Evidências sobre a polissemia e a gramaticalização do verbo "ver"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Priscila Teixeira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4816
Resumo: Este trabalho investiga a polissemia e a gramaticalização do verbo "ver", buscando identificar seus diferentes usos. Além disso, procuramos estabelecer o padrão construcional que caracteriza cada um dos usos identificados. Durante a pesquisa, operamos com as hipóteses de que (i) "ver" desenvolveria, no decorrer do tempo, funções discursivas que percorreriam um caminho de crescente (inter)subjetivização (FINEGAN, 1995; TRAUGO l I , 1995, 2010; TRAUGOTT & DASHER, 2005); e que (ii) os diferentes usos do verbo estariam relacionados semanticamente, revelando polissemia. A fim de comprovar essas hipóteses, foi realizada uma pesquisa sincrônica, que considerou a distribuição e a frequência de uso (BYBEE, 2003; VITRAL, 2006; MARTELOTTA, 2009) do verbo "ver" no português contemporâneo, mais especificamente no dialeto mineiro. Para isso, utilizamos o corpus do projeto Mineirês: a construção de um dialeto, que recobre as cidades de Belo Horizonte, Arceburgo, Mariana, Ouro Preto, Piranga e São João da Ponte. A partir da análise dos dados, foi comprovado que "ver" desenvolveu-se de um uso [- subjetivo], baseado na percepção sensorial, para usos [+ subjetivos], relacionados à percepção cognitiva. Foram, ainda, identificados outros usos [+ (inter)subjetivos], dentre os quais se destacam marcadores discursivos.
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Durante a pesquisa, operamos com as hipóteses de que (i) "ver" desenvolveria, no decorrer do tempo, funções discursivas que percorreriam um caminho de crescente (inter)subjetivização (FINEGAN, 1995; TRAUGO l I , 1995, 2010; TRAUGOTT & DASHER, 2005); e que (ii) os diferentes usos do verbo estariam relacionados semanticamente, revelando polissemia. A fim de comprovar essas hipóteses, foi realizada uma pesquisa sincrônica, que considerou a distribuição e a frequência de uso (BYBEE, 2003; VITRAL, 2006; MARTELOTTA, 2009) do verbo "ver" no português contemporâneo, mais especificamente no dialeto mineiro. Para isso, utilizamos o corpus do projeto Mineirês: a construção de um dialeto, que recobre as cidades de Belo Horizonte, Arceburgo, Mariana, Ouro Preto, Piranga e São João da Ponte. A partir da análise dos dados, foi comprovado que "ver" desenvolveu-se de um uso [- subjetivo], baseado na percepção sensorial, para usos [+ subjetivos], relacionados à percepção cognitiva. Foram, ainda, identificados outros usos [+ (inter)subjetivos], dentre os quais se destacam marcadores discursivos.This work investigates the polysemy and the grammaticalization of the verb "ver", trying to identify the different uses of the verb. Moreover, we tried to determine the constructional pattern that characterizes each of the identified uses. During the research, we assumed these hypotheses: (i) "ver" would develop, over time, discursive functions that would run a path of increasing (inter)subjetivization (FINEGAN, 1995; TRAUGOTT, 1995, 2010; TRAUGOTT & DASHER, 2005); and (ii) the different uses of the verb would be semantically related, revealing polysemy. In order to prove these hypotheses, we accomplished a synchronic survey,, which considered the distribution and use frequency (BYBEE, 2003; VITRAL, 2006; MARTELOTTA, 2009) of the verb "ver" in contemporary Portuguese, more specifically, in dialect of Minas Gerais. To do this, we used the corpus of the "Projeto Mineires. a construcao de urn dialeto", which includes the cities -of- Belo Horizonte, Arceburgo, Mariana, Ouro Preto, Piranga and Sao Joao da Ponte. From the data analysis, we could demonstrate that "ver" came from a [- subjective] meaning, based on sensorial perception, and developed [+ subjective] uses, related to cognitive perception. We also identified other [+ (inter)subjective] uses of the verb, among which stand out the discourse markers.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICAGramaticalização(inter)subjetivizaçãoGramaticalização de construçõesPolissemiaVerbo "ver"Grammaticalization(inter)subjectificationGrammaticalization of constructionsPolysemyVerb "ver"Evidências sobre a polissemia e a gramaticalização do verbo "ver"info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILpriscilateixeiramatos.pdf.jpgpriscilateixeiramatos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1258https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4816/4/priscilateixeiramatos.pdf.jpg6c2213bca90849be4d816d854552752fMD54ORIGINALpriscilateixeiramatos.pdfpriscilateixeiramatos.pdfapplication/pdf9761014https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4816/1/priscilateixeiramatos.pdf8fe33f83c4a9ec2cb868ad087060614aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4816/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTpriscilateixeiramatos.pdf.txtpriscilateixeiramatos.pdf.txtExtracted texttext/plain127https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4816/3/priscilateixeiramatos.pdf.txtd4b6aba76eaf2f2ec922be15e56b6bdbMD53ufjf/48162019-06-16 06:53:37.332oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/4816TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T09:53:37Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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