O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Lydsson Agostinho
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00048
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12667
Resumo: Este trabalho investiga o sincretismo da morfologia passiva em latim. Nessa língua, o sufixo que realiza a voz passiva (cujo default é realizado como -r) também é encontrado em construções impessoais, anticausativas e contextos médios, bem como nos verbos depoentes, classe definida por sempre se manifestar na forma passiva, embora possua sentido ativo. Esse tipo de sincretismo não se limita ao latim, sendo observado em outras línguas de diferentes famílias e, ocasionalmente, envolve também o domínio dos verbos reflexivos. No intuito de oferecer uma explicação de cunho amplo, parte-se dos trabalhos anteriores de Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) e, sob o modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), apresenta-se uma proposta de derivação que postula que a marca sincrética é, na verdade, um argumento verbal não referencial – isto é, uma variável – que é incorporado ao verbo pós-sintaticamente. Os diferentes contextos em que a marca aparece são resultantes da posição original que esse argumento ocupava: interno ou externo. A presença da variável na posição de argumento interno faz com que ela se ligue ao argumento externo, produzindo a interpretação reflexiva. Na posição de argumento externo, não havendo outro DP mais alto com o qual se ligar, ela não pode receber papel-θ ou Caso. Como resultado da ausência de papel-θ, a variável é lida como um expletivo em LF. A ausência de Caso é um problema para PF, onde é checado o filtro do Caso (LEVIN, 2015). Para que a derivação não seja perdida, a variável sofre incorporação ao domínio verbal, via Deslocamento Local, nos termos de Levin (2014, 2015). Essa configuração, em diferentes sabores de Voice (FOLLI & HARLEY, 2005), produz diferentes interpretações. A voz passiva e o domínio impessoal, tratados como um mesmo fenômeno, diferenciado apenas pela presença de um agente da passiva, resultam da incorporação da variável na posição de argumento externo de um VoiceDO. Por sua vez, a variável no especificador de um VoiceCAUSE gera os anticausativos. Nos contextos médios, ocorre a incorporação de uma variável na posição de argumento externo, enquanto o argumento de um núcleo Appl (PYLKKÄNEN, 2008) é promovido à posição de sujeito sintático. Verbos depoentes se dividem em três tipos: seguindo Alexiadou (2013), propõe-se que os agentivos são, em verdade, médios, e, por isso, são derivados da mesma maneira; os depoentes que envolvem sujeitos experienciadores projetam tal argumento via um núcleo EXP e têm a posição de argumento externo ocupada pela variável, que se incorpora; depoentes anticausativos são o resultado da incorporação do argumento de Appl numa estrutura sem Voice.
id UFJF_a259bfb899842a4ed819a33c2de41012
oai_identifier_str oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12667
network_acronym_str UFJF
network_name_str Repositório Institucional da UFJF
repository_id_str
spelling Armelin, Paula Roberta Gabbaihttp://lattes.cnpq.br/5923553184607536Fortes, Fábio da Silvahttp://lattes.cnpq.br/5854856000021815Medeiros, Alessandro Boechat dehttp://lattes.cnpq.br/3683514276827059http://lattes.cnpq.br/2991886116406427Gonçalves, Lydsson Agostinho2021-05-06T13:35:27Z2021-05-062021-05-06T13:35:27Z2021-02-19https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00048https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12667Este trabalho investiga o sincretismo da morfologia passiva em latim. Nessa língua, o sufixo que realiza a voz passiva (cujo default é realizado como -r) também é encontrado em construções impessoais, anticausativas e contextos médios, bem como nos verbos depoentes, classe definida por sempre se manifestar na forma passiva, embora possua sentido ativo. Esse tipo de sincretismo não se limita ao latim, sendo observado em outras línguas de diferentes famílias e, ocasionalmente, envolve também o domínio dos verbos reflexivos. No intuito de oferecer uma explicação de cunho amplo, parte-se dos trabalhos anteriores de Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) e, sob o modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), apresenta-se uma proposta de derivação que postula que a marca sincrética é, na verdade, um argumento verbal não referencial – isto é, uma variável – que é incorporado ao verbo pós-sintaticamente. Os diferentes contextos em que a marca aparece são resultantes da posição original que esse argumento ocupava: interno ou externo. A presença da variável na posição de argumento interno faz com que ela se ligue ao argumento externo, produzindo a interpretação reflexiva. Na posição de argumento externo, não havendo outro DP mais alto com o qual se ligar, ela não pode receber papel-θ ou Caso. Como resultado da ausência de papel-θ, a variável é lida como um expletivo em LF. A ausência de Caso é um problema para PF, onde é checado o filtro do Caso (LEVIN, 2015). Para que a derivação não seja perdida, a variável sofre incorporação ao domínio verbal, via Deslocamento Local, nos termos de Levin (2014, 2015). Essa configuração, em diferentes sabores de Voice (FOLLI & HARLEY, 