Antifonte antilógico: sobre physis e nomos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Nuno Manuel Morgadinho dos Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
Texto Completo: https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/586
Resumo: Neste artigo, examinam-se textos do Ateniense Antifonte (séc. V a.C.) – em especial o fragmento 44 (a, b, c) do tratado Acerca da Verdade, que versa sobre a justiça e ponto alto da problematização sofística sobre as relações entre direito e natureza. Assume-se a hipótese de as passagens contraditórias que se encontram nos diferentes tratados e discursos de Antifonte são representativas não só do exercício da Antilogia como aptidão retórica e dialética para sustentar os dois lados de qualquer debate (no quadro da cultura antilógica sintetizada pelas máximas protagóreas de acordo com as quais “sobre tudo é possível dois discursos” e que “sabedoria é tornar o argumento mais fraco, mais forte”) mas também do esforço filosófico por extrair, do princípio antilógico, todas as suas consequências filosóficas, e assim participar do debate de seu tempo. À esta luz, examinam- -se as célebres passagens de Antifonte sobre a justiça natural e a justiça convencional, que marcam o debate político e jurídico grego clássico. Conclui-se que, ao contrário de procurar mostrar a supremacia da justiça conforme a natureza ou da justiça conforme a convenção, o que Antifonte pretende com o texto em questão é exatamente mostrar a impossibilidade da superação da oposição entre physis e nomos.
id UFMG-21_01ff833d6b50ff3b508e8c2d64c16219
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/586
network_acronym_str UFMG-21
network_name_str Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
repository_id_str
spelling Antifonte antilógico: sobre physis e nomosNeste artigo, examinam-se textos do Ateniense Antifonte (séc. V a.C.) – em especial o fragmento 44 (a, b, c) do tratado Acerca da Verdade, que versa sobre a justiça e ponto alto da problematização sofística sobre as relações entre direito e natureza. Assume-se a hipótese de as passagens contraditórias que se encontram nos diferentes tratados e discursos de Antifonte são representativas não só do exercício da Antilogia como aptidão retórica e dialética para sustentar os dois lados de qualquer debate (no quadro da cultura antilógica sintetizada pelas máximas protagóreas de acordo com as quais “sobre tudo é possível dois discursos” e que “sabedoria é tornar o argumento mais fraco, mais forte”) mas também do esforço filosófico por extrair, do princípio antilógico, todas as suas consequências filosóficas, e assim participar do debate de seu tempo. À esta luz, examinam- -se as célebres passagens de Antifonte sobre a justiça natural e a justiça convencional, que marcam o debate político e jurídico grego clássico. Conclui-se que, ao contrário de procurar mostrar a supremacia da justiça conforme a natureza ou da justiça conforme a convenção, o que Antifonte pretende com o texto em questão é exatamente mostrar a impossibilidade da superação da oposição entre physis e nomos.RBEP2018-07-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/58610.9732/rbep.v116i0.586Brazilian Journal of Political Studies; Vol. 116 (2018): RBEP 116Revista Brasileña de Estudios Políticos; Vol. 116 (2018): RBEP 116Revista Brasileira de Estudos Políticos; v. 116 (2018): RBEP 1162359-57360034-7191reponame:Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGporhttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/586/481Copyright (c) 2018 Revista Brasileira de Estudos Políticosinfo:eu-repo/semantics/openAccessCoelho, Nuno Manuel Morgadinho dos Santos2018-08-03T13:44:55Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/586Revistahttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/indexONGhttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/oairbep.ufmg@gmail.com || ati@direito.ufmg.br2359-57360034-7191opendoar:2018-08-03T13:44:55Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online) - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.none.fl_str_mv Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
title Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
spellingShingle Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
Coelho, Nuno Manuel Morgadinho dos Santos
title_short Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
title_full Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
title_fullStr Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
title_full_unstemmed Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
title_sort Antifonte antilógico: sobre physis e nomos
author Coelho, Nuno Manuel Morgadinho dos Santos
author_facet Coelho, Nuno Manuel Morgadinho dos Santos
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Coelho, Nuno Manuel Morgadinho dos Santos
description Neste artigo, examinam-se textos do Ateniense Antifonte (séc. V a.C.) – em especial o fragmento 44 (a, b, c) do tratado Acerca da Verdade, que versa sobre a justiça e ponto alto da problematização sofística sobre as relações entre direito e natureza. Assume-se a hipótese de as passagens contraditórias que se encontram nos diferentes tratados e discursos de Antifonte são representativas não só do exercício da Antilogia como aptidão retórica e dialética para sustentar os dois lados de qualquer debate (no quadro da cultura antilógica sintetizada pelas máximas protagóreas de acordo com as quais “sobre tudo é possível dois discursos” e que “sabedoria é tornar o argumento mais fraco, mais forte”) mas também do esforço filosófico por extrair, do princípio antilógico, todas as suas consequências filosóficas, e assim participar do debate de seu tempo. À esta luz, examinam- -se as célebres passagens de Antifonte sobre a justiça natural e a justiça convencional, que marcam o debate político e jurídico grego clássico. Conclui-se que, ao contrário de procurar mostrar a supremacia da justiça conforme a natureza ou da justiça conforme a convenção, o que Antifonte pretende com o texto em questão é exatamente mostrar a impossibilidade da superação da oposição entre physis e nomos.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-07-03
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/586
10.9732/rbep.v116i0.586
url https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/586
identifier_str_mv 10.9732/rbep.v116i0.586
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/586/481
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2018 Revista Brasileira de Estudos Políticos
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2018 Revista Brasileira de Estudos Políticos
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv RBEP
publisher.none.fl_str_mv RBEP
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Political Studies; Vol. 116 (2018): RBEP 116
Revista Brasileña de Estudios Políticos; Vol. 116 (2018): RBEP 116
Revista Brasileira de Estudos Políticos; v. 116 (2018): RBEP 116
2359-5736
0034-7191
reponame:Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
collection Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online) - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv rbep.ufmg@gmail.com || ati@direito.ufmg.br
_version_ 1798042218760503296