Por que os pacientes não seguem adequadamente as orientaçõesMédicas? Estudo dos fatores envolvidos com a má-adesão à profilaxiasecundária da febre reumática com a penicilina-G-benzatina
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/ECJS-73AHWD |
Resumo: | 1.INTRODUÇÃO:Sabe-se que que a profilaxia secundária feita de forma irregular determina um pior prognóstico da febre reumática. Poucos estudos objetivos foram realizados sobre os possíveis fatores envolvidos com a má-adesão à profilaxia secundária, através da penicilina-G-benzatina.2.OBJETIVOS: Analisar os possíveis fatoresenvolvidos com a má-adesão à profilaxia Secundária. 3. METODOLOGIA: Estudo do tipo transversal, no qual uma amostra de 189 pacientes acompanhados no Ambulatório de Febre Reumática AFR/HC UFMG) foram submetidos a entrevista, utilizando-sequestionário padronizado, e análise dos cartões de controle das injeções e dos prontuários médicos de cada paciente. Foram estudadas 32 variáveis, possivelmente associadas com a má-adesão à profilaxia secundária com a penicilina-G-benzatina. Os pacientes foramconsiderados não-aderentes quando tiveram pelo menos dois atrasos de mais de sete dias na aplicação da penicilina, em relação às datas assinaladas no cartão de controle das injeções. As variáveis associadas à má-adesão, que apresentaram, na análise univariada, p<0,25, foram testadas na análise multivariada, através da regressão logística.Os cálculos foram realizados através do programa Epi-Info. O nível de significância foi estabelecido para valores de p<0,05.4.RESULTADOS: sete variáveis associadas à má-adesão na análise univariada (gênero feminino, controle da data de aplicação da penicilina, faltas às consultas, tempo de profilaxia, idade, nota para a dor da injeção, nível de informação sobre a FR)foram testadas pela análise multivariada. Destas, três mostraram-se como fatores de risco para a má-adesão: a) o gênero feminino(OR=2,20); b) maior número de faltas às consultas(OR=2,47); c) a nota para a dor da injeção(OR=1,16). A associação entre máadesão e a dor da injeção parece ser um achado inédito. Além disso, o acréscimo de anestésico ao frasco da penicilina parece reduzir a dor provocada pela injeção(p=0,007) A variável informação sobre a febre reumática, mostrou-se como fator de proteção contra a má-adesão(OR=0,74, IC=0,59-0,93). Em média, os pacientes não-aderentes tiveram uma chance 2,14 vezes maior de desenvolver recidiva, quando comparados com os aderentes (razão de prevalência=2,14, IC=1,27-3,59). 5.CONCLUSÕES:Além do gênero e idade, as crenças, percepções e atitudes, são os principais fatores associados à má-adesão.Os fatores socioeconômicos aparentemente tiveram menor importância, na amostra analisada. As recidivas e hospitalizações, mais freqüentes entre os não-aderentes, provavelmente são conseqüências da profilaxia irregular. |
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Janete RicasZilda Maria Alves MeiraMaria da Glória Cruvinel HortaCristina Goncalves AlvimFernando Felipe Graciano2019-08-14T21:35:35Z2019-08-14T21:35:35Z2007-04-30http://hdl.handle.net/1843/ECJS-73AHWD1.INTRODUÇÃO:Sabe-se que que a profilaxia secundária feita de forma irregular determina um pior prognóstico da febre reumática. Poucos estudos objetivos foram realizados sobre os possíveis fatores envolvidos com a má-adesão à profilaxia secundária, através da penicilina-G-benzatina.2.OBJETIVOS: Analisar os possíveis fatoresenvolvidos com a má-adesão à profilaxia Secundária. 3. METODOLOGIA: Estudo do tipo transversal, no qual uma amostra de 189 pacientes acompanhados no Ambulatório de Febre Reumática AFR/HC UFMG) foram submetidos a entrevista, utilizando-sequestionário padronizado, e análise dos cartões de controle das injeções e dos prontuários médicos de cada paciente. Foram estudadas 32 variáveis, possivelmente associadas com a má-adesão à profilaxia secundária com a penicilina-G-benzatina. Os pacientes foramconsiderados não-aderentes quando tiveram pelo menos dois atrasos de mais de sete dias na aplicação da penicilina, em relação às datas assinaladas no cartão de controle das injeções. As variáveis associadas à má-adesão, que apresentaram, na análise univariada, p<0,25, foram testadas na análise multivariada, através da regressão logística.Os cálculos foram realizados através do programa Epi-Info. O nível de significância foi estabelecido para valores de p<0,05.4.RESULTADOS: sete variáveis associadas à má-adesão na análise univariada (gênero feminino, controle da data de aplicação da penicilina, faltas às consultas, tempo de