2005), produz diferentes interpretações. A voz passiva e o domínio impessoal, tratados como um mesmo fenômeno, diferenciado apenas pela presença de um agente da passiva, resultam da incorporação da variável na posição de argumento externo de um VoiceDO. Por sua vez, a variável no especificador de um VoiceCAUSE gera os anticausativos. Nos contextos médios, ocorre a incorporação de uma variável na posição de argumento externo, enquanto o argumento de um núcleo Appl (PYLKKÄNEN, 2008) é promovido à posição de sujeito sintático. Verbos depoentes se dividem em três tipos: seguindo Alexiadou (2013), propõe-se que os agentivos são, em verdade, médios, e, por isso, são derivados da mesma maneira; os depoentes que envolvem sujeitos experienciadores projetam tal argumento via um núcleo EXP e têm a posição de argumento externo ocupada pela variável, que se incorpora; depoentes anticausativos são o resultado da incorporação do argumento de Appl numa estrutura sem Voice.This study investigates the syncretism of Latin’s passive morphology. In that language, the suffix that realizes the passive voice (as a default, -r) is also found in impersonal, anticausative and middle contexts, as well as in the deponent verbs, a class defined by always surfacing in the passive form, even though it has an active sense. That kind of syncretism is not limited to Latin, being present in other languages from different families, and occasionally also involves reflexive verbs. With the goal of offering a comprehensive explanation, this study builds on the previous works of Schäfer (2008) and Lazzarini-Cyrino (2015) and, under the theoretical model of Distributed Morphology (HALLE & MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), it presents a proposal in which the syncretic marker is a non-referential verbal argument – a variable – incorporated into the verb post-syntactically. The different contexts in which the marker appears are dependent on the original position that argument occupied, the external or the internal one. The presence of the variable in the internal argument position causes it to be bound to the external argument, producing the reflexive interpretation. In the external argument position, since there’s no higher DP for it to be bound with, it cannot receive a θ-role or Case. As a result of not having a θ-role, it is read as an expletive in LF. The absence of Case is a problem for PF, where the Case filter is checked (LEVIN, 2015). To prevent the derivation from crashing, the variable is incorporated into the verbal domain, through Local Dislocation, in the terms of Levin (2014, 2015). That configuration, in different flavors of Voice (FOLLI & HARLEY, 2005), produces different interpretations. The passive voice and the impersonal domain, here considered to be the same phenomenon, differentiated only by the presence of a by-phrase-introduced agent, result from the incorporation of a variable in the external argument position of a VoiceDO. The same operation in a VoiceCAUSE generates anticausatives. In the middle contexts, there’s an incorporation of a variable in the external argument position, while the argument of an Appl head (PYLKKÄNEN, 2008) is promoted to syntactic subject. Deponent verbs are split into three types: following Alexiadou (2013), the agentive deponents are reinterpreted as actually middle verbs and, as such, they are derived in the same manner; deponents involving experiencer subjects project that argument via an EXP head and their external argument position is filled by the variable, which then incorporates; anticausative deponents are the result of the incorporation of the Appl argument in a Voice-less structure.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICASincretismoVoz passivaMorfologiaO sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALlydssonagostinhogoncalves.pdflydssonagostinhogoncalves.pdfapplication/pdf2679324https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/1/lydssonagostinhogoncalves.pdf49577edf6cc6d4a597a1e5d532ca3e79MD51TEXTlydssonagostinhogoncalves.pdf.txtlydssonagostinhogoncalves.pdf.txtExtracted texttext/plain491478https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/4/lydssonagostinhogoncalves.pdf.txta68502ffa740ac813a6c49c04e11711bMD54THUMBNAILlydssonagostinhogoncalves.pdf.jpglydssonagostinhogoncalves.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1153https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/5/lydssonagostinhogoncalves.pdf.jpg6e1ae25ef18ec4fd52ab894925f92789MD55CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53ufjf/126672021-07-05 22:41:48.7oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12667Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2021-07-06T01:41:48Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
title O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
spellingShingle O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
Gonçalves, Lydsson Agostinho
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Sincretismo
Voz passiva
Morfologia
title_short O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
title_full O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
title_fullStr O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
