Suscetibilidade do gato doméstico (Felis catus) à infecção por Angiostrongylus vasorum: parâmetros clínicos, parasitológicos e laboratoriais.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silvia Regina Costa Dias
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SAGF-6Y9K4T
Resumo: RESUMOO gato doméstico, Felis catus, apesar de ser um animal cada dia mais próximo do homem, não foge ao instinto da caça de pequenos animais, que podem ser transmissores do Angiostrongylus vasorum, um nematóide cárdio-pulmonar de canídeos, com ciclo de vida heteroxeno e um possível agente de zoonose. Aliando estes fatores ao fato de a suscetibilidade natural de gatos à infecção por A. vasorum ainda ser uma incógnita devido a escassez de relatos na literatura, este estudo propôs avaliar gatos experimentalmente inoculados com o parasito através de exames parasitológicos, clínicos e laboratoriais. Para isso, 18 gatos, SRD, foram selecionados e divididos em quatro grupos experimentais: i) grupo A seis animais inoculados experimentalmente com 50 larvas de terceiro estádio por quilograma de peso vivo (50L3/kg) submetidos a um protocolo de imunossupressão com acetato de metilprednisolona, IM, que se estendeu de sete dias antes da inoculação aos 60 dias após a inoculação (DAI); ii) grupo B cinco animais inoculados experimentalmente com 50L3/kg; iii) grupo C - quatro animais inoculados experimentalmente com 50L3/kg; iv) grupo D três animais não inoculados, que serviram como controle. Os animais dos grupos A, B e D foram submetidos a exames clínicos com coleta de sangue nos dias 7, 0, +15, +30, +45 e +60 DAI. Estes animais foram sacrificados aos +60 DAI, quando foram então necropsiados, para recuperação de parasitos adultos e/ou formas larvais. Os animais do grupo C foram sacrificados um a um a cada 15 dias. Todos os animais tiveram as fezes avaliadas diariamente a partir do +21°DAI, no entanto não foram observadas L1 nas fezes de nenhum animal. Foram observados quadros de descompensação respiratória e dispnéia nos animais inoculados. Os animais imunossuprimidos ingeriram menos alimento e apresentaram perda de peso se comparados aos animais não tratados. Ao nível sanguíneo foi observada leucocitose madura nos animais do grupo A. À necropsia dos animais do grupo C, pela primeira vez é descrita a recuperação de L3 de A. vasorum da vesícula biliar e do pâncreas de dois gatos. Foram recuperados parasitos adultos no coração (02 parasitos) e pulmão (12 parasitos) dos animais. Todos os parasitos apresentavam-se característicos, com cutícula transparente e aparelho reprodutor com aspecto helicoidal em torno do tubo digestivo. Foram encontrados nódulos no parênquima pulmonar, de onde foram recuperados parasitos mortos. Foram recuperados 06 vermes adultos nos animais do grupo A; 03 vermes adultos nos animais do grupo B; e, 05 vermes nos animais do grupo C. No total, foram recuperadas 11 fêmeas, sendo 05, fêmeas ovígeras, e 06, fêmeas não ovígeras. Cortes histológicos evidenciaram quadro de pneumonite infiltrativa, caracterizada pelo espessamento da parede dos alvéolos e endarterite, e quadros de processos granulomatosos. Neste trabalho, o efeito da imunossupressão pôde ser constatado em diversos parâmetros clínicos, contagens de diversos tipos celulares e recuperação de vermes adultos. A ausência de L1 nas fezes dos animais pode estar relacionado com o encontro de fêmeas adultas não ovígeras e com o pequeno número de parasitos recuperados, o que dificultaria o encontro e a cópula de machos e fêmeas. As fêmeas não ovígeras são menores que as fêmeas ovígeras e todos os parasitos recuperados de gatos são menores que os parasitos recuperados de cães. Assim, este trabalho mostrou que gatos são permissíveis à infecção por A. vasorum, sendo que a infecção ocorre de forma oculta até os +60DAI.
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