Trauma, healing and community in Toni Morrison's Beloved and Home

• Autor(a) principal: Marina de Almeida Pedrosa
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-BBPJ4V
• topic: healing; cryptonymy; community of women; mourning; trauma stories; Luto na literatura; Morrison, Toni Home Crítica e interpretação; Mulheres na literatura; Morrison, Toni, Beloved Crítica e interpretação; Violência na literatura; Ficção americana História e crítica

Esta dissertação examina Beloved e Home, de Toni Morrison, através da perspectiva dos estudos sobre trauma. Propõe-se que a experiência da escravidão age sobre os personagens, deixando-os mentalmente perturbados e fisicamente vulneráveis, mesmo quando eles não enfrentaram a escravatura diretamente. Além do trauma individual, há o trauma cultural que afeta as relações e vidas dos protagonistas, perpetuando o aspecto indizível de uma severa angústia emocional e mental através de gerações. Esta dissertação examina o que acontece psicologicamente ao indivíduo quando traumatizado e como os protagonistas alcançam a cura por meio da comunidade feminina. Esta abordagem segue principalmente a discussão apontada por Gabriele Schwab sobre como legados violentos são difíceis de contar e até mesmo lembrar, pois usualmente as pessoas os reprimem ou os enterram em criptas psíquicas inacessíveis. Uma pessoa que se recusa a prantear e enlutar uma perda ao negá-la, a mantém dentro de si, enterrando-a em uma tumba psíquica. Apesar de parecer morta, a perda está psiquicamente viva e retorna como um fantasma para assombrar a vítima. Flashbacks, pesadelos e repetições compulsivas são algumas das consequências desta aparente força forasteira que faz com que essas memórias intrusas sejam intoleráveis e, portanto, indizíveis. Nesse sentido, esta pesquisa revela como o discurso dos protagonistas é afetado pelo trauma. Também aponto como os personagens atingem a cura rompendo as paredes da cripta, acessando suas histórias e as colocando em palavras ao contá-las. Concluo que esta dissertação executa um movimento para além do estudo do trauma na literatura, pois mostra que enlutar os traumas individual e coletivo permite que a cura aconteça em ambos os romances através da comunidade feminina, fazendo com que os personagens reconsiderem as feridas de um passado indigno, de maneira a exorcizar os fantasmas do trauma.