title_full_unstemmed O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
title_sort O sincretismo do morfema -r em latim: uma abordagem baseada em incorporação
author Gonçalves, Lydsson Agostinho
author_facet Gonçalves, Lydsson Agostinho
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Armelin, Paula Roberta Gabbai
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5923553184607536
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Fortes, Fábio da Silva
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5854856000021815
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Medeiros, Alessandro Boechat de
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3683514276827059
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2991886116406427
dc.contributor.author.fl_str_mv Gonçalves, Lydsson Agostinho
contributor_str_mv Armelin, Paula Roberta Gabbai
Fortes, Fábio da Silva
Medeiros, Alessandro Boechat de
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Sincretismo
Voz passiva
Morfologia
dc.subject.por.fl_str_mv Sincretismo
Voz passiva
Morfologia
description Este trabalho investiga o sincretismo da morfologia passiva em latim. Nessa língua, o sufixo que realiza a voz passiva (cujo default é realizado como -r) também é encontrado em construções impessoais, anticausativas e contextos médios, bem como nos verbos depoentes, classe definida por sempre se manifestar na forma passiva, embora possua sentido ativo. Esse tipo de sincretismo não se limita ao latim, sendo observado em outras línguas de diferentes famílias e, ocasionalmente, envolve também o domínio dos verbos reflexivos. No intuito de oferecer uma explicação de cunho amplo, parte-se dos trabalhos anteriores de Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) e, sob o modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), apresenta-se uma proposta de derivação que postula que a marca sincrética é, na verdade, um argumento verbal não referencial – isto é, uma variável – que é incorporado ao verbo pós-sintaticamente. Os diferentes contextos em que a marca aparece são resultantes da posição original que esse argumento ocupava: interno ou externo. A presença da variável na posição de argumento interno faz com que ela se ligue ao argumento externo, produzindo a interpretação reflexiva. Na posição de argumento externo, não havendo outro DP mais alto com o qual se ligar, ela não pode receber papel-θ ou Caso. Como resultado da ausência de papel-θ, a variável é lida como um expletivo em LF. A ausência de Caso é um problema para PF, onde é checado o filtro do Caso (LEVIN, 2015). Para que a derivação não seja perdida, a variável sofre incorporação ao domínio verbal, via Deslocamento Local, nos termos de Levin (2014, 2015). Essa configuração, em diferentes sabores de Voice (FOLLI & HARLEY, 2005), produz diferentes interpretações. A voz passiva e o domínio impessoal, tratados como um mesmo fenômeno, diferenciado apenas pela presença de um agente da passiva, resultam da incorporação da variável na posição de argumento externo de um VoiceDO. Por sua vez, a variável no especificador de um VoiceCAUSE gera os anticausativos. Nos contextos médios, ocorre a incorporação de uma variável na posição de argumento externo, enquanto o argumento de um núcleo Appl (PYLKKÄNEN, 2008) é promovido à posição de sujeito sintático. Verbos depoentes se dividem em três tipos: seguindo Alexiadou (2013), propõe-se que os agentivos são, em verdade, médios, e, por isso, são derivados da mesma maneira; os depoentes que envolvem sujeitos experienciadores projetam tal argumento via um núcleo EXP e têm a posição de argumento externo ocupada pela variável, que se incorpora; depoentes anticausativos são o resultado da incorporação do argumento de Appl numa estrutura sem Voice.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-05-06T13:35:27Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-05-06
2021-05-06T13:35:27Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-02-19
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12667
dc.identifier.doi.pt_BR.fl_str_mv https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00048
url https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00048
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12667
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFJF
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Letras
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFJF
instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
instname_str Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron_str UFJF
institution UFJF
reponame_str Repositório Institucional da UFJF
collection Repositório Institucional da UFJF
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/1/lydssonagostinhogoncalves.pdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/4/lydssonagostinhogoncalves.pdf.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/5/lydssonagostinhogoncalves.pdf.jpg
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/2/license_rdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12667/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 49577edf6cc6d4a597a1e5d532ca3e79
a68502ffa740ac813a6c49c04e11711b
6e1ae25ef18ec4fd52ab894925f92789
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801661249107263488