Efeitos da imuno-senescência na infecção murina pelo Schistosoma mansoni

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rafael Pires de Oliveira
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-97PG3E
Resumo: A imuno-senescência é o resultado cumulativo do processo de declínio progressivo da atividade do sistema imune devido ao processo de envelhecimento. Ela contribui para o aumento da susceptibilidade a doenças infecciosas, câncer e doenças autoimunes. As alterações relacionadas ao envelhecimento incluem a involução tímica, alterações nos fenótipos celulares, perfil de citocinas e no repertório de linfócitos. De um modo geral, animais e humanos idosos apresentam uma redução no número de linfócitos T virgens com o aumento paralelo dos linfócitos T de memória, uma reatividade imunológica comprometida e uma diminuição na sua capacidade de reagira antígenos novos. Vários trabalhos relatam modificações no desenvolvimento de doenças parasitárias ao longo do processo de envelhecimento no que diz respeito a sua prevalência e intensidade.Aponta-se uma forte associação entre idade e resistência à infecções e reinfecções por parasitos, tais como o Schistosoma mansoni, causador de doença endêmica debilitante e que afeta mais de duzentos milhões de pessoas em países em desenvolvimento.É possível que a menor intensidade observada em adultos resulte da aquisição de imunidade protetora devido ao estímulo antigênico crônico. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do envelhecimento na reatividade imunológica à infecção pelo Schistosoma mansoniem modelo experimental murino. Verificamos que camundongos C57BL/6 velhos apresentam uma resposta inflamatória diminuída aos antígenos do parasito, resultando em títulos mais baixos de anticorpos específicos. Apesar da resposta imune humoral diminuída, os animais velhos são igualmente susceptíveis à infecção por S. mansoni, e também desenvolvem imunidade protetora frente a uma reinfecção. Em animais velhos infectados, a atividade de eosinófilos parece estar preservada e pode ter contribuído para a eliminaçãode vermes na reinfecção. Possivelmente, a menor polarização na produção decitocinas durante a evolução da patologia altera a dinâmica da formação/involução do granuloma no velho. Camundongos velhos formam granulomas menores durante a fase aguda da infecção, mas não é observado o processo de imunomodulação na fase crônica, como bem descrito nos jovens. Observamos um aumento na frequência de células T com perfil de ativação em animais jovens infectados, entretanto, em camundongos velhos, que já possuem maior proporção de linfócitos ativados, a infecção não altera a frequência dessas células. Devido a esse estado constitutivo de ativação dos linfócitos durante a senescência, é provável que respostas inflamatórias a novos antígenos sejam inibidas por encontrarem o sistema imune altamente povoado por células efetoras.
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Vários trabalhos relatam modificações no desenvolvimento de doenças parasitárias ao longo do processo de envelhecimento no que diz respeito a sua prevalência e intensidade.Aponta-se uma forte associação entre idade e resistência à infecções e reinfecções por parasitos, tais como o Schistosoma mansoni, causador de doença endêmica debilitante e que afeta mais de duzentos milhões de pessoas em países em desenvolvimento.É possível que a menor intensidade observada em adultos resulte da aquisição de imunidade protetora devido ao estímulo antigênico crônico. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do envelhecimento na reatividade imunológica à infecção pelo Schistosoma mansoniem modelo experimental murino. Verificamos que camundongos C57BL/6 velhos apresentam uma resposta inflamatória diminuída aos antígenos do parasito, resultando em títulos mais baixos de anticorpos específicos. Apesar da resposta imune humoral diminuída, os animais velhos são igualmente susceptíveis à infecção por S. mansoni, e também desenvolvem imunidade protetora frente a uma reinfecção. Em animais velhos infectados, a atividade de eosinófilos parece estar preservada e pode ter contribuído para a eliminaçãode vermes na reinfecção. Possivelmente, a menor polarização na produção decitocinas durante a evolução da patologia altera a dinâmica da formação/involução do granuloma no velho. Camundongos velhos formam granulomas menores durante a fase aguda da infecção, mas não é observado o processo de imunomodulação na fase crônica, como bem descrito nos jovens. Observamos um aumento na frequência de células T com perfil de ativação em animais jovens infectados, entretanto, em camundongos velhos, que já possuem maior proporção de linfócitos ativados, a infecção não altera a frequência dessas células. Devido a esse estado constitutivo de ativação dos linfócitos durante a senescência, é provável que respostas inflamatórias a novos antígenos sejam inibidas por encontrarem o sistema imune altamente povoado por células efetoras.The immunosenescence is defined as a cumulative result of decline in the activity of the immune system activity due to progressive aging, and contributes to increased susceptibility to infectious diseases, cancer and autoimmunediseases. Such aging-related changes include thymic involution, changes in frequencies of activated lymphocytes, in cytokine profile and in lymphocyte repertoire. Generally, aged animals and humans show a reduction in the frequency of naïve T lymphocytes, increased proportion of memory T cells and a diminished immune reactivity to novel antigens. Many studies report changes in the prevalence and intensity of parasitic diseasesduring aging. There is a strong association between age and resistance to infectious diseases, such as schistosomiasis, an endemic disease that affects more than two hundred million people in developing countries. It is possible that the lower infection intensity observed in adults results from the acquisition of protective immunity due to chronic antigenic stimulation. The aim of this work was to evaluate the influence of aging in immune reactivity to infection by Schistosoma mansoni in the mouse. We observed that aged C57BL/6 mice have a reduced inflammatoryresponse to parasite antigens, resulting in lower specific antibody titles. Despite the reduced humoral immune response, old animals were as susceptible to infection as young animals, and they also develop protective immunity against reinfection. Eosinophils activity seemed to be conserved in aged infected animals and may have contributed to worm elimination during reinfection. It is plausible that the altered cytokine balance during disease development changes the dynamics of the granuloma formation/involution in aged mice. Aged mice formed smaller granulomas at acute phase of infection, but they did not develop the process of immunomodulation inchronic phase, as described in young animals. After infection, young mice showed a typical increase in the frequency of activated T cells. On the other hand, we found increased frequencies of activated T cells in non-infected aged mice regardless of their infection status. Lymphocytes in non-infected aged animals were constitutively activated and it is likely that inflammatory responses to novel antigens may be impaired when facing an immune system already highly populated by effector cells.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSistema ImuneSchistosoma mansoniBioquímicaSenescência celularImunopatologiaEnvelhecimentoBioquímica e ImunologiaEfeitos da imuno-senescência na infecção murina pelo Schistosoma mansoniinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_rafael_pires_de_oliveira.pdfapplication/pdf1190181https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97PG3E/1/disserta__o_rafael_pires_de_oliveira.pdfaa43ae1d6ba6f3b5088e81d7bb27a6f9MD51TEXTdisserta__o_rafael_pires_de_oliveira.pdf.txtdisserta__o_rafael_pires_de_oliveira.pdf.txtExtracted texttext/plain140966https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97PG3E/2/disserta__o_rafael_pires_de_oliveira.pdf.txta3c6a5cb8842ee10ad3909a2377f58d5MD521843/BUOS-97PG3E2019-11-14 05:10:46.852oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-97PG3ERepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:10:46Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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