O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Felipe Gouvêa Pena
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Luiz Alex Silva Saraiva, Alexandre de Pádua Carrieri
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/45586
Resumo: Introdução: Não obstante os avanços nos movimentos das mulheres em todo o mundo, o patriarcado espreita as sociedades. A discussão do espaço público e do espaço privado historicamente destinou à mulher a responsabilidade pela esfera do ambiente doméstico. O cuidado da casa, principalmente em famílias menos abastadas, sempre foi instituído como encargo da mulher. Também em residências de maior poder aquisitivo, o “zelo” pela moradia era atribuição feminina, mesmo que, nesse caso, fossem as empregadas domésticas as responsáveis. Problema de Pesquisa e Objetivo: Nesse artigo se problematiza para analisar a permanência do patriarcado – enquanto forma de dominação – nos discursos de mulheres e homens tendo como referência o espaço da cozinha doméstica. Este estudo foi estruturado à luz das ideias de Anne-Marie Devreux e Heleieth Saffioti, que contribuíram para os debates sobre relações sociais de sexo e patriarcado. Assume-se relações sociais de sexo em detrimento do termo “relações de gênero”, pois se entende que a primeira classificação social dos indivíduos, desde o momento do nascimento, está referenciada na dimensão do sexo. Fundamentação Teórica: As mulheres são oprimidas e dominadas em diferentes contextos não apenas por pertencerem a uma classe social, como o operariado, mas por estarem inclusas em uma categoria de sexo. Nesses termos, entende-se que a dominação simbólica e material, a opressão física e mental, e a dinâmica de exploração do trabalho entre as classes, em uma perspectiva marxista, sugerem que, antes de qualquer análise, os olhares estejam voltados para as relações sociais estabelecidas entre as classes de sexo. Homens e mulheres tendem a assumir e se posicionar em espaços específicos dentro desse sistema ainda vivo. Metodologia: O método, indutivo, se baseou em um estudo qualitativo feito a partir de 17 entrevistas semiestruturadas individuais em profundidade com empregadas domésticas, donas de casa, patroas e patrões de Belo Horizonte, material tratado mediante a análise francesa do discurso. Foram identificados enunciados discursivos explícitos, implícitos e silenciados, análise lexical, interdiscursividade, reflexão e refração linguísticas e identificação de ideologias defendida e combatida nos fragmentos discursivos. Análise dos Resultados: Os principais resultados confirmam que o patriarcado está de pé, sendo reproduzido no contexto da cozinha doméstica. Desde a infância se aprende, pela presença feminina e ausência masculina na cozinha, que cozinhar é “coisa de mulher”, algo do qual elas não podem fugir e, para se resignar, ressignificam como prazer, como afeto, como cuidar da família, silenciando sobre sua não-escolha - enquanto os homens podem escolher, cozinhar é verbo compulsoriamente feminino, associado à obrigação de casar, ratificando o “dom” feminino de servir. Conclusão: As principais implicações do estudo, ao tempo que identificam permanências do patriarcado, alimentado no discurso masculino, bem como naturalizado pelas mulheres quando legitimam práticas que as subordinam, estrutural e simbolicamente. É fundamental questionar os contratos psicológicos e as dimensão da afetividade que vigoram nas relações sociais sexuais de sexo. O patriarcado (ainda) não morreu, e justo por isso precisamos problematizá-lo para enterrá-lo – de uma vez por todas.
