De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/49210 https://orcid.org/0000-0002-0570-6382 |
Resumo: | Neste texto, busco compreender as trajetórias afetivossexuais de estudantes, provenientes de países da América Latina, que vêm a Belo Horizonte por meio dos programas de intercâmbio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Parti de duas questões de pesquisa: como a construção social do intercâmbio e as trajetórias afetivas dos/as estudantes na sociedade de origem articulam-se às experiências locais em Belo Horizonte? Quais são as experiências afetivossexuais que os/as estudantes se envolvem no decurso de sua estadia? Inicialmente, por meio de observações flutuantes e entrevistas, realizei uma imersão etnográfica no universo das moradias universitárias da UFMG (MOP I e II). Havia algumas práticas disciplinares nesse contexto, restrição da entrada de visitantes, arquitetura panóptica, inspeções dos seguranças, que eram suplantadas mediante a circulação de dádivas, empréstimos de nomes, colchões e chaves, transmitidos entre os/as intercambistas e os/as moradores/as. Essa troca de objetos e favores permitia que as experiências afetivossexuais fossem vivenciadas mesmo com o controle disciplinar nas portarias das MOP I e II. Por meio da convivência nas moradias, os/as intercambistas e os/as demais residentes construíram uma trama de vínculos e interdependências, forjando, por vezes, relações familiares simbólicas entre si e/ou se distinguindo em grupos. Além da relevância das moradias na vida desses/as intercambistas em Belo Horizonte, acompanhando as suas trajetórias afetivossexuais desde as sociedades de origem, pude averiguar que eles/as perpassam por processos de individualização diversos, devido a um conjunto de circunstâncias experienciadas durante o intercâmbio: sair da casa dos pais, aprender um novo idioma, forjar novas maneiras de ser relacionar afetivossexualmente, estabelecer limites ao tecer vínculos, formar gostos pessoais, entre outros aspectos. Através da sociabilidade “mopiana”, os/as intercambistas romperam laços afetivos de outrora, manejaram em contextos com gramáticas sociais distintas, e alguns/algumas deles/as chegaram a se reinventar, construir outra concepção de si mesmo, no decurso do intercâmbio. |
id |
UFMG_122667981d39c294c5d524bab3492e6e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/49210 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Yumi Garcia dos Santoshttp://lattes.cnpq.br/2914400327888714Renarde Freire NobreCamilo Albuquerque de Brazhttp://lattes.cnpq.br/9278970249460014Antônio Augusto Oliveira Gonçalves2023-01-30T00:05:05Z2023-01-30T00:05:05Z2017-02-06http://hdl.handle.net/1843/49210https://orcid.org/0000-0002-0570-6382Neste texto, busco compreender as trajetórias afetivossexuais de estudantes, provenientes de países da América Latina, que vêm a Belo Horizonte por meio dos programas de intercâmbio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Parti de duas questões de pesquisa: como a construção social do intercâmbio e as trajetórias afetivas dos/as estudantes na sociedade de origem articulam-se às experiências locais em Belo Horizonte? Quais são as experiências afetivossexuais que os/as estudantes se envolvem no decurso de sua estadia? Inicialmente, por meio de observações flutuantes e entrevistas, realizei uma imersão etnográfica no universo das moradias universitárias da UFMG (MOP I e II). Havia algumas práticas disciplinares nesse contexto, restrição da entrada de visitantes, arquitetura panóptica, inspeções dos seguranças, que eram suplantadas mediante a circulação de dádivas, empréstimos de nomes, colchões e chaves, transmitidos entre os/as intercambistas e os/as moradores/as. Essa troca de objetos e favores permitia que as experiências afetivossexuais fossem vivenciadas mesmo com o controle disciplinar nas portarias das MOP I e II. Por meio da convivência nas moradias, os/as intercambistas e os/as demais residentes construíram uma trama de vínculos e interdependências, forjando, por vezes, relações familiares simbólicas entre si e/ou se distinguindo em grupos. Além da relevância das moradias na vida desses/as intercambistas em Belo Horizonte, acompanhando as suas trajetórias afetivossexuais desde as sociedades de origem, pude averiguar que eles/as perpassam por processos de individualização diversos, devido a um conjunto de circunstâncias experienciadas durante o intercâmbio: sair da casa dos pais, aprender um novo idioma, forjar novas maneiras de ser relacionar afetivossexualmente, estabelecer limites ao tecer vínculos, formar gostos pessoais, entre outros aspectos. Através da sociabilidade “mopiana”, os/as intercambistas romperam laços afetivos de outrora, manejaram em contextos com gramáticas sociais distintas, e alguns/algumas deles/as chegaram a se reinventar, construir outra concepção de si mesmo, no decurso do intercâmbio.In this text, I try to understand the affective-sexual trajectories of students from Latin American countries who come to Belo Horizonte through the exchange programs of the Federal University of Minas Gerais (UFMG). I started with two research questions: how do the social construction of the exchange program and the affective trajectories of the student in the society of origin articulate with the local experiences in Belo Horizonte? What are the affective-sexual experiences that students engage in the course of their stay? Initially through floating observations and interviews, I performed an ethnographic immersion in the UFMG university housing universe (MOP I and II). There were some disciplinary practices in this context, restrictions on visitor entry, panoptic architecture, security inspections, which were superseded by the circulation of gifts, name loans, mattresses and keys, passed on to the exchange students and the residents. This exchange of objects and favors allowed the affective-sexual experiences to be experienced even in front of the disciplinary control in the ordinances of the MOP I and II. Through common coexistence in housing, exchange students and other residents built a web of links and interdependencies, sometimes forging symbolic family relationships between themselves and/or distinguishing themselves in groups. In addition to the relevance of housing in the life of these exchange students in Belo Horizonte, following their affective-sexual trajectories from the societies of origin, it can be verified that they pass through different individualization processes, due to a set of circumstances experienced during exchanges programs: leaving the parents' house, learning a new language, forging new ways of affective-sexual relationships, establishing limits in linking, forming personal tastes, among other things. Through the "mopiana" sociability, the exchange students broke old affection ties, managed in contexts with distinct social grammars, some of them came to reinvent themselves, to construct another conception of itself, in the course of the exchange program.