneira, pela exclusão da defesa da fase pré-processual, uma vez que o investigado não possui qualquer direito ao contraditório ou à produção de provas nesta etapa, e pela publicidade das investigações. Conforme se verá, a ausência de ampla defesa durante a fase de inquérito está na contramão dos Códigos Processuais europeus e norte-americano, que, atentando-se à ordem constitucional que se instalou após a Segunda Guerra Mundial, trataram de aumentar a proteção concedida ao polo passivo do processo penal, garantindo o seu direito a requerer provas e ao controle judicial na fase inquisitorial. Nesta esteira, o anteprojeto do Novo Código de Processo Penal, em tramitação há longos dez anos, pretende inserir no ordenamento jurídico pátrio inovações legislativas que cuidarão de democratizar o inquérito policial, incluindo a possibilidade da investigação defensiva, criando uma defesa ativa durante a fase de inquérito e dando luz à figura do juiz das garantias, magistrado designado especialmente para controlar a legalidade dos atos da fase pré-processual. Ainda, demonstrar-se-á que a tendência observada nos últimos anos é a de inversão da regra prevista no artigo 20 do Código de Processo Penal, que estabelece o sigilo das apurações, e passa a ser a publicidade destas. Nos casos criminais de maior repercussão social, o inquérito vem se transformando em um entretenimento midiático, transmitido em jornais televisivos para que toda a população tenha acesso e forme sua opinião a respeito da autoria de determinado crime. Tem-se, portanto, que a exclusão da defesa do inquérito, aliada à sua publicidade em detrimento do sigilo exigido pela lei, contribuem para adicionar uma nova face à Labelling Approach Theory . No Brasil, são etiquetados como "criminosos" aqueles que são alvo de qualquer investigação criminal, ainda que não condenados, o que constitui flagrante violação ao princípio constitucional de presunção de inocência. Diante disso, conclui-se pela necessidade pungente de adequação do inquérito policial brasileiro à ordem constitucional vigente, de forma a contemplar um processo penal democrático, ciente de que este não pode surgir de uma fase pré-processual puramente inquisitorial.
id UFJF_8f0097c81b3792655e8a23d90f7ce172
oai_identifier_str oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12985
network_acronym_str UFJF
network_name_str Repositório Institucional da UFJF
repository_id_str
spelling Guedes, Cleverson Raymundo Sbarzihttp://lattes.cnpq.br/2394620408499598Lago, Cristiano Álvares Valladares dohttp://lattes.cnpq.br/3443836158867613Rodrigues, Luiz Antônio Barrosohttp://lattes.cnpq.br/9682043651031116http://lattes.cnpq.br/Oliveira, Ana Gabriela Dayrell Drummond de2021-06-28T19:55:07Z2019-12-192021-06-28T19:55:07Z2019-11-12https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12985Este trabalho possui por finalidade relacionar a Labelling Approach Theory (ou Teoria do Etiquetamento Social) com relevantes aspectos presentes na elaboração do modelo de inquérito policial adotado no Brasil. Em um primeiro plano, utiliza-se da literatura produzida, principalmente, por Norbert Elias e Howard Becker, expoentes da teoria, para ilustrar o pensamento criminológico aqui adotado. Segundo esta teoria, a classe responsável por definir quais condutas são consideradas crimes (para Norbert Elias, os "estabelecidos") utilizam da lei para punir comportamentos relacionados às classes marginalizadas, as quais temem. A definição de criminoso encontra-se mergulhada no subjetivismo e transforma-se em uma etiqueta a ser distribuída a qualquer pessoa ligada a essas classes, ainda que não tenha cometido qualquer crime. Em seguida, esta pesquisa parte para caracterização do inquérito policial brasileiro, marcado, sobremaneira, pela exclusão da defesa da fase pré-processual, uma vez que o investigado não possui qualquer direito ao contraditório ou à produção de provas nesta etapa, e pela publicidade das investigações. Conforme se verá, a ausência de ampla defesa durante a fase de inquérito está na contramão dos Códigos Processuais europeus e norte-americano, que, atentando-se à ordem constitucional que se instalou após a Segunda Guerra Mundial, trataram de aumentar a proteção concedida ao polo passivo do processo penal, garantindo o seu direito a requerer provas e ao controle judicial na fase inquisitorial. Nesta esteira, o anteprojeto do Novo Código de Processo Penal, em tramitação há longos dez anos, pretende inserir no ordenamento jurídico pátrio inovações legislativas que cuidarão de democratizar o inquérito policial, incluindo a possibilidade da investigação defensiva, criando uma defesa ativa durante a fase de inquérito e dando luz à figura do juiz das garantias, magistrado designado especialmente para controlar a legalidade dos atos da fase pré-processual. Ainda, demonstrar-se-á que a tendência observada nos últimos anos é a de inversão da regra prevista no artigo 20 do Código de Processo Penal, que estabelece o sigilo das apurações, e passa a ser a publicidade destas. Nos casos criminais de maior repercussão social, o inquérito vem se transformando em um entretenimento midiático, transmitido em jornais televisivos para que toda a população tenha acesso e forme sua opinião a respeito da autoria de determinado crime. Tem-se, portanto, que a exclusão da defesa do inquérito, aliada à sua publicidade em detrimento do sigilo exigido pela lei, contribuem para adicionar uma nova face à Labelling Approach Theory . No Brasil, são etiquetados como "criminosos" aqueles que são alvo de qualquer investigação criminal, ainda que não condenados, o que constitui flagrante violação ao princípio constitucional de presunção de inocência. Diante disso, conclui-se pela necessidade