Bioacústica do golfinho-comum-de-bico-curto delphinus delphis no Atlântico Sul Ocidental
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11964 |
Resumo: | O golfinho-comum-de-bico-curto Delphinus delphis tem uma coloração lateral característica variando em tons de amarelo e cinza. São encontrados em águas tropicais e temperadas, em regiões costeiras e oceânicas. Os indivíduos são muito ativos e altamente comunicativos. O repertório dos golfinhos é muito diversificado, abrangendo assobios e sons pulsados (clicks e sons explosivos). Estudos sobre as emissões acústicas de D. Delphis tem sido registrados no mundo todo, exceto na região de talude do oceano Atlantico Sul Ocidental (ASO). Este é o primeiro estudo que aborda uma caracterização das emissões acústicas de D. Delphis no ASO, além de analisar a complexidade do repertório de assobios e sons pulsados. Variações intraespecíficas dos assobios foram analisadas considerando tamanho de grupo, contornos e parâmetros de tempo e frequencia. Os contornos mais frequentes foram ascendente, descendente e constante, com relação significativa entre contorno descendente e tamanho de grupo (p < 0.05). As frequências dos assobios variaram de 1.34-35.23 kHz e duração variou entre 0.11 e 2.16 segundos. Através do método Bonferroni verificou-se diferenças significativas na frequência mínima, duração e variação de frequência comparando-se encontros entre os anos. A análise das árvores de decisões C5.0 demonstrou corretas classificações nos assobios de 2014 e 2015 (67.0% e 54.0%, respectivamente). Ao aplicar o nMDS verificou-se um agrupamento de assobios dos oceanos Atlântico e Pacífico com base nos valores do número de inflexões e duração dos assobios, corroborados posteriormente por PERMANOVA (p < 0.05). A análise dos sons pulsados levou em conta os clicks de ecolocalização, sons explosivos e explosivos curtos. Apesar dos clicks de ecolocalização serem relativamente bem documentados, não existe um consenso acerca da ampla variedade de sons explosivos. A análise de K-means resultou em quatro clusters, cuja classificação com base nos parâmetros de tempo teve a maior acurácia (total 87%) explicada a partir dos dois primeiros eixos dimensionais (Dim1 = 70.2% e Dim2 = 17.2%). O conjunto de dados tempo-frequência combinados apresentou o melhor modelo para classificação (Acurácia = 84.6%; CI = 65.1%, 95.6%; p < 0.01). Intervalo entre clicks, taxa de repetição e frequência pico constituíram parâmetros consistentes para classificar sons pulsados de D. delphis. A análise de sons pulsados como um todo (clicks e sons explosivos) considera o animal como uma identidade acústica e enfatiza a importância de certos parâmetros nessa identidade, consequentemente refletindo na otimização do custo energético na produção do som. O último tópico deste estudo procurou identificar possíveis padrões de contornos dos assobios produzidos durante um evento de encalhe em massa (EEM) de D. delphis documentado na costa sudeste do Brasil. Das nove categorias, os contornos mais frequentes foram ascendente (35.2%), prevalecente ascendente (29.6%) e côncavo (9.9%). Do total, 33.8% continham steps e 14.1% continham breaks. As proporções de contornos comparadas entre EEM e ASO pela correlação de Kendal não demonstraram concordância. O distinto padrão em situação de estresse reforça o conceito de que cada categoria de contorno pode carregar informações diferentes associadas ao comportamento. Golfinhos são primariamente dependentes do som para viverem. Estudos abrangendo a complexidade do repertório de golfinhos e os fatores que influenciam na sua estrutura são essenciais para a manutenção da diversidade das populações e, consequentemente, para a conservação das espécies. |
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Delphis tem sido registrados no mundo todo, exceto na região de talude do oceano Atlantico Sul Ocidental (ASO). Este é o primeiro estudo que aborda uma caracterização das emissões acústicas de D. Delphis no ASO, além de analisar a complexidade do repertório de assobios e sons pulsados. Variações intraespecíficas dos assobios foram analisadas considerando tamanho de grupo, contornos e parâmetros de tempo e frequencia. Os contornos mais frequentes foram ascendente, descendente e constante, com relação significativa entre contorno descendente e tamanho de grupo (p < 0.05). As frequências dos assobios variaram de 1.34-35.23 kHz e duração variou entre 0.11 e 2.16 segundos. Através do método Bonferroni verificou-se diferenças significativas na frequência mínima, duração e variação de frequência comparando-se encontros entre os anos. A análise das árvores de decisões C5.0 demonstrou corretas classificações nos assobios de 2014 e 2015 (67.0% e 54.0%, respectivamente). Ao aplicar o nMDS verificou-se um agrupamento de assobios dos oceanos Atlântico e Pacífico com base nos valores do número de inflexões e duração dos assobios, corroborados posteriormente por PERMANOVA (p < 0.05). A análise dos sons pulsados levou em conta os clicks de ecolocalização, sons explosivos e explosivos curtos. Apesar dos clicks de ecolocalização serem relativamente bem documentados, não existe um consenso acerca da ampla variedade de sons explosivos. A análise de K-means resultou em quatro clusters, cuja classificação com base nos parâmetros de tempo teve a maior acurácia (total 87%) explicada a partir dos dois primeiros eixos dimensionais (Dim1 = 70.2% e Dim2 = 17.2%). O conjunto de dados tempo-frequência combinados apresentou o melhor modelo para classificação (Acurácia = 84.6%; CI = 65.1%, 95.6%; p < 0.01). Intervalo entre clicks, taxa de repetição e frequência pico constituíram parâmetros consistentes para classificar sons pulsados de D. delphis. A análise de sons pulsados como um todo (clicks e sons explosivos) considera o animal como uma identidade acústica e enfatiza a importância de certos parâmetros nessa identidade, consequentemente refletindo na otimização do