Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Adriana Araujo Pereira Borges
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38989
Resumo: Entre 1932 e 1942, a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais originou instituições para tratamento psicológico e educação de crianças e adolescentes considerados anormais, que, por sua iniciativa, passaram a ser denominados excepcionais. Criada com o nome do conhecido educador suíço, pioneiro da Escola Ativa, a Sociedade foi formada a partir da mobilização da sociedade mineira da época, tendo à frente a psicóloga russa Helena Antipoff, e se constituiu como caso paradigmático do surgimento da Psicologia enquanto campo de atuação no Brasil. Focaliza se a atuação de Helena Antipoff como psicóloga da Sociedade , examinando as crianças e adolescentes indicados para tratamento especializado, avaliando suas potencialidades através de instrumentos de medida psicológica, propondo práticas de atuação com vistas a promover seu desenvolvimento. Analisa se também os processos de avaliação, tratamento e educação propostos por médicos e educadores, buscando identificar como o espaço de atuação do psicólogo foi construído na interface entre Medicina e Pedagogia. O período 1932 1942 foi a época em que a associação auxiliou classes especiais, originou o Consultório Médico Pedagógico, a Associação de Assistência ao Pequeno Jornaleiro e o Instituto Pestalozzi. As fontes primárias incluem publicações da Sociedade e laudos de avaliação de crianças e adolescentes indicados para tratamento, localizados nos arquivos do Instituto Pestalozzi. Realizou se análise documental, buscando a articulação entre tratamento e educação, as relações entre Psicologia, Medicina e Educação e o lugar da Psicologia nessa associação. Os resultados demonstram que, embora estudos recentes apontem características segregativas nas práticas da Psicologia, a aplicação dos conhecimentos gerados por essa ciência na Sociedade Pestalozzi teve outro papel. Constatou se que, antes da proposta das classes especiais, as crianças com deficiência estavam fora da escola, principalmente em asilos psiquiátricos. As classes especiais foram uma das primeiras iniciativas que levavam em consideração sua diferença, propondo, através do ensino especial, uma educação de qualidade. O diagnóstico psicológico não servia apenas ao propósito classificatório, mas pretendia traçar um perfil da criança e assim, propor alternativas educativas diferenciadas. Os testes utilizados não se limitavam aos testes de inteligência, mas foram utilizados testes de motricidade e a técnica de análise caracterológica proposta pelo psicólogo russo Alexander Lazurski, introduzida no Brasil por Antipoff. O método Lazurski permitia compreender os pontos fortes e fracos da criança, estimulando os fortes e trabalhando para eliminar ou minorar as dificuldades encontradas. Concluiu se que as instituições originadas pela Sociedade Pestalozzi resgataram crianças consideradas irrecuperáveis, propondo formas alternativas de tratamento e educação. No hiato entre o tratar e o educar, ela ofereceu as chaves para conhecer a criança, demonstrando a importância de sua singularidade e de suas potencialidades. A Psicologia torna se assim uma ciência das relações com as ciências da saúde e da educação, com as pessoas, com o poder público, com a comunidade. A mudança de nomenclatura, de anormais para excepcionais, é uma mudança de paradigma. Sendo excepcional, o indivíduo tem necessidades específicas. O enfoque adotado, ao invés de centrado na doença ou no déficit, promove um olhar voltado para as potencialidades e para a invenção de recursos necessários ao pleno desenvolvimento das crianças.
id UFMG_0870d568e17e496a06ef9fef59a51df9
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/38989
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Regina Helena de Freitas Camposhttp://lattes.cnpq.br/5350842157910835Mitsuko Maria AntunesRenato Diniz SilveiraÉrika LourençoAna Lydia Bezerra Santiagohttp://lattes.cnpq.br/9946652387882951Adriana Araujo Pereira Borges2021-12-30T23:22:27Z2021-12-30T23:22:27Z2014-01-06http://hdl.handle.net/1843/38989Entre 1932 e 1942, a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais originou instituições para tratamento psicológico e educação de crianças e adolescentes considerados anormais, que, por sua iniciativa, passaram a ser denominados excepcionais. Criada com o nome do conhecido educador suíço, pioneiro da Escola Ativa, a Sociedade foi formada a partir da mobilização da sociedade mineira da época, tendo à frente a psicóloga russa Helena Antipoff, e se constituiu como caso paradigmático do surgimento da Psicologia enquanto campo de atuação no Brasil. Focaliza se a atuação de Helena Antipoff como psicóloga da Sociedade , examinando as crianças e adolescentes indicados para tratamento especializado, avaliando suas potencialidades através de instrumentos de medida psicológica, propondo práticas de atuação com vistas a promover seu desenvolvimento. Analisa se também os processos de avaliação, tratamento e educação propostos por médicos e educadores, buscando identificar como o espaço de atuação do psicólogo foi construído na interface entre Medicina e Pedagogia. O período 1932 1942 foi a época em que a associação auxiliou classes especiais, originou o Consultório Médico Pedagógico, a Associação de Assistência ao Pequeno Jornaleiro e o Instituto Pestalozzi. As fontes primárias incluem publicações da Sociedade e laudos de avaliação de crianças e adolescentes indicados para tratamento, localizados nos arquivos do Instituto Pestalozzi. Realizou se análise documental, buscando a articulação entre tratamento e educação, as relações entre Psicologia, Medicina e Educação e o lugar da Psicologia nessa associação. Os resultados demonstram que, embora estudos recentes apontem características segregativas nas práticas da Psicologia, a aplicação dos conhecimentos gerados por essa ciência na Sociedade Pestalozzi teve outro papel. Constatou se que, antes da proposta das classes especiais, as crianças com deficiência estavam fora da escola, principalmente em asilos psiquiátricos. As classes especiais foram uma das primeiras iniciativas que levavam em consideração sua diferença, propondo, através do ensino especial, uma educação de qualidade. O diagnóstico psicológico não servia apenas ao propósito classificatório, mas pretendia traçar um perfil da criança e assim, propor