Padrões florísticos e ecológicos de epífitas vasculares em áreas prioritárias para a conservação na floresta Atlântica Brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Daniel Elias Ferreira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14287
Resumo: Mesmo passando por um intenso processo de desmatamento, a Floresta Atlântica ainda abriga uma megadiversidade biológica e altos índices de endemismo, sendo considerada um dos principais hotspots globais para a conservação da biodiversidade. No entanto, mesmo que grande parte das pesquisas científicas realizadas no Brasil estejam concentradas no domínio Atlântico, tal conhecimento não é distribuído de maneira uniforme, restando várias lacunas a serem preenchidas, como é o caso das Florestas Estacionais Semideciduais (FES). Por exemplo, estudos vêm mapeando áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira, no entanto, muitas delas não possuem estudos suficientes, o que pode dificultar a elaboração de estratégias de conservação. Muitas dessas áreas estão localizadas no estado de Minas Gerais (MG), no complexo de montanhas denominado como Serra da Mantiqueira (SM), local esse reconhecido como de destacada importância biótica, abiótica, paisagística, turística e cultural. Além de algumas áreas se encontrarem subamostradas, alguns grupos funcionais também se encontram em situação similar, como é o caso das epífitas vasculares, que apresentam grande importância na dinâmica ecológica das florestas tropicais, no entanto, ainda possuem um número reduzido de estudos quando comparado, por exemplo, com plantas arbóreas. Dessa maneira, o presente estudo teve como objetivo investigar áreas prioritárias para conservação da flora mineira, todas inseridas no domínio Atlântico e compostas pela fitofisionomia de FES. Foram realizados novos inventários florísticos, avaliação da estrutura das comunidades e análises de padrões de distribuição geográfica de epífitas vasculares. Os resultados da tese são apresentados em três capítulos. No primeiro capítulo nós discutimos sobre a necessidade de manter a continuidade dos levantamentos florísticos, principalmente para espécies não arbóreas, mesmo em áreas relativamente bem amostradas, como a SM, que não é uniformemente estudada e apresenta várias lacunas de amostragem e de conhecimento. Apresentamos pela primeira vez novos registros de ocorrência de três espécies em MG, a 9 redescoberta de uma espécie após mais de dois séculos da sua última coleta, além de espécies raramente coletadas no estado. Nossos resultados reforçaram a necessidade de direcionar novos estudos para localidades deficitárias de dados e sugerimos também, que a região de Itamarati de Minas seja incluída no grupo de áreas consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade no estado, tendo em vista que a maior parte desses registros, foi feita nesse município. No segundo capítulo nós apresentamos a lista de epífitas vasculares da Serra do Relógio, onde foram registradas 158 espécies. Essa riqueza, surpreendentemente, é maior do que as registradas em algumas florestas ombrófilas, que são mais propensas ao estabelecimento dessa sinúsia, devido à elevada umidade e baixa sazonalidade que possuem. Além disso, analisamos a similaridade entre os dois fragmentos utilizados no estudo que estão localizados em altitudes diferentes (~500 m e 1400 m). Mesmo sendo compostos pela mesma fitofisionomia e estando conectados por um corredor ecológico, a similaridade encontrada foi muito baixa (~22%), demonstrando como fatores ambientais locais podem ter grande influência na composição das comunidades de epífitas vasculares. Nossos dados reforçaram a tendência de uma elevada riqueza epifítica nas FES de MG e a importância da conservação de cada remanescente de vegetação no Brasil. No terceiro capítulo, nós analisamos a distribuição de epífitas vasculares em 12 locais compostos por FES, na SM, com latitudes variando entre 20°24' e 21°41' e altitudes entre 250 m e 1650 m. Foram avaliados o padrão de riqueza, índices de diversidade taxonômica, a similaridade entre os locais (através de métodos de agrupamento e ordenação) e a diversidade β particionada em seus dois componentes (aninhamento e substituição de espécies). O padrão de riqueza encontrado atendeu parcialmente nossas expectativas, com três locais inseridos na faixa altitudinal entre 1000 m e 1500 m abrigando os maiores números de espécies. No entanto, esse padrão não se manteve quando consideradas todas as áreas. Os índices de diversidade taxonômica demonstraram que, no geral, os locais estão em condições razoáveis de conservação. As análises de similaridade 10 destacaram a altitude como um fator determinante na distribuição dos táxons, com a formação de grupos acima e abaixo de 1000 m. A altitude também foi destacada na análise de diversidade β, em que o componente substituição de espécies foi o principal fator de dissimilaridade, demonstrando que há uma diferenciação aditiva de espécies entre as comunidades estudadas. Mesmo os locais com reduzido número de espécies, não são subconjuntos daqueles com maior riqueza, o que justifica a inclusão desse tipo de remanescente em projetos de conservação. Nossos resultados contribuíram para o preenchimento de algumas lacunas de conhecimento em FES na SM, trazendo uma listagem atualizada desta sinúsia para essa fitofisionomia, novos dados sobre riqueza, estrutura de comunidades e distribuição de espécies de epífitas vasculares em áreas de importante valor para a conservação da biodiversidade brasileira.
