Avaliação do efeito do Mycobacterium bovis BCG sobre a resposta imunológica em modelo murino de alergia pulmonar
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1561 |
Resumo: | A asma alérgica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, caracterizada por uma resposta de hipersensibilidade imediata, obstrução brônquica, inflamação pulmonar e níveis elevados de IgE. A doença é mediada principalmente por uma resposta imunológica alérgeno-específica tipo Th2. Nas últimas décadas, a prevalência da asma alérgica tem aumentado significativamente, sobretudo nos países desenvolvidos. A Hipótese da Higiene atribui este aumento a uma menor exposição a determinados microrganismos durante a infância, quando o amadurecimento adequado do sistema imunológico requer estímulos que induzam respostas imunológicas de perfil Th1, fundamentais para o equilíbrio de respostas Th2 exacerbadas. Diversos trabalhos epidemiológicos parecem comprovar esta hipótese, evidenciando a existência de uma relação inversa entre o contato com microrganismos indutores de uma resposta Th1 e o desenvolvimento de asma alérgica. Paralelamente, estudos em modelos murinos constataram que o tratamento com Mycobacterium bovis BCG (BCG) reduz respostas Th2 alérgenoespecíficas. No entanto, os mecanismos pelos quais a micobactéria inibe o desenvolvimento da resposta alérgica são ainda pouco conhecidos. Este estudo avaliou o efeito da administração do BCG sobre a resposta imunológica ocorrida na alergia pulmonar em camundongos BALB/c previamente sensibilizados e desafiados com OVA. Vinte e quatro horas após o último desafio, o sangue e o lavado broncoalveolar foram coletados para análises de imunoglobulinas e contagem de células, respectivamente. Adicionalmente, os pulmões foram submetidos à análise histológica, avaliação da atividade de EPO e dosagens de citocinas e quimiocinas, assim como avaliação da expressão de CTLA-4, Foxp3 e IL-10 por citometria de fluxo. Os resultados obtidos indicam que o tratamento com BCG melhorou o processo alérgico através da redução dos principais parâmetros relacionados à resposta Th2, como o infiltrado eosinofílico pulmonar, a atividade de EPO, IL-4, IL-13, CCL11, além de IgE e IgG1 específicas anti-OVA. Por outro lado, a administração da micobactéria aumentou os níveis de IFN-γ, IL-10 e TGF-β, além das expressões de Foxp3 e CTLA-4 pelos linfócitos T CD4+. Paralelamente, houve um aumento na produção de IL-10 pelos linfócitos T CD8+. Esses dados sugerem que, além da indução de uma resposta imune Th1, a ação imunomoduladora do BCG está relacionada também à indução de mecanismos reguladores. |
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Nas últimas décadas, a prevalência da asma alérgica tem aumentado significativamente, sobretudo nos países desenvolvidos. A Hipótese da Higiene atribui este aumento a uma menor exposição a determinados microrganismos durante a infância, quando o amadurecimento adequado do sistema imunológico requer estímulos que induzam respostas imunológicas de perfil Th1, fundamentais para o equilíbrio de respostas Th2 exacerbadas. Diversos trabalhos epidemiológicos parecem comprovar esta hipótese, evidenciando a existência de uma relação inversa entre o contato com microrganismos indutores de uma resposta Th1 e o desenvolvimento de asma alérgica. Paralelamente, estudos em modelos murinos constataram que o tratamento com Mycobacterium bovis BCG (BCG) reduz respostas Th2 alérgenoespecíficas. No entanto, os mecanismos pelos quais a micobactéria inibe o desenvolvimento da resposta alérgica são ainda pouco conhecidos. Este estudo avaliou o efeito da administração do BCG sobre a resposta imunológica ocorrida na alergia pulmonar em camundongos BALB/c previamente sensibilizados e desafiados com OVA. Vinte e quatro horas após o último desafio, o sangue e o lavado broncoalveolar foram coletados para análises de imunoglobulinas e contagem de células, respectivamente. Adicionalmente, os pulmões foram submetidos à análise histológica, avaliação da atividade de EPO e dosagens de citocinas e quimiocinas, assim como avaliação da expressão de CTLA-4, Foxp3 e IL-10 por citometria de fluxo. Os resultados obtidos indicam que o tratamento com BCG melhorou o processo alérgico através da redução dos principais parâmetros relacionados à resposta Th2, como o infiltrado eosinofílico pulmonar, a atividade de EPO, IL-4, IL-13, CCL11, além de IgE e IgG1 específicas anti-OVA. Por outro lado, a administração da micobactéria aumentou os níveis de IFN-γ, IL-10 e TGF-β, além das expressões de Foxp3 e CTLA-4 pelos linfócitos T CD4+. Paralelamente, houve um aumento na produção de IL-10 pelos linfócitos T CD8+. Esses dados sugerem que, além da indução de uma resposta imune Th1, a ação imunomoduladora do BCG está relacionada também à indução de mecanismos reguladores.Atopic asthma is a chronic respiratory disease characterized by airway hyperresponsiveness, reversible airway obstruction, lung inflammation, and high levels of allergen-specific IgE, driven by allergen-specific Th2 cells. The increasing prevalence of allergic diseases, particularly in industrialized countries, has led to the hygiene hypothesis, which states that the newborn infant’s immune system is skewed toward Th2 responses and needs timely and appropriate environmental stimulus to create a balanced immune response. Supporting this hypothesis, epidemiological and experimental evidence has shown an inverse correlation between Th1-induced microbial infections and atopic asthma. Similarly, some animal studies have demonstrated that exposure to Mycobacterium tuberculosis or to environmental mycobacteria is able to protect against the development