alternativas educativas diferenciadas. Os testes utilizados não se limitavam aos testes de inteligência, mas foram utilizados testes de motricidade e a técnica de análise caracterológica proposta pelo psicólogo russo Alexander Lazurski, introduzida no Brasil por Antipoff. O método Lazurski permitia compreender os pontos fortes e fracos da criança, estimulando os fortes e trabalhando para eliminar ou minorar as dificuldades encontradas. Concluiu se que as instituições originadas pela Sociedade Pestalozzi resgataram crianças consideradas irrecuperáveis, propondo formas alternativas de tratamento e educação. No hiato entre o tratar e o educar, ela ofereceu as chaves para conhecer a criança, demonstrando a importância de sua singularidade e de suas potencialidades. A Psicologia torna se assim uma ciência das relações com as ciências da saúde e da educação, com as pessoas, com o poder público, com a comunidade. A mudança de nomenclatura, de anormais para excepcionais, é uma mudança de paradigma. Sendo excepcional, o indivíduo tem necessidades específicas. O enfoque adotado, ao invés de centrado na doença ou no déficit, promove um olhar voltado para as potencialidades e para a invenção de recursos necessários ao pleno desenvolvimento das crianças.Between 1932 and 1942, Pestalozzi Society of Minas Gerais established institutions for the psychological treatment and education of children and adolescents considered abnormal , which , on its own initiative , began to be called exceptional. Created under name of the well known Swiss educator, pioneer of Active School methods, the Society was formed from the mobilization of civil society of the time, headed by the Russian psychologist Helena Antipoff, and constituted a paradigmatic case of the emergence of psychology as a professional field in Brazil. The dissertation surveys the role of Helena Antipoff as the Society’s psychologist, examining children and adolescents referred for specialist treatment, assessing their potential through psychological instruments and proposing practical actions in order to promote their development. It also analyzes the processes of assessment, treatment and education offered by doctors and educators, seeking to identify how the space of the psychologist was constructed at the interface between Medicine and Pedagogy. The period 1932 1942 was a time when the association helped special classes, established a Medical Pedagogical Clinic, the Association for Assistance to Small Newsboys and Pestalozzi Institute. Primary sources include the Society's publications and reports to evaluate children and adolescents referred for treatment, located in the archives of Pestalozzi Institute. The documents were analysed, seeking links between treatment and education, the relationship between psychology , medicine and education and the place of psychology in this association. The results demonstrate that, although recent studies indicate segregationist characteristics in the practice of psychology, the application of knowledge generated by this science in Pestalozzi Society had another role. It was found that, before the establishment of special classes, children with disabilities were out of school, especially in mental asylums. Special classes were one of the first initiatives that considered their difference, proposing a qualified special education for them. Psychological diagnosis not only served the purpose of qualifying but wanted to draw a profile of the child and thus propose different educational alternatives. The tests used were not limited to intelligence tests, but tests of motor skills and a characterological analysis technique proposed by the Russian psychologist Alexander Lazurski, introduced in Brazil by Antipoff, were used. Lazurki’s method allowed to understand strengths and weaknesses of the child, encouraging the strengths and working to eliminate or minimize the difficulties encountered. It was concluded that the institutions established by Pestalozzi Society rescued children considered irrecoverable by offering alternative forms of treatment and education. In the gap between treating and educating, it offered keys for knowing the child, demonstrating the importance of its uniqueness and its potential. Psychology thus becomes a science of relations with the health sciences and education, with people, with government, with the community. The change of nomenclature from abnormal to exceptional was a paradigm shift. Being exceptional, the individual has specific needs. The approach adopted, rather than focusing on illness or deficiency, promotes a look at possibilities, facing the potential for invention and resources necessary for the full development of individuals under care.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessAntipoff, Helena, 1892-1974Sociedade Pestalozzi de Minas GeraisPsicologia -- HistóriaEducação especialHelena AntipoffSociedade Pestalozzi de Minas GeraisHistória da PsicologiaEducação especialEntre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE_Adriana Araujo Pereira Borges.pdfTESE_Adriana Araujo Pereira Borges.pdfapplication/pdf9133323https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38989/1/TESE_Adriana%20Araujo%20Pereira%20Borges.pdfea7e1e448fe30e544ce31e3e24102e41MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38989/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38989/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/389892021-12-30 20:22:27.389oai:repositorio.ufmg.br:1843/38989TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-12-30T23:22:27Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
title Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
spellingShingle Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
Adriana Araujo Pereira Borges
Helena Antipoff
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais
História da Psicologia
Educação especial
Antipoff, Helena, 1892-1974
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais
Psicologia -- História
Educação especial
title_short Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
title_full Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
title_fullStr Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
title_full_unstemmed Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
title_sort Entre tratar e educar os excepcionais: Helena Antipoff e a psicologia na Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (1932-1942).