pungente de adequação do inquérito policial brasileiro à ordem constitucional vigente, de forma a contemplar um processo penal democrático, ciente de que este não pode surgir de uma fase pré-processual puramente inquisitorial.This work aims to relate the Labeling Approach Theory with relevant aspects present in the elaboration of the Police Inquiry model adopted in Brazil. In the foreground, we use the literature produced mainly by Norbert Elias and Howard Becker, exponents of the theory, to illustrate the criminological thinking adopted here. According to this theory, the class responsible for defining what conduct is considered a crime (for Norbert Elias, the "established") use the law to punish behaviors related to the marginalized classes, which they fear. The definition of criminal is steeped in subjectivism and becomes a label to be distributed to anyone connected with these classes, even if they have not committed any crime. Then, this research starts to characterize the Brazilian Police Inquiry, marked, above all, by the exclusion of the defense of the pre-procedural phase, since the investigated person has no right to the contradictory or the production of evidence at this stage, and the publicity of the investigations. As will be seen, the absence of broad defense during the Inquiry phase runs against the European and American Procedural Codes which, in keeping with the constitutional order that was established after World War II, sought to increase the protection afforded to the passive pole of criminal proceedings, guaranteeing their right to request evidence and judicial control at the inquisitorial stage. In this context, the draft of the New Code of Criminal Procedure, which has been in progress for ten years, intends to insert into the national legal system legislative innovations that will take care of democratizing the Police Inquiry, including the possibility of defensive investigation, creating an active defense during the Inquiry and giving birth to the figure of the Judge of Guarantees, Magistrate specially designated to control the legality of acts of the pre-procedural phase. Moreover, it will be demonstrated that the trend observed in recent years is the reversal of the rule provided for in Article 20 of the Brazilian Criminal Procedure Code, which establishes the secrecy of the findings, and becomes their publicity. In criminal cases of greater social repercussion, the Inquiry has been transformed into media entertainment, broadcast on television newspapers for the entire population to have access to and form their opinion on the authorship of a particular crime. Therefore, the exclusion of the inquiry's defense, coupled with its publicity to the detriment of the secrecy required by law, contributes to adding a new face to the Labeling Approach Theory. In Brazil, those who are the target of any criminal investigation, even if not convicted, are labeled as "criminals", which is a flagrant violation of the Constitutional Principle of Presumption of Innocence. In view of this, it is concluded that the Brazilian Police Inquiry must be adequately adapted to the current constitutional order, so as to contemplate a democratic criminal process, aware that it cannot arise from a purely inquisitorial pre-procedural phase.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)UFJFBrasilFaculdade de DireitoAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO::DIREITO PUBLICOLabelling approach theoryInquérito policialPublicizaçãoLabelling approach theoryPolice inquiryAdvertisingA era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theoryinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALanagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdfanagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdfapplication/pdf356718https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/1/anagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf150efec7e9d358858de3241c9b756e63MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/4/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD54LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/5/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD55TEXTanagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.txtanagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.txtExtracted texttext/plain82603https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/6/anagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.txt387f126bafdbb873bb91a286b91ced9cMD56THUMBNAILanagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.jpganagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1169https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/7/anagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.jpg8a06e2e392c6d14c4d534732ec9298c9MD57ufjf/129852021-06-29 03:12:38.11oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12985Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2021-06-29T06:12:38Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
title A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
spellingShingle A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
Oliveira, Ana Gabriela Dayrell Drummond de
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO::DIREITO PUBLICO
Labelling approach theory
Inquérito policial
Publicização
Labelling approach theory
Police inquiry
Advertising
title_short A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
title_full A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
title_fullStr A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
title_full_unstemmed A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
title_sort A era de publicização do inquérito policial e a face brasileira da labelling approach theory