id UFMG_05e902f88618c11dbb2239b973fea46f
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/45586
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling 2022-09-27T14:12:34Z2022-09-27T14:12:34Z2017-11202177-3866http://hdl.handle.net/1843/45586Introdução: Não obstante os avanços nos movimentos das mulheres em todo o mundo, o patriarcado espreita as sociedades. A discussão do espaço público e do espaço privado historicamente destinou à mulher a responsabilidade pela esfera do ambiente doméstico. O cuidado da casa, principalmente em famílias menos abastadas, sempre foi instituído como encargo da mulher. Também em residências de maior poder aquisitivo, o “zelo” pela moradia era atribuição feminina, mesmo que, nesse caso, fossem as empregadas domésticas as responsáveis. Problema de Pesquisa e Objetivo: Nesse artigo se problematiza para analisar a permanência do patriarcado – enquanto forma de dominação – nos discursos de mulheres e homens tendo como referência o espaço da cozinha doméstica. Este estudo foi estruturado à luz das ideias de Anne-Marie Devreux e Heleieth Saffioti, que contribuíram para os debates sobre relações sociais de sexo e patriarcado. Assume-se relações sociais de sexo em detrimento do termo “relações de gênero”, pois se entende que a primeira classificação social dos indivíduos, desde o momento do nascimento, está referenciada na dimensão do sexo. Fundamentação Teórica: As mulheres são oprimidas e dominadas em diferentes contextos não apenas por pertencerem a uma classe social, como o operariado, mas por estarem inclusas em uma categoria de sexo. Nesses termos, entende-se que a dominação simbólica e material, a opressão física e mental, e a dinâmica de exploração do trabalho entre as classes, em uma perspectiva marxista, sugerem que, antes de qualquer análise, os olhares estejam voltados para as relações sociais estabelecidas entre as classes de sexo. Homens e mulheres tendem a assumir e se posicionar em espaços específicos dentro desse sistema ainda vivo. Metodologia: O método, indutivo, se baseou em um estudo qualitativo feito a partir de 17 entrevistas semiestruturadas individuais em profundidade com empregadas domésticas, donas de casa, patroas e patrões de Belo Horizonte, material tratado mediante a análise francesa do discurso. Foram identificados enunciados discursivos explícitos, implícitos e silenciados, análise lexical, interdiscursividade, reflexão e refração linguísticas e identificação de ideologias defendida e combatida nos fragmentos discursivos. Análise dos Resultados: Os principais resultados confirmam que o patriarcado está de pé, sendo reproduzido no contexto da cozinha doméstica. Desde a infância se aprende, pela presença feminina e ausência masculina na cozinha, que cozinhar é “coisa de mulher”, algo do qual elas não podem fugir e, para se resignar, ressignificam como prazer, como afeto, como cuidar da família, silenciando sobre sua não-escolha - enquanto os homens podem escolher, cozinhar é verbo compulsoriamente feminino, associado à obrigação de casar, ratificando o “dom” feminino de servir. Conclusão: As principais implicações do estudo, ao tempo que identificam permanências do patriarcado, alimentado no discurso masculino, bem como naturalizado pelas mulheres quando legitimam práticas que as subordinam, estrutural e simbolicamente. É fundamental questionar os contratos psicológicos e as dimensão da afetividade que vigoram nas relações sociais sexuais de sexo. O patriarcado (ainda) não morreu, e justo por isso precisamos problematizá-lo para enterrá-lo – de uma vez por todas.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilFCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVASSemead Seminários em AdministraçãoCozinhasPatriarcadoComportamento sexualPatriarcadoRelações sociais de sexoCozinha domésticaO patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha domésticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://login.semead.com.br/20semead/anais/arquivos/1769.pdfFelipe Gouvêa PenaLuiz Alex Silva SaraivaAlexandre de Pádua Carrieriinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45586/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALO PATRIARCADO (AINDA) NÃO MORREU.pdfO PATRIARCADO (AINDA) NÃO MORREU.pdfapplication/pdf220373https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45586/2/O%20PATRIARCADO%20%28AINDA%29%20N%c3%83O%20MORREU.pdfeca7450dca27688bbd36008cfe9cc72bMD521843/455862022-09-27 11:12:35.3oai:repositorio.ufmg.br:1843/45586TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-27T14:12:35Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
title O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
spellingShingle O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
Felipe Gouvêa Pena
Patriarcado
Relações sociais de sexo
Cozinha doméstica
Cozinhas
Patriarcado
Comportamento sexual
title_short O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
title_full O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
title_fullStr O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
