O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/45586 |
Resumo: | Introdução: Não obstante os avanços nos movimentos das mulheres em todo o mundo, o patriarcado espreita as sociedades. A discussão do espaço público e do espaço privado historicamente destinou à mulher a responsabilidade pela esfera do ambiente doméstico. O cuidado da casa, principalmente em famílias menos abastadas, sempre foi instituído como encargo da mulher. Também em residências de maior poder aquisitivo, o “zelo” pela moradia era atribuição feminina, mesmo que, nesse caso, fossem as empregadas domésticas as responsáveis. Problema de Pesquisa e Objetivo: Nesse artigo se problematiza para analisar a permanência do patriarcado – enquanto forma de dominação – nos discursos de mulheres e homens tendo como referência o espaço da cozinha doméstica. Este estudo foi estruturado à luz das ideias de Anne-Marie Devreux e Heleieth Saffioti, que contribuíram para os debates sobre relações sociais de sexo e patriarcado. Assume-se relações sociais de sexo em detrimento do termo “relações de gênero”, pois se entende que a primeira classificação social dos indivíduos, desde o momento do nascimento, está referenciada na dimensão do sexo. Fundamentação Teórica: As mulheres são oprimidas e dominadas em diferentes contextos não apenas por pertencerem a uma classe social, como o operariado, mas por estarem inclusas em uma categoria de sexo. Nesses termos, entende-se que a dominação simbólica e material, a opressão física e mental, e a dinâmica de exploração do trabalho entre as classes, em uma perspectiva marxista, sugerem que, antes de qualquer análise, os olhares estejam voltados para as relações sociais estabelecidas entre as classes de sexo. Homens e mulheres tendem a assumir e se posicionar em espaços específicos dentro desse sistema ainda vivo. Metodologia: O método, indutivo, se baseou em um estudo qualitativo feito a partir de 17 entrevistas semiestruturadas individuais em profundidade com empregadas domésticas, donas de casa, patroas e patrões de Belo Horizonte, material tratado mediante a análise francesa do discurso. Foram identificados enunciados discursivos explícitos, implícitos e silenciados, análise lexical, interdiscursividade, reflexão e refração linguísticas e identificação de ideologias defendida e combatida nos fragmentos discursivos. Análise dos Resultados: Os principais resultados confirmam que o patriarcado está de pé, sendo reproduzido no contexto da cozinha doméstica. Desde a infância se aprende, pela presença feminina e ausência masculina na cozinha, que cozinhar é “coisa de mulher”, algo do qual elas não podem fugir e, para se resignar, ressignificam como prazer, como afeto, como cuidar da família, silenciando sobre sua não-escolha - enquanto os homens podem escolher, cozinhar é verbo compulsoriamente feminino, associado à obrigação de casar, ratificando o “dom” feminino de servir. Conclusão: As principais implicações do estudo, ao tempo que identificam permanências do patriarcado, alimentado no discurso masculino, bem como naturalizado pelas mulheres quando legitimam práticas que as subordinam, estrutural e simbolicamente. É fundamental questionar os contratos psicológicos e as dimensão da afetividade que vigoram nas relações sociais sexuais de sexo. O patriarcado (ainda) não morreu, e justo por isso precisamos problematizá-lo para enterrá-lo – de uma vez por todas. |
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Este estudo foi estruturado à luz das ideias de Anne-Marie Devreux e Heleieth Saffioti, que contribuíram para os debates sobre relações sociais de sexo e patriarcado. Assume-se relações sociais de sexo em detrimento do termo “relações de gênero”, pois se entende que a primeira classificação social dos indivíduos, desde o momento do nascimento, está referenciada na dimensão do sexo. Fundamentação Teórica: As mulheres são oprimidas e dominadas em diferentes contextos não apenas por pertencerem a uma classe social, como o operariado, mas por estarem inclusas em uma categoria de sexo. Nesses termos, entende-se que a dominação simbólica e material, a opressão física e mental, e a dinâmica de exploração do trabalho entre as classes, em uma perspectiva marxista, sugerem que, antes de qualquer análise, os olhares estejam voltados para as relações sociais estabelecidas entre as classes de sexo. 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Desde a infância se aprende, pela presença feminina e ausência masculina na cozinha, que cozinhar é “coisa de mulher”, algo do qual elas não podem fugir e, para se resignar, ressignificam como prazer, como afeto, como cuidar da família, silenciando sobre sua não-escolha - enquanto os homens podem escolher, cozinhar é verbo compulsoriamente feminino, associado à obrigação de casar, ratificando o “dom” feminino de servir. Conclusão: As principais implicações do estudo, ao tempo que identificam permanências do patriarcado, alimentado no discurso masculino, bem como naturalizado pelas mulheres quando legitimam práticas que as subordinam, estrutural e simbolicamente. É fundamental questionar os contratos psicológicos e as dimensão da afetividade que vigoram nas relações sociais sexuais de sexo. O patriarcado (ainda) não morreu, e justo por isso precisamos problematizá-lo para enterrá-lo – de uma vez por todas.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilFCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVASSemead Seminários em AdministraçãoCozinhasPatriarcadoComportamento sexualPatriarcadoRelações sociais de sexoCozinha domésticaO patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha domésticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://login.semead.com.br/20semead/anais/arquivos/1769.pdfFelipe Gouvêa PenaLuiz Alex Silva SaraivaAlexandre de Pádua Carrieriinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45586/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALO PATRIARCADO (AINDA) NÃO MORREU.pdfO PATRIARCADO (AINDA) NÃO MORREU.pdfapplication/pdf220373https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45586/2/O%20PATRIARCADO%20%28AINDA%29%20N%c3%83O%20MORREU.pdfeca7450dca27688bbd36008cfe9cc72bMD521843/455862022-09-27 11:12:35.3oai:repositorio.ufmg.br:1843/45586TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-27T14:12:35Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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