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No entanto, mesmo que grande parte das pesquisas científicas realizadas no Brasil estejam concentradas no domínio Atlântico, tal conhecimento não é distribuído de maneira uniforme, restando várias lacunas a serem preenchidas, como é o caso das Florestas Estacionais Semideciduais (FES). Por exemplo, estudos vêm mapeando áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira, no entanto, muitas delas não possuem estudos suficientes, o que pode dificultar a elaboração de estratégias de conservação. Muitas dessas áreas estão localizadas no estado de Minas Gerais (MG), no complexo de montanhas denominado como Serra da Mantiqueira (SM), local esse reconhecido como de destacada importância biótica, abiótica, paisagística, turística e cultural. 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No primeiro capítulo nós discutimos sobre a necessidade de manter a continuidade dos levantamentos florísticos, principalmente para espécies não arbóreas, mesmo em áreas relativamente bem amostradas, como a SM, que não é uniformemente estudada e apresenta várias lacunas de amostragem e de conhecimento. Apresentamos pela primeira vez novos registros de ocorrência de três espécies em MG, a 9 redescoberta de uma espécie após mais de dois séculos da sua última coleta, além de espécies raramente coletadas no estado. Nossos resultados reforçaram a necessidade de direcionar novos estudos para localidades deficitárias de dados e sugerimos também, que a região de Itamarati de Minas seja incluída no grupo de áreas consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade no estado, tendo em vista que a maior parte desses registros, foi feita nesse município. No segundo capítulo nós apresentamos a lista de epífitas vasculares da Serra do Relógio, onde foram registradas 158 espécies. Essa riqueza, surpreendentemente, é maior do que as registradas em algumas florestas ombrófilas, que são mais propensas ao estabelecimento dessa sinúsia, devido à elevada umidade e baixa sazonalidade que possuem. Além disso, analisamos a similaridade entre os dois fragmentos utilizados no estudo que estão localizados em altitudes diferentes (~500 m e 1400 m). Mesmo sendo compostos pela mesma fitofisionomia e estando conectados por um corredor ecológico, a similaridade encontrada foi muito baixa (~22%), demonstrando como fatores ambientais locais podem ter grande influência na composição das comunidades de epífitas vasculares. Nossos dados reforçaram a tendência de uma elevada riqueza epifítica nas FES de MG e a importância da conservação de cada remanescente de vegetação no Brasil. No terceiro capítulo, nós analisamos a distribuição de epífitas vasculares em 12 locais compostos por FES, na SM, com latitudes variando entre 20°24' e 21°41' e altitudes entre 250 m e 1650 m. Foram avaliados o padrão de riqueza, índices de diversidade taxonômica, a similaridade entre os locais (através de métodos de agrupamento e ordenação) e a diversidade β particionada em seus dois componentes (aninhamento e substituição de espécies). O padrão de riqueza encontrado atendeu parcialmente nossas expectativas, com três locais inseridos na faixa altitudinal entre 1000 m e 1500 m abrigando os maiores números de espécies. No entanto, esse padrão não se manteve quando consideradas todas as áreas. Os índices de diversidade taxonômica demonstraram que, no geral, os locais estão em condições razoáveis de conservação. As análises de similaridade 10 destacaram a altitude como um fator determinante na distribuição dos táxons, com a formação de grupos acima e abaixo de 1000 m. A altitude também foi destacada na análise de diversidade β, em que o componente substituição de espécies foi o principal fator de dissimilaridade, demonstrando que há uma diferenciação aditiva de espécies entre as comunidades estudadas. Mesmo os locais com reduzido número de espécies, não são subconjuntos daqueles com maior riqueza, o que justifica a inclusão desse tipo de remanescente em projetos de conservação. Nossos resultados contribuíram para o preenchimento de algumas lacunas de conhecimento em FES na SM, trazendo uma listagem atualizada desta sinúsia para essa fitofisionomia, novos dados sobre riqueza, estrutura de comunidades e distribuição de espécies de epífitas vasculares em áreas de importante valor para a conservação da biodiversidade brasileira.Despite the intense process of degradation, the Atlantic Forest houses biological megadiversity and high endemism indices and is considered one of the main world hotspots of biodiversity. However, even with the concentration of Brazilian researches in the Atlantic domain, the knowledge about the floristic composition is