title_full_unstemmed O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
title_sort O patriarcado (ainda) não morreu: relações sociais de sexo na cozinha doméstica
author Felipe Gouvêa Pena
author_facet Felipe Gouvêa Pena
Luiz Alex Silva Saraiva
Alexandre de Pádua Carrieri
author_role author
author2 Luiz Alex Silva Saraiva
Alexandre de Pádua Carrieri
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Felipe Gouvêa Pena
Luiz Alex Silva Saraiva
Alexandre de Pádua Carrieri
dc.subject.por.fl_str_mv Patriarcado
Relações sociais de sexo
Cozinha doméstica
topic Patriarcado
Relações sociais de sexo
Cozinha doméstica
Cozinhas
Patriarcado
Comportamento sexual
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Cozinhas
Patriarcado
Comportamento sexual
description Introdução: Não obstante os avanços nos movimentos das mulheres em todo o mundo, o patriarcado espreita as sociedades. A discussão do espaço público e do espaço privado historicamente destinou à mulher a responsabilidade pela esfera do ambiente doméstico. O cuidado da casa, principalmente em famílias menos abastadas, sempre foi instituído como encargo da mulher. Também em residências de maior poder aquisitivo, o “zelo” pela moradia era atribuição feminina, mesmo que, nesse caso, fossem as empregadas domésticas as responsáveis. Problema de Pesquisa e Objetivo: Nesse artigo se problematiza para analisar a permanência do patriarcado – enquanto forma de dominação – nos discursos de mulheres e homens tendo como referência o espaço da cozinha doméstica. Este estudo foi estruturado à luz das ideias de Anne-Marie Devreux e Heleieth Saffioti, que contribuíram para os debates sobre relações sociais de sexo e patriarcado. Assume-se relações sociais de sexo em detrimento do termo “relações de gênero”, pois se entende que a primeira classificação social dos indivíduos, desde o momento do nascimento, está referenciada na dimensão do sexo. Fundamentação Teórica: As mulheres são oprimidas e dominadas em diferentes contextos não apenas por pertencerem a uma classe social, como o operariado, mas por estarem inclusas em uma categoria de sexo. Nesses termos, entende-se que a dominação simbólica e material, a opressão física e mental, e a dinâmica de exploração do trabalho entre as classes, em uma perspectiva marxista, sugerem que, antes de qualquer análise, os olhares estejam voltados para as relações sociais estabelecidas entre as classes de sexo. Homens e mulheres tendem a assumir e se posicionar em espaços específicos dentro desse sistema ainda vivo. Metodologia: O método, indutivo, se baseou em um estudo qualitativo feito a partir de 17 entrevistas semiestruturadas individuais em profundidade com empregadas domésticas, donas de casa, patroas e patrões de Belo Horizonte, material tratado mediante a análise francesa do discurso. Foram identificados enunciados discursivos explícitos, implícitos e silenciados, análise lexical, interdiscursividade, reflexão e refração linguísticas e identificação de ideologias defendida e combatida nos fragmentos discursivos. Análise dos Resultados: Os principais resultados confirmam que o patriarcado está de pé, sendo reproduzido no contexto da cozinha doméstica. Desde a infância se aprende, pela presença feminina e ausência masculina na cozinha, que cozinhar é “coisa de mulher”, algo do qual elas não podem fugir e, para se resignar, ressignificam como prazer, como afeto, como cuidar da família, silenciando sobre sua não-escolha - enquanto os homens podem escolher, cozinhar é verbo compulsoriamente feminino, associado à obrigação de casar, ratificando o “dom” feminino de servir. Conclusão: As principais implicações do estudo, ao tempo que identificam permanências do patriarcado, alimentado no discurso masculino, bem como naturalizado pelas mulheres quando legitimam práticas que as subordinam, estrutural e simbolicamente. É fundamental questionar os contratos psicológicos e as dimensão da afetividade que vigoram nas relações sociais sexuais de sexo. O patriarcado (ainda) não morreu, e justo por isso precisamos problematizá-lo para enterrá-lo – de uma vez por todas.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-11
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-09-27T14:12:34Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-09-27T14:12:34Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/conferenceObject
format conferenceObject
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/45586
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 2177-3866
identifier_str_mv 2177-3866
url http://hdl.handle.net/1843/45586
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Semead Seminários em Administração
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45586/1/License.txt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45586/2/O%20PATRIARCADO%20%28AINDA%29%20N%c3%83O%20MORREU.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv fa505098d172de0bc8864fc1287ffe22
eca7450dca27688bbd36008cfe9cc72b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589458520440832