custo energético na produção do som. O último tópico deste estudo procurou identificar possíveis padrões de contornos dos assobios produzidos durante um evento de encalhe em massa (EEM) de D. delphis documentado na costa sudeste do Brasil. Das nove categorias, os contornos mais frequentes foram ascendente (35.2%), prevalecente ascendente (29.6%) e côncavo (9.9%). Do total, 33.8% continham steps e 14.1% continham breaks. As proporções de contornos comparadas entre EEM e ASO pela correlação de Kendal não demonstraram concordância. O distinto padrão em situação de estresse reforça o conceito de que cada categoria de contorno pode carregar informações diferentes associadas ao comportamento. Golfinhos são primariamente dependentes do som para viverem. Estudos abrangendo a complexidade do repertório de golfinhos e os fatores que influenciam na sua estrutura são essenciais para a manutenção da diversidade das populações e, consequentemente, para a conservação das espécies.The short-beaked-common-dolphin Delphinus delphis has a characteristic yellowish lateral color and gray flank and is found in tropical and temperate waters in both coastal and oceanic regions. Individuals are very active and highly communicative. Dolphin repertoires are strongly diversified, comprising whistles and pulsed sounds (clicks and burst sounds). Many studies have been described for D. delphis around the world, although none comprises the slope region of the Western South Atlantic Ocean (WSAO). This study presents the first characterization of the acoustic emissions of short-beaked common dolphin in the WSAO, besides analyze the complexity of whistles and pulsed sounds repertoire as a whole. Intraspecific whistle variations were analyzed considering group size, contours and acoustical parameters. No significant correlation was found between number of whistles and group size (p > 0.322). Upsweep, downsweep and constant were the most frequent contours. A positive association between downsweep contour and group size was detected (p > 0.0403). Whistle frequencies ranged from 1.34 to 35.23 kHz and duration varied from 0.11 to 2.16 seconds. Comparing encounters between years through the Bonferroni method, minimum frequency, duration, and frequency range were significantly different. A C5.0 decision tree indicated that whistles from 2014 and 2015 were correctly classified in 67.0% and 54.0%, respectively. The nMDS grouped the Atlantic and Pacific oceans based on inflection points and duration, further corroborated through PERMANOVA (p = 0.039). Clicks are broadband pulses whose frequencies range from 10 and 150 kHz. The analysis of pulsed sounds took into account echolocation clicks, burst, and short burst sounds. Despite the fact that echolocation clicks are relatively well documented, there is no classification consensus regarding the wide variety of short pulsed signals. K-means analysis resulted in four clusters, whose classification, based on time parameters, exhibited the highest accuracy (87% total) explained by the first two dimensional-axis (Dim1 = 70.2%, and Dim2 = 17.2%). Validation analysis showed that time-frequency dataset was the best classification model for pulsed sounds in D. delphis (Accuracy = 84.6%; confidence interval CI = 65.1%, 95.6%; p < 0.01). This result emphasizes the influence of certain parameters in that classification, possibly reflecting the energy cost optimization for sound production, considering the animal as an acoustical identity. The last topic of this study identified possible whistle contours patterns produced during the Mass- stranding events (MSE) of D. delphis documented on the Southeastern coast of Brazil. Whistle contours were classified into nine categories. The most frequent contours were upsweep (35.2%), prevailing upsweep (29.6%) and concave (9.9%). Of the total, 33.8% contained steps, and 14.1% contained breaks. A Kendall W test showed no concordances among the whistle contours from MSE compared to the results from the WSAO region. These results suggest that a distinct pattern may be related to stress situations, reinforcing the concept that each contour category may carry different information, thus applied in distinctive behavior situations. Dolphins are primarily dependent on sound for living. Studies comprising the complexity of dolphin repertoires and factors that influence their structure are essential in maintaining population diversity and species conservationporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da NaturezaUFJFBrasilICB – Instituto de Ciências BiológicasAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASAssobiosClicksOdontocetosRepertório acústicoSons pulsadosAcoustic repertoireClicksOdontocetesPulsed soundsWhistlesBioacústica do golfinho-comum-de-bico-curto delphinus delphis no Atlântico Sul Ocidentalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/11964/2/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/11964/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53ORIGINALbrunapaglianisimonato.pdfbrunapaglianisimonato.pdfPDF/Aapplication/pdf4937125https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/11964/1/brunapaglianisimonato.pdf03d62752a7d31c8224c93b8bc64fb6dfMD51TEXTbrunapaglianisimonato.pdf.txtbrunapaglianisimonato.pdf.txtExtracted texttext/plain181531https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/11964/4/brunapaglianisimonato.pdf.txtd8e164087f33d10c8fe6d37b0eab461fMD54THUMBNAILbrunapaglianisimonato.pdf.jpgbrunapaglianisimonato.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1265https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/11964/5/brunapaglianisimonato.pdf.jpgcf771fb64302624820ed126b7b11f005MD55ufjf/119642020-12-04 04:08:43.514oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/11964Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2020-12-04T06:08:43Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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