not evenly distributed, and several gaps must be fulfilled, as in the case of Seasonal Semi-deciduous Forests (SSF). For example, some studies indicate the priority areas for conservation of the Brazilian diversity, but several localities do not have sufficient studies, difficulting the elaboration of conservation strategies. Many of those areas are located in the Minas Gerais (MG) state, lying in the mountainous complex of Serra da Mantiqueira (SM), whose biotic and abiotic relevance are notorious. Both areas and functional groups are undersampled, as in the case of vascular epiphytes, which are important for the ecological dynamics of tropical forests but are poorly known if compared with tree plants. Thus, the present study aimed to investigate priority areas for the conservation of the flora of MG inside the Atlantic Forest, composed of SSF phytophysiognomy. We performed floristic surveys, evaluation of the community structure, and analyses of patterns of the geographical distribution of vascular epiphytes. Three chapters compose this thesis. In the first chapter, we discussed the necessity of continuity of floristic surveys, mainly for non-tree species, even in relatively well-sampled areas like the SM, which is unevenly studied e has several gaps of sampling and knowledge. We present for the first time the records of occurrence of three species in MG, the rediscovery of one species after two centuries from its last collection, and some species rarely collected in the state. These results highlight the importance of efforts in sites with a deficit of knowledge and suggest the region of Itamarati de Minas as a priority area for the conservation of biodiversity in MG, once the majority of records come from the aforementioned municipality. The second chapter presents the checklist of vascular epiphytes of the Serra do Relógio, recording 158 species. 12 This richness is surprisingly higher than found in some rainforests, which are more prone to the occurrence of this synusia, due to high moisture levels and low seasonality. We also analyzed the floristic similarity between two forest remnants in different elevations (~500m and 1400m). Despite the connection through an ecological corridor and the same phytophysiognomy, the similarity found was very low (~22%), showing that local environmental features can strongly influence the composition of vascular epiphytes communities. These data reinforce a trend of a high richness of vascular epiphytes in the SSF of Minas Gerais and the importance of conservation of every remnant of vegetation in Brazil. In the third chapter, we analyzed the distribution of vascular epiphytes in 12 sites composed by SSF in the Serra da Mantiqueira with latitudes varying between 20°24' and 21°41' and altitudes between 250m and 1650m. We evaluated richness, diversity taxonomic indices, floristic similarities between the areas (through clustering and ordination methods), and the β diversity partitioned in two components (nestedness and turnover). The found richness pattern partially proves the hypothesis, with the three richest sites lying between 1000m and 1500m. However, this pattern has not been maintained when considering all areas. In general, high indices of taxonomic diversity showed that the localities are reasonably conserved. The similarity analyses highlight altitude as a determinant feature in the distribution of the táxons, forming two groups above and below the 1000m. The levation is also important in the β diversity analysis, where the component turnover was the main factor of dissimilarity, showing there is an additive differentiation of species among the studied communites. Even the sites with low richness were not subsets of the richest, justifying to include this type of remnant in conservation initiatives. Our results contributed to fulfilling some gaps of knowledge in the SSF of Serra da Mantiqueira, bringing an updated listing of this synusia to this phytophysiognomy, new data about richness, community structure, and distribution of 13 vascular epiphyte species in areas with high relevance for the conservation of Brazilian diversity.