profilaxia, idade, nota para a dor da injeção, nível de informação sobre a FR)foram testadas pela análise multivariada. Destas, três mostraram-se como fatores de risco para a má-adesão: a) o gênero feminino(OR=2,20); b) maior número de faltas às consultas(OR=2,47); c) a nota para a dor da injeção(OR=1,16). A associação entre máadesão e a dor da injeção parece ser um achado inédito. Além disso, o acréscimo de anestésico ao frasco da penicilina parece reduzir a dor provocada pela injeção(p=0,007) A variável informação sobre a febre reumática, mostrou-se como fator de proteção contra a má-adesão(OR=0,74, IC=0,59-0,93). Em média, os pacientes não-aderentes tiveram uma chance 2,14 vezes maior de desenvolver recidiva, quando comparados com os aderentes (razão de prevalência=2,14, IC=1,27-3,59). 5.CONCLUSÕES:Além do gênero e idade, as crenças, percepções e atitudes, são os principais fatores associados à má-adesão.Os fatores socioeconômicos aparentemente tiveram menor importância, na amostra analisada. As recidivas e hospitalizações, mais freqüentes entre os não-aderentes, provavelmente são conseqüências da profilaxia irregular.INTRODUCTION: The irregular secondary prophylaxis can determine a worst prognosis of the rheumatic fever.There are few objectives studies that have been dedicated to establish the secondary prophylaxis possible risk factors.OBJECTIVES: To analyze possible factors involved with poor compliance to secondary prophylaxis of rheumatic fever SETTING: Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil. STUDY DESIGN: Crosssectional. PATIENTS: A total of 189 patients followed-up in a rheumatic fever outpatient clinic answered a standardized questionnaire, and their injection control cards and medical charts were analyzed. Their age ranged between 8 and 27 years (mean±SD=16.8±4 years).MAIN OUTCOMES: Thirty-two variables likely associated with poor compliance to secondary prophylaxis with penicillin G benzathine were studied. Patients were considered as non-compliant when they delayed the penicillin injection beyond seven days the date scheduled in the card, at least twice. The variables associated with poor compliance with p<0.25 in the univariate analysis were tested in multivariate analysis, by means of logistic regression. RESULTS: Three variables were found to be risk factors for poor compliance: a) female gender (OR=2.20); b) greater number of missed visits (OR=2.47); c) higher injection pain score (OR=1.16). The association between poor compliance and injectionpain was a novel finding. It was also found that the addition of an anesthetic drug to the penicillin flask lowered the injection pain score (p=0.007) The variable information on rheumatic fever was shown as a protective factor against poor compliance (OR=0.74,CI=0.59-0.93). In average, the non-compliant patients had a 2.14-fold greater chance of relapse than the compliant ones (prevalence ratio =2.14, CI=1.27-3.59). CONCLUSIONS: In addition to the female gender, the beliefs, perceptions and attitudes are the main factors associated with poor compliance. The relapses and hospitalizations, more frequent between the non-compliant, probably should be consequences of the irregular prophylaxis.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFebre reumática PrevençãoDor/prevenção & controleDoenças transmissíveisMulheresRecusa do paciente ao tratamentoPenicilina G benzatina/uso terapêuticoRecidiva/prevenção & controleFebre reumática/terapiaAdolescenteDor/prevenção & controleMulheresInformaçãoFebre reumática/terapiaRecusa do paciente ao tratamentoPenicilina G benzatina/uso terapêuticoRecidiva/prevenção & controleAdolescentePor que os pacientes não seguem adequadamente as orientaçõesMédicas? Estudo dos fatores envolvidos com a má-adesão à profilaxiasecundária da febre reumática com a penicilina-G-benzatinainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALfernando_felipe_graciano.pdfapplication/pdf694679https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-73AHWD/1/fernando_felipe_graciano.pdfd989f0033745aa3223e329104c97da48MD51TEXTfernando_felipe_graciano.pdf.txtfernando_felipe_graciano.pdf.txtExtracted texttext/plain197066https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-73AHWD/2/fernando_felipe_graciano.pdf.txt460cdd6c454cf5247c1c3f72e0d5452bMD521843/ECJS-73AHWD2019-11-14 16:16:20.206oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-73AHWDRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:16:20Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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