Efeitos da recomendação de distanciamento social devido a pandemia da COVID-19 sobre as condições de saúde e de prática de atividade física em idosos hipertensos

• Autor(a) principal: Silva, Mateus Gonçalves da
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15929
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::EDUCACAO FISICA; Envelhecimento; Hipertensão arterial; Exercício físico; Distanciamento físico; Aging; Arterial Hypertension; Physical exercise; Physical distancing

O objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos da recomendação de distanciamento social devido a pandemia da COVID-19 sobre as condições de saúde e de prática de atividade física de lazer em idosos hipertensos. Trata-se de um estudo quantitativo do tipo longitudinal. A amostra foi composta por 65 idosos hipertensos avaliados antes (2019) e ao final da pandemia da COVID-19 no Brasil (período entre março e maio de 2022). Foi aplicado um questionário com perguntas sobre características gerais, condições de saúde (presença de doenças, autoavaliação de saúde, tabagismo, rotina durante a pandemia, entre outras) e prática de atividade física de lazer (nível de prática, tipo de atividade, frequência semanal, minutos por dia e minutos por semana). Foram realizadas as medidas de peso, altura, circunferência de cintura e pressão arterial de repouso. Os dados foram comparados pelo teste Tstudent e teste Mc Nemar, considerando como significante P<0,05. Em comparação com os dados antes da pandemia, circunferência de cintura (101,9±10,6cm x 100,5±10,6cm; P=0,03); pressão arterial sistólica (132,3±17,4mmHg x 127,9±15,6mmHg; P=0,03); pressão arterial diastólica (82,6±9,4mmHg x 77,8±9,9mmHg; P=0,00) e pressão arterial média (99,1±10,9mmHg x 94,5±11,2mmHg; P=0,00) reduziram significantemente. Houve a redução significante do percentual de indivíduos com a pressão arterial diastólica alterada (23,1% x 9,2%; P=0,02) e aumento da presença de cardiopatias (29,2% x 38,5%; P=0,03). Houve manutenção do índice de massa corporal (29,4±4,8kg/m² x 29,5±5,3kg/m²; P=0,76), da presença de sobrepeso (61,5% x 56,9%; P=0,45), de risco cardiovascular aumentado (67,7% x 66,2%; P=0,99), de diabetes (38,5% x 46,2%; P=0,06), de doenças osteomioarticulares (41,5% x 49,2%; P=0,41), da avaliação da própria saúde (razoável: 49,2% x 50,8%; P=0,99) e do tabagismo (4,6% x 3,1%; P=0,99). Houve manutenção do percentual de idosos que praticavam pelo menos 150 min/sem de atividade física de lazer (24,6% x 18,5%; P=0,34), do nível de prática de atividade física (inativo: 75,4% x 81,5%; insuficientemente ativo: 4,6% x 3,1%; ativo: 20,0% x 15,4%; P= 0,99), da frequência semanal (3,7±2,3 vezes/sem x 3,0±2,6 vezes/sem; P=0,42), dos minutos por dia (49,0±22,8min x 35,0±28,4min; P=0,15) e dos minutos por semana (219,5±142,9min x 161,8±145,9min; P=0,30). Durante a pandemia, 53,8% dos idosos relatou que ficou praticamente isolado (mantendo distanciamento físico de outras pessoas), 35,4% que ficava em cada o tempo todo, 56,9% que saía de casa apenas para realizar atividades essenciais e 15,4% tiveram COVID-19, sendo que a maioria apresentou sintomas leves. Em conclusão, ao avaliar os efeitos da recomendação de distanciamento social devido a pandemia da COVID-19 em idosos hipertensos, se observou redução da circunferência de cintura, redução da pressão arterial, redução do percentual de indivíduos com a pressão arterial diastólica alterada, aumento da presença de cardiopatias e manutenção da prática de atividade física de lazer, em relação ao nível de prática, frequência semanal, minutos por dia e minutos por semana.