author Adriana Araujo Pereira Borges
author_facet Adriana Araujo Pereira Borges
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Regina Helena de Freitas Campos
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5350842157910835
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Mitsuko Maria Antunes
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Renato Diniz Silveira
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Érika Lourenço
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Ana Lydia Bezerra Santiago
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9946652387882951
dc.contributor.author.fl_str_mv Adriana Araujo Pereira Borges
contributor_str_mv Regina Helena de Freitas Campos
Mitsuko Maria Antunes
Renato Diniz Silveira
Érika Lourenço
Ana Lydia Bezerra Santiago
dc.subject.por.fl_str_mv Helena Antipoff
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais
História da Psicologia
Educação especial
topic Helena Antipoff
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais
História da Psicologia
Educação especial
Antipoff, Helena, 1892-1974
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais
Psicologia -- História
Educação especial
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Antipoff, Helena, 1892-1974
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais
Psicologia -- História
Educação especial
description Entre 1932 e 1942, a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais originou instituições para tratamento psicológico e educação de crianças e adolescentes considerados anormais, que, por sua iniciativa, passaram a ser denominados excepcionais. Criada com o nome do conhecido educador suíço, pioneiro da Escola Ativa, a Sociedade foi formada a partir da mobilização da sociedade mineira da época, tendo à frente a psicóloga russa Helena Antipoff, e se constituiu como caso paradigmático do surgimento da Psicologia enquanto campo de atuação no Brasil. Focaliza se a atuação de Helena Antipoff como psicóloga da Sociedade , examinando as crianças e adolescentes indicados para tratamento especializado, avaliando suas potencialidades através de instrumentos de medida psicológica, propondo práticas de atuação com vistas a promover seu desenvolvimento. Analisa se também os processos de avaliação, tratamento e educação propostos por médicos e educadores, buscando identificar como o espaço de atuação do psicólogo foi construído na interface entre Medicina e Pedagogia. O período 1932 1942 foi a época em que a associação auxiliou classes especiais, originou o Consultório Médico Pedagógico, a Associação de Assistência ao Pequeno Jornaleiro e o Instituto Pestalozzi. As fontes primárias incluem publicações da Sociedade e laudos de avaliação de crianças e adolescentes indicados para tratamento, localizados nos arquivos do Instituto Pestalozzi. Realizou se análise documental, buscando a articulação entre tratamento e educação, as relações entre Psicologia, Medicina e Educação e o lugar da Psicologia nessa associação. Os resultados demonstram que, embora estudos recentes apontem características segregativas nas práticas da Psicologia, a aplicação dos conhecimentos gerados por essa ciência na Sociedade Pestalozzi teve outro papel. Constatou se que, antes da proposta das classes especiais, as crianças com deficiência estavam fora da escola, principalmente em asilos psiquiátricos. As classes especiais foram uma das primeiras iniciativas que levavam em consideração sua diferença, propondo, através do ensino especial, uma educação de qualidade. O diagnóstico psicológico não servia apenas ao propósito classificatório, mas pretendia traçar um perfil da criança e assim, propor alternativas educativas diferenciadas. Os testes utilizados não se limitavam aos testes de inteligência, mas foram utilizados testes de motricidade e a técnica de análise caracterológica proposta pelo psicólogo russo Alexander Lazurski, introduzida no Brasil por Antipoff. O método Lazurski permitia compreender os pontos fortes e fracos da criança, estimulando os fortes e trabalhando para eliminar ou minorar as dificuldades encontradas. Concluiu se que as instituições originadas pela Sociedade Pestalozzi resgataram crianças consideradas irrecuperáveis, propondo formas alternativas de tratamento e educação. No hiato entre o tratar e o educar, ela ofereceu as chaves para conhecer a criança, demonstrando a importância de sua singularidade e de suas potencialidades. A Psicologia torna se assim uma ciência das relações com as ciências da saúde e da educação, com as pessoas, com o poder público, com a comunidade. A mudança de nomenclatura, de anormais para excepcionais, é uma mudança de paradigma. Sendo excepcional, o indivíduo tem necessidades específicas. O enfoque adotado, ao invés de centrado na doença ou no déficit, promove um olhar voltado para as potencialidades e para a invenção de recursos necessários ao pleno desenvolvimento das crianças.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-01-06
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-12-30T23:22:27Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-12-30T23:22:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/38989
url http://hdl.handle.net/1843/38989
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38989/1/TESE_Adriana%20Araujo%20Pereira%20Borges.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38989/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38989/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv ea7e1e448fe30e544ce31e3e24102e41
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797971389574021120