author Oliveira, Ana Gabriela Dayrell Drummond de
author_facet Oliveira, Ana Gabriela Dayrell Drummond de
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Guedes, Cleverson Raymundo Sbarzi
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2394620408499598
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Lago, Cristiano Álvares Valladares do
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3443836158867613
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Rodrigues, Luiz Antônio Barroso
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9682043651031116
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Ana Gabriela Dayrell Drummond de
contributor_str_mv Guedes, Cleverson Raymundo Sbarzi
Lago, Cristiano Álvares Valladares do
Rodrigues, Luiz Antônio Barroso
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO::DIREITO PUBLICO
topic CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO::DIREITO PUBLICO
Labelling approach theory
Inquérito policial
Publicização
Labelling approach theory
Police inquiry
Advertising
dc.subject.por.fl_str_mv Labelling approach theory
Inquérito policial
Publicização
Labelling approach theory
Police inquiry
Advertising
description Este trabalho possui por finalidade relacionar a Labelling Approach Theory (ou Teoria do Etiquetamento Social) com relevantes aspectos presentes na elaboração do modelo de inquérito policial adotado no Brasil. Em um primeiro plano, utiliza-se da literatura produzida, principalmente, por Norbert Elias e Howard Becker, expoentes da teoria, para ilustrar o pensamento criminológico aqui adotado. Segundo esta teoria, a classe responsável por definir quais condutas são consideradas crimes (para Norbert Elias, os "estabelecidos") utilizam da lei para punir comportamentos relacionados às classes marginalizadas, as quais temem. A definição de criminoso encontra-se mergulhada no subjetivismo e transforma-se em uma etiqueta a ser distribuída a qualquer pessoa ligada a essas classes, ainda que não tenha cometido qualquer crime. Em seguida, esta pesquisa parte para caracterização do inquérito policial brasileiro, marcado, sobremaneira, pela exclusão da defesa da fase pré-processual, uma vez que o investigado não possui qualquer direito ao contraditório ou à produção de provas nesta etapa, e pela publicidade das investigações. Conforme se verá, a ausência de ampla defesa durante a fase de inquérito está na contramão dos Códigos Processuais europeus e norte-americano, que, atentando-se à ordem constitucional que se instalou após a Segunda Guerra Mundial, trataram de aumentar a proteção concedida ao polo passivo do processo penal, garantindo o seu direito a requerer provas e ao controle judicial na fase inquisitorial. Nesta esteira, o anteprojeto do Novo Código de Processo Penal, em tramitação há longos dez anos, pretende inserir no ordenamento jurídico pátrio inovações legislativas que cuidarão de democratizar o inquérito policial, incluindo a possibilidade da investigação defensiva, criando uma defesa ativa durante a fase de inquérito e dando luz à figura do juiz das garantias, magistrado designado especialmente para controlar a legalidade dos atos da fase pré-processual. Ainda, demonstrar-se-á que a tendência observada nos últimos anos é a de inversão da regra prevista no artigo 20 do Código de Processo Penal, que estabelece o sigilo das apurações, e passa a ser a publicidade destas. Nos casos criminais de maior repercussão social, o inquérito vem se transformando em um entretenimento midiático, transmitido em jornais televisivos para que toda a população tenha acesso e forme sua opinião a respeito da autoria de determinado crime. Tem-se, portanto, que a exclusão da defesa do inquérito, aliada à sua publicidade em detrimento do sigilo exigido pela lei, contribuem para adicionar uma nova face à Labelling Approach Theory . No Brasil, são etiquetados como "criminosos" aqueles que são alvo de qualquer investigação criminal, ainda que não condenados, o que constitui flagrante violação ao princípio constitucional de presunção de inocência. Diante disso, conclui-se pela necessidade pungente de adequação do inquérito policial brasileiro à ordem constitucional vigente, de forma a contemplar um processo penal democrático, ciente de que este não pode surgir de uma fase pré-processual puramente inquisitorial.
publishDate 2019
dc.date.available.fl_str_mv 2019-12-19
2021-06-28T19:55:07Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-11-12
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-06-28T19:55:07Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12985
url https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12985
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFJF
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Direito
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFJF
instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
instname_str Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron_str UFJF
institution UFJF
reponame_str Repositório Institucional da UFJF
collection Repositório Institucional da UFJF
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/1/anagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/4/license_rdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/5/license.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/6/anagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12985/7/anagabrieladayrelldrummonddeoliveira.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 150efec7e9d358858de3241c9b756e63
c4c98de35c20c53220c07884f4def27c
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
387f126bafdbb873bb91a286b91ced9c
8a06e2e392c6d14c4d534732ec9298c9
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801661277018259456