A epifania da contemporaneidade do milênio: um estudo da superstição em Luís da Câmara Cascudo
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
DOI: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00095 |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00095 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13745 |
Resumo: | A superstição, historicamente julgada com desconfiança pelas instituições religiosas, científicas e filosóficas, foi estabelecida como crendice, culto indevido ou ignorância. A ausência de estrutura lógica ou racional desencadearia inevitavelmente seu desaparecimento. Entretanto, as superstições permanecem na contemporaneidade de maneira autônoma e contínua. A presente tese tem por objetivo analisar este fenômeno a partir das interpretações do intelectual potiguar do início do século XX, Luís da Câmara Cascudo, ampliando as considerações comumente realizadas sobre o fenômeno. A partir dessa ampliação, sugere-se a hipótese da religião ser um desdobramento da superstição. Observou-se, a partir do trajeto histórico do termo, que o cristianismo, por exemplo, selecionou superstições legitimando-as em favor de interesses específicos. Sua maior abrangência e amplitude em relação às religiões faz com que uma esteja inserida na outra, apesar de distinguíveis. A partir da revisão bibliográfica do autor, que analisou etnograficamente a superstição, e do auxílio de outros pensadores, a pesquisa evidencia a existência de uma lógica clara e funcional, responsável pela manutenção e prospecção do fenômeno. Presentes nas estruturas de pensamento da religiosidade popular, as superstições, armazenadas na memória coletiva, trazem para o presente a ancestralidade da humanidade, mantendo fórmulas, hábitos e cosmovisões de tempos distantes. Essa dinâmica será compreendida pela expressão contemporaneidade do milênio, sugerida por Cascudo. Fundamental se faz para este estudo a interpretação do tempo como duração e da permanência e atuação do passado condicionando as ações do presente. Concluiu-se que as superstições se estabeleceram enquanto normas sociais que se desenvolveram a partir da função fabuladora, assim como as religiões. Sua autonomia, em relação às instituições, confere maior aceitabilidade mesmo que de maneira inconsciente. Presentes desde os primórdios da humanidade, as superstições ainda participam da estrutura do pensamento contemporâneo. Essa sobrevivência deve-se, sobretudo, à sua funcionalidade sem, no entanto, depender da eficácia. |
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A presente tese tem por objetivo analisar este fenômeno a partir das interpretações do intelectual potiguar do início do século XX, Luís da Câmara Cascudo, ampliando as considerações comumente realizadas sobre o fenômeno. A partir dessa ampliação, sugere-se a hipótese da religião ser um desdobramento da superstição. Observou-se, a partir do trajeto histórico do termo, que o cristianismo, por exemplo, selecionou superstições legitimando-as em favor de interesses específicos. Sua maior abrangência e amplitude em relação às religiões faz com que uma esteja inserida na outra, apesar de distinguíveis. A partir da revisão bibliográfica do autor, que analisou etnograficamente a superstição, e do auxílio de outros pensadores, a pesquisa evidencia a existência de uma lógica clara e funcional, responsável pela manutenção e prospecção do fenômeno. Presentes nas estruturas de pensamento da religiosidade popular, as superstições, armazenadas na memória coletiva, trazem para o presente a ancestralidade da humanidade, mantendo fórmulas, hábitos e cosmovisões de tempos distantes. Essa dinâmica será compreendida pela expressão contemporaneidade do milênio, sugerida por Cascudo. Fundamental se faz para este estudo a interpretação do tempo como duração e da permanência e atuação do passado condicionando as ações do presente. Concluiu-se que as superstições se estabeleceram enquanto normas sociais que se desenvolveram a partir da função fabuladora, assim como as religiões. Sua autonomia, em relação às instituições, confere maior aceitabilidade mesmo que de maneira inconsciente. Presentes desde os primórdios da humanidade, as superstições ainda participam da estrutura do pensamento contemporâneo. Essa sobrevivência deve-se, sobretudo, à sua funcionalidade sem, no entanto, depender da eficácia.Historically, the superstition distrusted by religious, philosophical, and scientific institutions established as absurds beliefs, improper cult or ignorance. The absence of logical or rational structure, inevitably, triggers its disappearance. However, the superstitions remain in contemporaneity in continuous and autonomous manners. The objectives of the present thesis are to analyze this phenomenon through the Potiguar intellectual from the beginning of the 20th century, Luís da Câmara Cascudo, increasing the common considerations about these manifestations. In face of these considerations, the hypothesis is that religion is an unfolding of superstition. The term christianism, for example, selected certain superstitions legitimating them to achieve and maintain specific interests. Despite its distinguishing status, its major coverage in front of religions makes one been seen as inserted in another. The bibliographic review of the author’s ethnographic work on superstition aligned with other thinkers, this research emphasizes the existence of clear and functional logic, responsible for the maintenance and prospection of the phenomenon. Existing in the thinking structures of popular religiosities the superstitions remained in the collective memory, bringing to the present the ancestry from humanity, maintaining formulas, habits, and cosmovision from distant times. This dynamic would be comprehended by the expression contemporaneity from millennium, suggested by Cascudo. It is fundamental to this study the interpretation of time as the duration of permanence and acting past conditioning the present acts. It was concluded that the superstitions established as social norms developed through fable function as well as religions. Its autonomy in face of institutions grants major acceptability even if in an unconscious way. The superstitions, present since the primordial times, still play a fundamental role in contemporary thought. The survival status of the superstitions is the result of their functionality despite their efficacy.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciência da ReligiãoUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANASLuís da Câmara CascudoSuperstiçãoReligiosidade popularSuperstitionPopular religiositiesA epifania da contemporaneidade do milênio: um estudo da superstição em Luís da Câmara Cascudoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALanaluisamoraisbarbosa.pdfanaluisamoraisbarbosa.pdfPDF/Aapplication/pdf1764995https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/13745/1/analuisamoraisbarbosa.pdf6a0dc97f29411c427c642332369e0ebdMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/13745/2/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/13745/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTanaluisamoraisbarbosa.pdf.txtanaluisamoraisbarbosa.pdf.txtExtracted texttext/plain439608https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/13745/4/analuisamoraisbarbosa.pdf.txt724ea0442cb4ae4ed59fe5b17945cd62MD54THUMBNAILanaluisamoraisbarbosa.pdf.jpganaluisamoraisbarbosa.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1216https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/13745/5/analuisamoraisbarbosa.pdf.jpgc07bbadc91742d11d369fad5407d8852MD55ufjf/137452022-10-25 12:02:39.41oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/13745Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2022-10-25T14:02:39Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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