of allergic responses. However the exact mechanism underlying this inhibition still remains poorly understood. This study aimed to evaluate the ability of BCG to suppress an established allergic response in a mouse model of OVA-induced airway inflammation. To achieve this, OVA sensitized and challenged BALB/c mice were twice treated with BCG via nasal and 21 days after the first treatment, mice were rechallenged with OVA. Twenty-four hours after the last challenge, blood samples were collected to detect anti-OVA immunoglobulin isotypes, and bronchoalveolar lavage (BAL) was harvested for cell count. Additionally, lungs were collected for histological analysis, detection of EPO activity and measurement of cytokines and chemokines. The expression of CTLA-4, Foxp3 and IL-10 was also determined in lung tissue by flow cytometry. The data indicated that BCG treatment was able to inhibit an established allergic Th2-response by decreasing the allergen-induced eosinophilic inflammation, EPO activity, levels of IL-4, IL-13, CCL11 and serum levels of IgE and IgG1. Mycobacteria treatment increased lung levels of IFN-γ, IL-10 and TGF-β, and expressions of Foxp3 and CTLA-4 in CD4+T cells. Additionally, an increased production of IL-10 by CD8+ T cells was observed, even though no detectable changes in CD4+IL-10+ was noticed. Altogether, these results suggest that the mechanism underlying the down-regulatory effects of BCG on OVA-induced airway inflammation appear to be associated with the induction of both Th1 and T regulatory immune responses.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Juiz de ForaPrograma de Pós-graduação em Saúde BrasileiraUFJFBrasilFaculdade de MedicinaCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINAAsmaInflamação pulmonar alérgicaMycobacterium bovis BCGIgECitocinas Th1/ Th2Linfócitos T reguladoresAsthmaAllergic airway inflammationMycobacterium bovis BCGIgETh1/Th2 cytokinesRegulatory T cellsAvaliação do efeito do Mycobacterium bovis BCG sobre a resposta imunológica em modelo murino de alergia pulmonarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTanaclaudiacarvalhogouveia.pdf.txtanaclaudiacarvalhogouveia.pdf.txtExtracted texttext/plain152108https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1561/3/anaclaudiacarvalhogouveia.pdf.txt69697052dedc4e4e040a2107af63ecc7MD53THUMBNAILanaclaudiacarvalhogouveia.pdf.jpganaclaudiacarvalhogouveia.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1263https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1561/4/anaclaudiacarvalhogouveia.pdf.jpgf90ca9424c5e0f3ce8e0bbfda7e65440MD54ORIGINALanaclaudiacarvalhogouveia.pdfanaclaudiacarvalhogouveia.pdfapplication/pdf2060044https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1561/1/anaclaudiacarvalhogouveia.pdfa2757483182ff953fdffbf86f346380bMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1561/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52ufjf/15612019-11-07 12:04:07.545oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/1561TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T14:04:07Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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A asma alérgica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, caracterizada por uma resposta de hipersensibilidade imediata, obstrução brônquica, inflamação pulmonar e níveis elevados de IgE. A doença é mediada principalmente por uma resposta imunológica alérgeno-específica tipo Th2. Nas últimas décadas, a prevalência da asma alérgica tem aumentado significativamente, sobretudo nos países desenvolvidos. A Hipótese da Higiene atribui este aumento a uma menor exposição a determinados microrganismos durante a infância, quando o amadurecimento adequado do sistema imunológico requer estímulos que induzam respostas imunológicas de perfil Th1, fundamentais para o equilíbrio de respostas Th2 exacerbadas. Diversos trabalhos epidemiológicos parecem comprovar esta hipótese, evidenciando a existência de uma relação inversa entre o contato com microrganismos indutores de uma resposta Th1 e o desenvolvimento de asma alérgica. Paralelamente, estudos em modelos murinos constataram que o tratamento com Mycobacterium bovis BCG (BCG) reduz respostas Th2 alérgenoespecíficas. No entanto, os mecanismos pelos quais a micobactéria inibe o desenvolvimento da resposta alérgica são ainda pouco conhecidos. Este estudo avaliou o efeito da administração do BCG sobre a resposta imunológica ocorrida na alergia pulmonar em camundongos BALB/c previamente sensibilizados e desafiados com OVA. Vinte e quatro horas após o último desafio, o sangue e o lavado broncoalveolar foram coletados para análises de imunoglobulinas e contagem de células, respectivamente. Adicionalmente, os pulmões foram submetidos à análise histológica, avaliação da atividade de EPO e dosagens de citocinas e quimiocinas, assim como avaliação da expressão de CTLA-4, Foxp3 e IL-10 por citometria de fluxo. Os resultados obtidos indicam que o tratamento com BCG melhorou o processo alérgico através da redução dos principais parâmetros relacionados à resposta Th2, como o infiltrado eosinofílico pulmonar, a atividade de EPO, IL-4, IL-13, CCL11, além de IgE e IgG1 específicas anti-OVA. Por outro lado, a administração da micobactéria aumentou os níveis de IFN-γ, IL-10 e TGF-β, além das expressões de Foxp3 e CTLA-4 pelos linfócitos T CD4+. Paralelamente, houve um aumento na produção de IL-10 pelos linfócitos T CD8+. Esses dados sugerem que, além da indução de uma resposta imune Th1, a ação imunomoduladora do BCG está relacionada também à indução de mecanismos reguladores. |
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