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da NaturezaUFJFBrasilICB – Instituto de Ciências BiológicasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASConservaçãoDiversidade βFloresta Estacional SemidecidualGradiente altitudinalInventários florísticosSerra da MantiqueiraAltitudinal gradientβ diversityConservationFloristic surveysSeasonal Semideciduous forestSerra da MantiqueiraPadrões florísticos e ecológicos de epífitas vasculares em áreas prioritárias para a conservação na floresta Atlântica Brasileirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALdanieleliasferreirabarbosa.pdfdanieleliasferreirabarbosa.pdfPDF/Aapplication/pdf20369892https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14287/1/danieleliasferreirabarbosa.pdfa5e0a31cd45799f1965deb2680163daeMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14287/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14287/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTdanieleliasferreirabarbosa.pdf.txtdanieleliasferreirabarbosa.pdf.txtExtracted texttext/plain329843https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14287/4/danieleliasferreirabarbosa.pdf.txt0af7ff64c91c01fdc1a3490022f6d6f6MD54THUMBNAILdanieleliasferreirabarbosa.pdf.jpgdanieleliasferreirabarbosa.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1262https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14287/5/danieleliasferreirabarbosa.pdf.jpg59baae6ca1961ae40268d6304eb88286MD55ufjf/142872022-08-02 03:10:32.266oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/14287Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2022-08-02T06:10:32Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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description Mesmo passando por um intenso processo de desmatamento, a Floresta Atlântica ainda abriga uma megadiversidade biológica e altos índices de endemismo, sendo considerada um dos principais hotspots globais para a conservação da biodiversidade. No entanto, mesmo que grande parte das pesquisas científicas realizadas no Brasil estejam concentradas no domínio Atlântico, tal conhecimento não é distribuído de maneira uniforme, restando várias lacunas a serem preenchidas, como é o caso das Florestas Estacionais Semideciduais (FES). Por exemplo, estudos vêm mapeando áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira, no entanto, muitas delas não possuem estudos suficientes, o que pode dificultar a elaboração de estratégias de conservação. 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No segundo capítulo nós apresentamos a lista de epífitas vasculares da Serra do Relógio, onde foram registradas 158 espécies. Essa riqueza, surpreendentemente, é maior do que as registradas em algumas florestas ombrófilas, que são mais propensas ao estabelecimento dessa sinúsia, devido à elevada umidade e baixa sazonalidade que possuem. Além disso, analisamos a similaridade entre os dois fragmentos utilizados no estudo que estão localizados em altitudes diferentes (~500 m e 1400 m). Mesmo sendo compostos pela mesma fitofisionomia e estando conectados por um corredor ecológico, a similaridade encontrada foi muito baixa (~22%), demonstrando como fatores ambientais locais podem ter grande influência na composição das comunidades de epífitas vasculares. Nossos dados reforçaram a tendência de uma elevada riqueza epifítica nas FES de MG e a importância da conservação de cada remanescente de vegetação no Brasil. No terceiro capítulo, nós analisamos a distribuição de epífitas vasculares em 12 locais compostos por FES, na SM, com latitudes variando entre 20°24' e 21°41' e altitudes entre 250 m e 1650 m. Foram avaliados o padrão de riqueza, índices de diversidade taxonômica, a similaridade entre os locais (através de métodos de agrupamento e ordenação) e a diversidade β particionada em seus dois componentes (aninhamento e substituição de espécies). O padrão de riqueza encontrado atendeu parcialmente nossas expectativas, com três locais inseridos na faixa altitudinal entre 1000 m e 1500 m abrigando os maiores números de espécies. No entanto, esse padrão não se manteve quando consideradas todas as áreas. Os índices de diversidade taxonômica demonstraram que, no geral, os locais estão em condições razoáveis de conservação. As análises de similaridade 10 destacaram a altitude como um fator determinante na distribuição dos táxons, com a formação de grupos acima e abaixo de 1000 m. A altitude também foi destacada na análise de diversidade β, em que o componente substituição de espécies foi o principal fator de dissimilaridade, demonstrando que há uma diferenciação aditiva de espécies entre as comunidades estudadas. Mesmo os locais com reduzido número de espécies, não são subconjuntos daqueles com maior riqueza, o que justifica a inclusão desse tipo de remanescente em projetos de conservação. Nossos resultados contribuíram para o preenchimento de algumas lacunas de conhecimento em FES na SM, trazendo uma listagem atualizada desta sinúsia para essa fitofisionomia, novos dados sobre riqueza, estrutura de comunidades e distribuição de espécies de epífitas vasculares em áreas de importante valor para a conservação da biodiversidade brasileira.
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