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em SociologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIASociologia - TesesIntercâmbio educacional - TesesEstudantes universitários - Habitação - TesesIntercâmbioTrajetórias afetivossexuaisDádivasIndividualizaçãoDe portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação_versão final revisada_ Antônio Augusto Oliveira Gonçalves.pdfDissertação_versão final revisada_ Antônio Augusto Oliveira Gonçalves.pdfapplication/pdf5179943https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49210/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_vers%c3%a3o%20final%20revisada_%20%20Ant%c3%b4nio%20Augusto%20Oliveira%20Gon%c3%a7alves.pdf7875fb44b066f19bbf2b4b0f5631df4dMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49210/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/492102023-01-29 21:05:05.704oai:repositorio.ufmg.br:1843/49210TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-01-30T00:05:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG |
title |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG |
spellingShingle |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG Antônio Augusto Oliveira Gonçalves Intercâmbio Trajetórias afetivossexuais Dádivas Individualização Sociologia - Teses Intercâmbio educacional - Teses Estudantes universitários - Habitação - Teses |
title_short |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG |
title_full |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG |
title_fullStr |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG |
title_full_unstemmed |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG |
title_sort |
De portas abertas : a circulação de dádivas e o processo de individualização de universitários/as intercambistas nas moradias da UFMG |
author |
Antônio Augusto Oliveira Gonçalves |
author_facet |
Antônio Augusto Oliveira Gonçalves |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Yumi Garcia dos Santos |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2914400327888714 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Renarde Freire Nobre |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Camilo Albuquerque de Braz |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9278970249460014 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Antônio Augusto Oliveira Gonçalves |
contributor_str_mv |
Yumi Garcia dos Santos Renarde Freire Nobre Camilo Albuquerque de Braz |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Intercâmbio Trajetórias afetivossexuais Dádivas Individualização |
topic |
Intercâmbio Trajetórias afetivossexuais Dádivas Individualização Sociologia - Teses Intercâmbio educacional - Teses Estudantes universitários - Habitação - Teses |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Sociologia - Teses Intercâmbio educacional - Teses Estudantes universitários - Habitação - Teses |
description |
Neste texto, busco compreender as trajetórias afetivossexuais de estudantes, provenientes de países da América Latina, que vêm a Belo Horizonte por meio dos programas de intercâmbio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Parti de duas questões de pesquisa: como a construção social do intercâmbio e as trajetórias afetivas dos/as estudantes na sociedade de origem articulam-se às experiências locais em Belo Horizonte? Quais são as experiências afetivossexuais que os/as estudantes se envolvem no decurso de sua estadia? Inicialmente, por meio de observações flutuantes e entrevistas, realizei uma imersão etnográfica no universo das moradias universitárias da UFMG (MOP I e II). Havia algumas práticas disciplinares nesse contexto, restrição da entrada de visitantes, arquitetura panóptica, inspeções dos seguranças, que eram suplantadas mediante a circulação de dádivas, empréstimos de nomes, colchões e chaves, transmitidos entre os/as intercambistas e os/as moradores/as. Essa troca de objetos e favores permitia que as experiências afetivossexuais fossem vivenciadas mesmo com o controle disciplinar nas portarias das MOP I e II. Por meio da convivência nas moradias, os/as intercambistas e os/as demais residentes construíram uma trama de vínculos e interdependências, forjando, por vezes, relações familiares simbólicas entre si e/ou se distinguindo em grupos. Além da relevância das moradias na vida desses/as intercambistas em Belo Horizonte, acompanhando as suas trajetórias afetivossexuais desde as sociedades de origem, pude averiguar que eles/as perpassam por processos de individualização diversos, devido a um conjunto de circunstâncias experienciadas durante o intercâmbio: sair da casa dos pais, aprender um novo idioma, forjar novas maneiras de ser relacionar afetivossexualmente, estabelecer limites ao tecer vínculos, formar gostos pessoais, entre outros aspectos. Através da sociabilidade “mopiana”, os/as intercambistas romperam laços afetivos de outrora, manejaram em contextos com gramáticas sociais distintas, e alguns/algumas deles/as chegaram a se reinventar, construir outra concepção de si mesmo, no decurso do intercâmbio. |
publishDate |
2017 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2017-02-06 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-01-30T00:05:05Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-01-30T00:05:05Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/49210 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
https://orcid.org/0000-0002-0570-6382 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/49210 https://orcid.org/0000-0002-0570-6382 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49210/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_vers%c3%a3o%20final%20revisada_%20%20Ant%c3%b4nio%20Augusto%20Oliveira%20Gon%c3%a7alves.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49210/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
7875fb44b066f19bbf2b4b0f5631df4d cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1797971263488000000 |