Uma narrativa em torno da não existência: a morte e sua metaforização em Os degraus do paraíso, de Josué Montello

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalcante, Dino
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Nogueira, Thiago Victor Araújo dos Santos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (Online)
Texto Completo: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10533
Resumo: O presente trabalho de pesquisa tem por norteamento a análise das manifestações da Morte na obra Os Degrausdo Paraíso (1986), do autor maranhense Josué Montello, visa ainda descrever como a figura da Mortepaira para além da simples não-existência ou fim da existência – tal qual nos é apresentada por diversascorrentes filosóficas –, mas essa transcende o espaço material da percepção humana, possuindo existênciaque vai além a concepção humana de tempo, tendo em vista sua inexorabilidade diante da própria essênciada vida. Conforme poderemos observar, a Morte estabelece profundos laços e manifesta-se de diversas maneirasdistintas no aparelho social, portanto, tende a ser um ente temido, respeitado e de grande apelo dentrodas sociedades, em específico, a presente na cidade de São Luís do início do século XX, lapso temporalem que ocorre a narrativa da obra. Para a compreensão da relação que a sociedade estabelece com a figurada Morte, buscamos os escritos de Schopenhauer (2000), uma vez que o autor explica que a destruição denosso organismo, o findar de nossa consciência demonstram ser nossos maiores temores. O não-ser acabapor se revelar o maior dos temores, pois nossa existência chega ao fim, nossa consciência se esvai e o quenos resta é o desconhecido. Ainda para o autor, a destruição de nosso organismo pode ocorrer de maneiragradual, lenta, tendo em vista que podemos ser acometidos por uma doença, que pouco a pouco irá ceifarnosso corpo e nossa consciência, ou mesmo pela idade, que vai tolhendo a consciência humana. Entretanto,no que diz respeito às mortes violentas, temos que a consciência se esvai antes mesmo da percepção do fato.No enredo da obra Os Degraus do Paraíso, a Morte se manifesta primeiramente acompanhada pela gripeespanhola, que dizima incontáveis cidades no início do século XXI, e, ao longo da narrativa, define as regrasdas condutas humanas, tolhendo sem distinção entre jovens e idosos, ricos e pobres. Assim, através de umapesquisa qualitativa e de análise bibliográfica, ao observarmos como a Morte se manifesta no enredo daobra, podemos entender o próprio protagonismo dedicado pelo autor à figura dessa.
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